RESUMEN
Este artigo teve por objetivo compreender as repercussões da hanseníase na imagem corporal em menores de 15 anos afetados pela hanseníase. Participaram do estudo quatorze crianças e adolescentes menores de 15 anos que estavam cadastrados no programa de controle da Hanseníase de Petrolina-PE e Juazeiro-BA e que tiveram alta por cura. Utilizou-se a técnica de entrevista semiestruturada, que abrangeu questões norteadoras sobre a vivência da criança e do adolescente com a doença, abordando aspectos familiares, sociais e percepções advindas da experiência. Os dados obtidos foram analisados a partir do interacionismo simbólico e da sociologia de Erving Goffman, levando-se também em consideração leituras mais contemporâneas sobre performatividade. A partir das narrativas produzidas, buscou-se destacar os aspectos da imagem corporal da criança e do adolescente que tiveram hanseníase, organizados em eixos temáticos: imagem corporal, efeitos da hanseníase, racialização da doença e seus desdobramentos. Verifica-se que o elemento predominante da pesquisa ancora-se no corpo adoecido e marcado, imagens presentes em todas as entrevistas. Desse modo, para os participantes adoecidos pela hanseníase, o corpo é tido como "feio", "doente" e "rejeitado", sendo tal imagem corporal associada a repercussão negativa na sua autoimagem.
This article aimed to understand the repercussions of leprosy on body image in individuals under 15 years old affected by leprosy. Fourteen children and adolescents under 15 years old who were registered in the Leprosy Control Program of Petrolina-PE and Juazeiro-BA and who had been discharged as cured participated in the study. A semi-structured interview technique was used, covering guiding questions about the experiences of the child and adolescent with the disease, addressing family, social aspects, and perceptions arising from the experience. The data obtained were analyzed using symbolic interactionism and Erving Goffman's sociology, also taking into consideration more contemporary readings on performativity. Based on the narratives produced, the aspects of body image of children and adolescents with leprosy were highlighted and organized into thematic axes: body image, effects of leprosy, racialization of the disease, and its consequences. It is evident that the predominant element of the research is anchored in the diseased and marked body images present in all interviews. Thus, for participants afflicted by leprosy, the body is perceived as "ugly," "sick," and "rejected," and such body image is associated with a negative impact on their self-image.