RESUMEN
Diante das reações de negação à pandemia de Covid-19, bem como de desrespeito às recomendações sanitárias de isolamento social, procuramos, a partir de Sigmund Freud e de Georges Canguilhem, fornecer operadores conceituais para a circunscrição de tais movimentos, antagônicos à manutenção de uma vida em sociedade. Do primeiro autor, situamos como o fenômeno da regressão desencadeado diante de contingências ambientais revela vicissitudes na formação de uma coletividade engajada com ela mesma. Já do segundo, veremos como a sociedade, diferentemente de um órgão ou um organismo vivo, não possui finalidade intrínseca, gerando com isso infindáveis debates quanto a como deve ser seu ordenamento. Com isso, observamos que os movimentos de boicote às recomendações de autoridades de saúde são condizentes com uma sociedade pouco altruísta (Freud) e que somente sobrevive através de crises no que diz respeito a seus fins (Canguilhem). Ao final, colocamos que a noção de normatividade vital contribui para a proposição de uma vida em sociedade cuja criação e revisão incessante de seus modos de existência pode ser uma ferramenta para evitar, ou postergar, seu colapso.
Considering the denials to the Covid-19 pandemic, as well as the disrespect for the sanitary recommendations of social isolation, this work seeks to provide, from the perspective of Sigmund Freud and Georges Canguilhem, conceptual operators for the circumscription of such movements, antagonistics to the maintaining of a life in society. From a Freudian perspective, we situate how the phenomenon of regression triggered in the face of environmental contingencies reveals vicissitudes in the formation of a community engaged with itself. Considering Canguilhem's perspective, we will see how society, unlike a living organ or organism, has no intrinsic purpose, thereby generating endless debates about how its ordination should be. With that, we observed that the boycott movements to the recommendations of health authorities are consistent with a society that is not altruistic (Freud) and that only survives through crises regarding to its purposes (Canguilhem). In the end, we propose that the notion of vital normativity contributes to the proposition of a life in society whose creation and incessant review of their ways of existence can be a tool to prevent, or postpone, their collapse
RESUMEN
Este estudo objetiva retomar o diálogo efetuado entre a tradição da ontologia hermenêutica heideggeriana e a psicanálise freudiana, a fim de caracterizar como ele tem sido realizado na atualidade. Apesar de existirem muitos argumentos que questionam a possibilidade de articulação entre esses dois campos, eles não encerram consensualmente essa discussão e exigem ser atualizados. No cenário mais recente, algumas pesquisas têm acenado para o estabelecimento de pontos de conexões entre elas, sem, contudo, desconsiderarem a especificidade dos campos teóricos em questão. Essa forma de interlocução parece o grande desafio aos pesquisadores na atualidade.
This study aims to exam the dialogue between Heidegger´s hermeneutic ontology and Freud´s psychoanalysis theoretical traditions, in order to describe how it has been carried out currently. Despite having a lot of arguments which question the possibility of integration between both fields, they do not enclose consensually this debate and require an updating. In the recent scenario, some researches go towards the establishment of connection points among them, without, however, disregarding the specificity of the involved theoretical fields. This way of consideration of the matter seems to be the great challenge for researchers nowadays.
RESUMEN
Este ensaio teórico discorre sobre o estatuto da pulsão de autoconservação no âmbito da teoria de Freud, com o objetivo de analisar os referenciais organicistas e funcionalistas como fundamento epistemológico da psicanálise. A teoria das pulsões sofre transformações substanciais ao longo da obra freudiana, sendo sujeita a diversas interpretações que, em geral, relegam a um segundo plano ou mesmo excluem as pulsões de autoconservação do campo da psicanálise. Apresentam-se os fundamentos dessa teorização nos textos freudianos sobre a primeira teoria pulsional e a complexidade de sua caracterização, em especial as questões de sua fonte e sua filiação a funções biológicas, a labilidade de seu objeto, o seu papel na dinâmica defensiva e no desenvolvimento psicossexual. Discutem-se as interpretações desse legado a partir de sua dupla filiação: humanista e naturalista. Conclui-se que essa problemática é um ponto de tensão importante na caracterização da heterogeneidade epistemológica da psicanálise como campo de saber (AU).
This theoretical essay discusses the instinct of self-preservation status under Freud's theory, aiming to analyze the organismic and functionalist references as an epistemological foundation of psychoanalysis. The instincts theory undergoes substantial changes during Freud's work, and it was subject to various interpretations that usually relegate to the background or even exclude the instincts of self-preservation of the psychoanalysis field. It presents the foundations of this theorization in the classic Freudian texts on the first drive theory and the complexity of its characterization, especially the questions of its source and its affiliation to biological functions, the lability of its object, its role in the defensive dynamics and in psychosexual development. It discusses the interpretations of this legacy from its double affiliation: humanist and naturalistic. It is concluded that this problem is an important point of tension in the characterization of the epistemological heterogeneity of psychoanalysis as a field of knowledge (AU)
Este ensayo teórico analiza el estatus del instinto de conservación dentro de la teoría de Freud, con el fin de analizar las referencias organicistas y funcionalistas como una base epistemológica del psicoanálisis. La teoría de los instintos sufre cambios sustanciales a lo largo de la obra de Freud, se somete a diversas interpretaciones que, en general, relegan a un segundo nivel o incluso excluyen las unidades de auto-preservación de campo psicoanalítico. Presenta los fundamentos de esta teoría en los textos freudianos clásicos en la primera teoría de los impulsos y la complejidad de la caracterización, especialmente los temas de su fuente y su afiliación con las funciones biológicas, la labilidad de su objeto, su papel en la dinámica defensiva y en el desarrollo psicosexual. Se argumenta interpretaciones de este legado de su doble filiación: humanista y naturalista. Se concluyó que este problema es un punto importante de la tensión en la caracterización de la heterogeneidad epistemológico del psicoanálisis como un campo de conocimiento (AU).
Asunto(s)
Humanos , Psicoanálisis , Desarrollo Psicosexual , Conocimiento , Teoría Freudiana , Impulso (Psicología)RESUMEN
O presente artigo se divide em três partes. A primeira delas toma como ponto de partida a escrita freudiana para investigar a escrita psicanalítica enraizada nos processos psíquicos inconscientes, análoga à formação do sonho e à sua interpretação. Tratamos, então, de pensar como essa raiz propicia "vida" aos textos, que permanecem abertos a novas leituras e interpretações. Na segunda parte, a escrita psicanalítica é repensada com base na experiência clínica dos estados-limite, como um recurso de restauração da escuta-sonho do psicanalista. A terceira parte articula o trabalho de escrita do analista à sua formação, considerando haver presente, em ambos, um movimento dialético de identificação e diferenciação em relação ao campo psicanalítico
This article is divided into three parts. The first part starts from Freudian writing in order to investigate the psychoanalytic writing, which has roots in unconscious psychic processes. This writing is analogous to constructing the dream and its interpretation. We, therefore, attempt to reflect on the way this root "brings life" to writings, which have remained open to new readings and interpretations. In the second part, the authors rethink psychoanalytic writing from the perspective of experiencing analytic practice with "borderline states", as a way of restoring the psychoanalyst's dream-listening. The third part connects the work of the analyst's writing to his training by considering, in both cases, the existence of a dialectic movement of identification and differentiation regarding the psychoanalytic field
El presente artículo se divide en tres partes. La primera de ellas toma como punto de partida la escritura Freudiana para investigar la escritura psicoanalítica enraizada en los procesos psíquicos inconscientes, análoga a la formación del sueño y a su interpretación. Tratamos así de pensar la manera por la cual esta raíz propicia "vida" a los textos, los cuales permanecen abiertos a nuevas lecturas e interpretaciones. En la segunda parte, la escritura psicoanalítica es repensada a partir de la experiencia clínica de los estados-límites, como un recurso de restauración de la escucha-sueño del psicoanalista. La tercera parte articula el trabajo de escritura del analista a su formación, considerando que, en ambos casos, hay un movimiento dialéctico de identificación y de diferenciación en relación al campo psicoanalítico
Cet article se divise en trois parties. La première prend comme point de départ l'écriture Freudienne afin d'enquêter l'écriture psychanalytique enraciné dans les processus psychiques inconscients, analogues à la formation du rêve et de son interprétation. Nous nous consacrons à penser comment cette racine donne "vie" aux textes qui restent ouverts à de nouvelles lectures et interprétations. Dans la deuxième partie, l'écriture psychanalytique est repensée à partir de l'expérience clinique des états-limites, comme un moyen de restauration de l'écoute-rêve du psychanalyste. La troisième partie articule le travail de l'écriture de l'analyste à sa formation, en considérant la présence, dans les deux cas, d'un mouvement dialectique d'identification et de différenciation par rapport au champ psychanalytique
Asunto(s)
Psicoanálisis , Teoría FreudianaRESUMEN
O artigo discute, a partir da abordagem psicanalítica de Freud e Lacan, a relevante problemática das dificuldades de aprendizagem quando se apresentam na vertente sintomática. Argumenta que de um lado a aprendizagem se sustenta na suposição de que o Outro sabe, mas, de outro, podemos verificar nos quadros de dificuldade de aprendizagem vicissitudes que colocam em questão a relação do sujeito com o saber e que nos conduzem para outra dimensão dessa problemática do estatuto do saber no Outro. Trata-se nesse campo somente de um Outro que não sabe ou pode emergir também um Outro cujo saber é excessivamente idealizado? Nesse sentido, o artigo trata da dimensão do Ideal presente nas dificuldades de aprendizagem.
This article discusses, from the psychoanalytic approach of Freud and Lacan, the relevant problem of learning dif ficulties when they come in symptomatic sense. It argues that on one hand learning is sustained on the assumption that the Other knows, but on the other hand we can verify within the cases of learning difficulties vicissitudes that call into question the relationship between subject and knowledge and that guide us to another dimension of this problematic status of knowledge in the Other. In this field, we can only verify one Other who does not know or can also emerge an Other whose knowledge is excessively idealized? In this sense, this article discusses the role of the Ideal in learning disabilities.
L'article aborde, à partir de l'approche psychanalytique de Freud avec Lacan, la problématique concernant les diffi cultés d'apprentissage présentées en dimension symptomatique. Il est soutient que, d'un part, l' apprentissage est basée sur l'hypothèse que l'Autre sait, mais d'autre part, on peut voir dans les contextes de difficulté d' apprentissage des événements qui remettent en question la relation du sujet avec le savoir, qui nous conduise à une autre dimension de cette question du statut du savoir chez l'Autre. S'agit-il, dans ce domaine, seulement d'un Autre que ne sait pas, ou peut-il se produire également un Autre dont le savoir est trop idéalisé ? En ce sens, l'article traite de la dimension de l'Idéal présente dans la difficulté d'apprentissage.
El artículo plantea, a partir del abordaje psicoanalítico de Freud y Lacan, la relevante problemática de las dificultades de aprendizaje cuando se presentan en la vertiente sintomática. Para ello, argumenta que de un lado el aprendizaje sostiene la suposición de que el Otro sabe, pero, por otro lado podemos verificar en los cuadros de dificultad de aprendizaje vicisitudes que ponen en cuestión la relación del sujeto al saber que nos conducen a otra dimensión de esa problemática del estatuto del saber en el Otro ¿Se trata en ese campo solamente de un Otro que no sabe o puede emerger también un Otro cuyo saber es excesivamente idealizado? En este sentido, el artículo trata de la dimensión del Ideal presente en las dificultades de aprendizaje.
Asunto(s)
Ego , Teoría Freudiana , Aprendizaje , Discapacidades para el AprendizajeRESUMEN
Neste artigo, refazemos o percurso freudiano a propósito do conceito de paranoia em sua obra. Esse percurso se fará a partir dos textos considerados pré-psicanalíticos, passando por aquele que é considerado o texto maior de Freud sobre as psicoses (o Caso Schereber), culminando com suas análises que levam em consideração sua segunda teoria sobre o funcionamento psíquico e sobre o conflito pulsional. Nosso objetivo é demonstrar como Freud, em sua elaboração das questões relativas à psicose, e à paranoia, mais especificamente, jamais se furtava a encarar os desafios que a clínica impunha. E por não recuar frente a esses desafios é que a sua própria teoria vai se formulando, em uma relação dialética entre os impasses da prática e a necessidade de estabelecer um rigor teórico. O artigo trata, também, da forma como o rigor teórico permite o estabelecimento de um diagnóstico diferencial entre neurose e psicose, além de assentar as bases para que os psicanalistas pós-freudianos pudessem pensar em um direcionamento para tratar a psicose...
In this article we retrace the route in regard to the Freudian concept of paranoia in his work. This route will be considered from the pre-psychoanalytical texts, through which is considered the greatest of Freud's text psychosis (Case Schereber), and culminating in his analysis that take into account his second theory of the psychic functioning and the conflict drives. Our goal is to demonstrate how Freud, in his elaboration of the issues related to psychosis, and paranoia, more specifically, never avoids to face the challenges imposed by the clinic. And for not setting back to these challenges is that his theory will be formulated in a dialectical relationship between the dilemmas of practice and the need to establish a theoretical rigor. This theoretical rigor allows the establishment of a differential diagnosis between neurosis and psychosis as well as lays the groundwork so that post-freudian psychoanalysts could think of a direction for the treatment of psychosis...
En este artículo volver sobre la ruta en relación con el concepto freudiano de la paranoia en su trabajo. Esta ruta se considerará a partir de los textos pre-psicoanalítica, a través de lo que esconsiderado el más grande de la psicosis el texto de Freud (el caso Schereber ) y que culminó en su análisis teniendo en cuentasu segunda teoría del funcionamiento psíquico y el conflictounidades. Nuestro objetivo es demostrar cómo Freud, en suelaboración de las cuestiones relativas a la psicosis, paranoia, y más en concreto, nunca tímido para enfrentar los desafíosimpuestos por la clínica. ¿Y por qué no se establece de nuevo a estos desafíos es que su teoría se formulará en una relación dialéctica entre la práctica y los dilemas de la necesidad de establecer un rigor teórico. Y como esta el rigor teórico permite el establecimiento de un diagnóstico diferencial entre neurosis y psicosis, así como sentar las bases para los psicoanalistaspost-freudianos podría pensar una dirección para el tratamiento de la psicosis...
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Trastornos Neuróticos , Trastornos Paranoides , Psicoanálisis , Trastornos PsicóticosRESUMEN
O artigo aborda a dimensão do período de latência e do tempo para compreender nas aprendizagens. Argumenta que, a partir de Lacan (1959), se de um lado a inibição neurótica pode ser lida como uma paralisação no tempo para compreender, de outro é possível concluir que a inibição estrutural diz de uma vivência própria do tempo para compreender, nas aprendizagens, a qual antecede e apoia o conclusivo ato de aprender e o usufruto dessa aprendizagem. Para tal argumento, o artigo extrai consequências da abordagem da latência dada por Freud (1939) em "Moisés e o monoteísmo", argumentando que a latência se aproxima do tempo para compreender do qual nos fala Lacan (1946).
This article discusses the role played by the latency period and time for understanding in learnings. The authors posit that from Lacan (1959), if on the one hand, the neurotic inhibition can be taken as a paralyzation in the time for understanding, on the other hand, it is possible to conclude that the structural inhibition reveals a intrinsic experience of the time for understanding, in learnings. Structural inhibition whichs antecedes and supports the conclusive act of learning and its usufruct. For such an argument, this article extracts consequences from the latency period approached by Freud (1939) in "Moses and monotheism", claiming that the latent phase becomes closer to the time for understanding approached by Lacan (1946).
El artículo analiza la dimensión del período de latencia y del tiempo para comprender en el acto del aprendizaje. Sostiene (Lacan, 1959) que, si por un lado la inhibición neurótica puede leerse como una paralización en el tiempo para comprender, por otro lado es posible concluir que la inhibición estructural de una vivencia propia del tiempo para comprender, en los aprendizajes. Vivencia que precede y apoya el concluyente acto del aprendizaje, así como el usufructo de ese aprendizaje. Para esgrimir tal argumento, el artículo extrae consecuencias de la aproximación al concepto de latencia en la obra "Moisés y el monoteísmo" de Freud (1939), argumentando que la latencia se aproxima al tiempo para entender lo que dice Lacan (1946).
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Niño , PsicologíaRESUMEN
Este artigo visa examinar as referências a Charles Darwin (1809-1882) na obra freudiana buscando verificar qual o uso que Freud fez da teoria darwiniana e a que conceitos desta aludiu quando citou o nome do célebre evolucionista inglês. Assim, aborda-se o tema da influência de Darwin sobre Freud por meio de uma via mais evidente que, no entanto, foi pouco explorada. Essa abordagem mostra-se profícua, na medida em que fornece sólidas indicações de que o fundador da psicanálise buscou em Darwin não apenas subsídios conceituais a respeito da dinâmica anímica humana.
This article aims to examine the references to Charles Darwin (1809-1882) in the Freudian work seeking to evaluate which use Freud made of Darwin's theory and which concepts he referred to while citing Darwin's name. Thus, we deal with the theme of Darwin's influence on Freud by means of a more evident way that, however, was poorly explored. This approach reveals itself to be fruitful, in that it provides strong indications that the founder of psychoanalysis sought in Darwin not only conceptual tools in respect of the human psychic dynamics as well as a model for theorizing.
Este artículo examina las referencias a Charles Darwin (1809-1882) en la obra freudiana, a fin de verificar cual es el uso que hizo Freud de la teoría darwiniana y a qué conceptos de esta teoría se refería cuando mencionaba el nombre de Darwin. En consecuencia, el artículo aborda el tema de la influencia de Darwin en Freud por una vía más evidente que, sin embargo, ha sido poco explotada. Este abordaje se revela proficuo, pues provee sólidas indicaciones de que el fundador del psicoanálisis ha buscado en Darwin no solamente subsidios conceptuales respecto a la dinámica anímica sino también un modelo de teorizar.
Asunto(s)
Teoría Freudiana , PsicoanálisisRESUMEN
Em que interessa hoje para o psicólogo clínico ou o psicanalista a leitura dos relatos clínicos de Freud? Para além de uma leitura obrigatória que deve constar em suas estantes, é preciso que algo que suscite sua prática esteja em jogo. Freud situa em seus relatos o que primeiramente é conceituado por Lacan como sujeito, puro furo, ponto onde culminam as linhas mestras de uma vida, o qual delimitaria o ponto extremo de singularidade. Posteriormente, Lacan propõe a delimitação desse furo como objeto, nomeia-o objeto a e propõe que essa extração seja o resultado da operação analítica. Trata-se de situar o modo como o caso do Homem dos Lobos pode auxiliar no entendimento dessas difíceis proposições...
What good is it today, for a psychoanalyst, the readings of Freud's clinical accounts? Besides being an obligatory reading that must be in his/her library, it is necessary something that stimulates its practice. Freud places in his accounts what primarily is conceived by Lacan as the point in which the master lines of a lifetime culminate, which would mark the point that would fix the singularity of a subject. Afterwards, Lacan proposes the extraction of a paradoxical object in the course of an analysis, something he names object a. The work investigates how the case of the Wolf Man can give us the access to this element without objectifying it, but in conformity with the specificity that characterizes it...
¿En qué interesa hoy al psicólogo clínico o al psicoanalista la lectura de los relatos clínicos de Freud? Para más allá de una lectura obligatoria que debe constar en sus estantes, es preciso que algo que suscite su práctica esté en juego. Freud sitúa en sus relatos lo que primeramente es conceptuado por Lacan como sujeto, agujero, punto donde culminan las líneas maestras de una vida, el cual delimitaría el punto extremo de singularidad. Posteriormente, Lacan propone la delimitación de este agujero como objeto, lo nombra objeto a y propone esta extracción como el resultado de la operación analítica. Se trata de situar el modo por el que el caso del Hombre de los Lobos puede auxiliar en el entendimiento de estas difíciles proposiciones...
Asunto(s)
Humanos , Teoría Freudiana , Psicoanálisis , Teoría Psicoanalítica , Psicopatología , PsicologíaRESUMEN
Na intenção de abordar o escorregadio tema da histeria, decidi enfrentá-lo recorrendo às teses e obras de Freud compreendendo o período entre 1886 e 1898. A histeria, desde sempre objeto heteróclito e de múltiplo pertencimento, reclamado pelo natural e pelo sobrenatural, pela razão e pela superstição, demandou uma interrogação se, algumas vezes encerrada tanto no corpo e outras no espírito, seria ou não uma doença. Interessa-me abordar a histeria a partir do tratamento dado por Freud. Quanto às chaves de leitura que orientaram essa pesquisa antecipo algumas para orientação do leitor: a própria apresentação histórica e cronológica do tema e das obras de Freud a respeito da histeria. Em termos conceituais, a articulação entre corpo e mente; a tese da ideogenia na etiologia da histeria; a introdução gradual da sexualidade infantil e finalmente a ultrapassagem da hipótese traumática, apoiada na teoria da sedução, em direção à admissão da fantasia. Tudo isso tendo em vista exercitar uma compreensão da teorização freudiana que reconheça a especificidade de sua produção a partir de uma via alternativa que não leve em consideração nem o fato de uma ruptura nem o de uma continuidade conceitual em sua elaboração.
With the intention of presenting the evasive matter which is the hysteria, I decided to overlook it using the theories and works of Freud, assuming the period between 1886 and 1898. The hysteria, since always an heterogeneous object of multiple belongings, claimed by the natural and the supernatural, by reason and superstition, demanded an inquiry if, so often closed either in the body or in the spirit, would be whether or not a disease. We are interested in the hysteria from the treatment given by Freud. As to the reading keys that guided this research I anticipate some to the guidance of the reader: the very historical and chronological presentation of the theme and the works of Freud about it. Conceptually, the relationship between mind and body, the thesis of ideogenia in the etiology of hysteria, the gradual introduction of infantile sexuality and finally, the overcoming of the traumatic hypothesis, supported by the seduction theory, towards the admission of fantasy. All this, in order to practice an understanding on the Freudian theory which recognizes the specificity of his production from an alternative route, which does not take into account the fact of neither a rupture nor a conceptual continuity in its elaboration.
Avec l'intention d'aborder le sujet glissant de l'hystérie, jai décidé de lenvisager en utilisant les théories et les uvres de Freud pendant la période entre 1886 et 1898. Comme l'hystérie a toujours été un objet hétérogène et de multiple intérêt, revendiqué par le naturel et le surnaturel, par la raison et la superstition, elle a demandé une investigation si, éventuellement incarnée aussi bien dans le corps et dans l'esprit, elle serait ou non une maladie. Je suis intéressé dapprocher lhistérie a partir du traitement donné à elle par Freud. Quant à la stratégie de lecture qui oriente cette recherche, janticipe quelques indications au lecteur: la présentation historique et chronologique du thème et les uvres de Freud sur lhystérie. Sur le plan conceptuel, larticulation entre corps et esprit; la thèse de idéogénie dans l'étiologie de l'hystérie; l'introduction progressive de la sexualité infantile et, finalement, le dépassement de lhypothèse traumatique, appuyée sur la théorie de la séduction, vers l'admission de la fantaisie. Tout ça em pensant à exercer une compréhension de la théorisation freudienne qui reconnaisse la spécificité da sa production à partir d´une vie alternative, que ne prend pás em compte ni le fait d`une rupture, ni celui d´une continuité conceptuelle dans sa élaboration.
Con la intención de abordar el tema resbaladizo de la histeria, me decidí enfrentarlo usando las teorías y las obras de Freud, en el período de 1886 y 1898. La histeria, siempre objeto excéntrico y de múltiples pertenencias, reivindicado por lo natural y lo sobrenatural, por la razón y la superstición, ha exigido una investigación, a veces centrada en el cuerpo y otras en el espíritu, por eso se pregunta si la histeria es una enfermedad o no. En cuanto a las claves de lectura que han guiado esta investigación, anticipo algunas para la orientación del lector: la presentación histórica y cronológica del tema de las obras de Freud sobre la histeria. Conceptualmente, la articulación entre el cuerpo y la mente, la tesis de ideogenia en la etiología de la histeria, la introducción gradual de la sexualidad infantil y, finalmente, la superación de la hipótesis traumática, con el apoyo de la teoría de la seducción, en dirección a la admisión de la fantasía. Todo esto con el fin de llegar a un entendimiento de la teoría freudiana que reconoce la especificidad de su producción, a partir de un camino alternativo que no tiene en cuenta el hecho de una rotura ni una continuidad conceptual en su construcción.
Asunto(s)
Fantasía , Teoría Freudiana , Histeria/psicología , PsicoanálisisRESUMEN
Este artigo objetiva analisar os limites da teoria da representação na metapsicologia freudiana. É um trabalho de pesquisa teórico-conceitual da psicanálise, por meio de uma metodologia de análise histórica e epistemológica dos textos de Freud. A metapsicologia freudiana fundamenta-se em uma teoria das pulsões que é tributária dos princípios de uma teoria da representação mental. Porém, as alterações exigidas pela introdução dos conceitos de narcisismo e de identificação, além do reconhecimento da compulsão à repetição como algo além do princípio do prazer, levaram a uma remodelação da teoria das pulsões, a uma nova descrição tópica e a uma reformulação na teoria da angústia. A hipótese é que a teoria representacional encontra limites em duas direções distintas: a identificação e a impossibilidade de representação como, respectivamente, um além e um aquém da metapsicologia freudiana.
This article aims to analyze the limits of representation theory in Freudian metapsychology. It is a theoretical research on psychoanalysis, through a methodology of historical and epistemological analysis of Freud's texts. The Freudian metapsychology is based on a theory of drives that is tributary to the principles of a theory of the mental representation. However, the changes required by the introduction of the concepts of narcissism and identification, along with recognition of the repetition compulsion as something beyond the pleasure principle led to a redesign of the drive theory, a new topical description and a reformulation of the theory of anxiety. The hypothesis is that the representational theory finds limits in two different directions: the identification and the impossibility of representation as, respectively, a beyond and a beneath of Freudian metapsychology.
Cet article vise à analyser les limites de la théorie de la représentation dans la métapsychologie freudienne. Il s'agit d'un concept de recherche-théorique de la psychanalyse, à travers une méthodologie d'analyse historique et épistémologique des textes de Freud. La métapsychologie freudienne est fondée sur une théorie des pulsions qui est tributaire aux principes d'une théorie de la représentation mentale. Toutefois, les modifications exigées par l'introduction des concepts de narcissisme et d'identification, ainsi que la reconnaissance de la compulsion de répétition comme quelque chose au-delà du principe de plaisir conduit à une refonte de la théorie des pulsions, une nouvelle description d'actualité et une reformulation de la théorie de l'angoisse. L'hypothèse est que la théorie de représentation trouve des limites dans deux directions différentes: l'identification et l'impossibilité de la représentation en tant que, respectivement, une addition et une courte de la métapsychologie freudienne.
En este artículo se pretende analizar los límites de la teoría de la representación en la metapsicología freudiana. Se trata de una investigación teórica sobre el psicoanálisis, a través de una metodología de análisis histórico y epistemológico de los textos de Freud. La metapsicología freudiana se basa en una teoría de los impulsos que es tributaria a los principios de una teoría de La representación mental. Sin embargo, los cambios que requiere la introducción de los conceptos de narcisismo y la identificación, junto con el reconocimiento de la compulsión a la repetición como algo más allá del principio del placer llevó a un rediseño de la teoría pulsional, una descripción tópica nueva y a una reformulación de la teoría de la ansiedad. La hipótesis es que la teoría de la representación encuentra límites en dos direcciones diferentes: la identificación y la imposibilidad de la representación como, respectivamente, un más allá u un más acá de la metapsicología freudiana.
Asunto(s)
Teoría Freudiana , Identificación Psicológica , Psicoanálisis/historiaRESUMEN
Neste artigo pretendo retomar uma série de resultados de pesquisas sobre as mudanças que a obra de Winnicott representa para o desenvolvimento da psicanálise, acrescentando-lhes alguns esclarecimentos, com o objetivo de indicar em que sentido Winnicott redescreveu os principais conceitos da psicanálise. A partir da caracterização, feita por Freud, da psicanálise como uma ciência que tem nos conceitos de inconsciente, sexualidade, complexo de Édipo, transferência e resistência, seus pilares empíricos procura-se mostrar que Winnicott reitera a importância desses conceitos, mas dá a eles outros sentidos. Ao final, pode-se indicar que tais modificações, associadas ao abandono da teorização metapsicológica, realizam uma mudança no quadro epistemológico da psicanálise. Com esse tipo de análise procura-se explicitar em que sentido Winnicott permanece freudiano afastando-se de Freud
The purpose of this article is to examine a series of researches results about the changes that Winnicott's works represents for the development of psychoanalysis and to add some explanations in order to show how Winnicott reformulated the main concepts of psychoanalysis. Through Freud's perspective, according to which psychoanalysis is a science whose empiric pillars are the concepts of unconsciousness, sexuality, Oedipus Complex, transfer and resistance, it is shown that Winnicott reiterates the importance of these concepts, but giving them other meanings. Eventually, it is possible to say that such changes, when connected with the abandon of the metapsychological theorization, can modify the epistemological picture of psychoanalysis. Through this type of analysis, we try to explain how Winnicott remains freudian keeping away from Freud
Cet article a pour objectif de reprendre une série de résultats de recherches sur les changements que l'oeuvre de Winnicott représente pour le développement de la psychanalyse, en rajoutant quelques éclaircissements, pour montrer comment Winnicott a redécrit les principaux concepts de la psychanalyse. À partir de la caractérisation faite par Freud de la psychanalyse en tant que science qui a dans les concepts d'inconscient, sexualité, Complexe d'Oedipe, transfert et résistance comme ses piliers empiriques, il est possible de montrer que Winnicott réitère l'importance de ces concepts, mais leur donne aussi d'autres sens. On peut enfin signaler que ces changements, liés à l'abandon de la théorisation métapsychologique, modifient le cadre epistémologique de la psychanalyse. Ce type d'analyse nous permet d'expliciter comment Winnicott demeure freudien tout en s'éloignant de Freud
El objetivo de este artículo es examinar una serie de resultados de investigaciones acerca de los cambios que la obra de Winnicott representa para el desarrollo del psicoanálisis, añadiéndoles algunos esclarecimientos, para mostrar en qué sentido Winnicott redefinió los principales conceptos del psicoanálisis. A partir de la caracterización, presentada por Freud, del psicoanálisis como una ciencia que tiene en los conceptos de inconsciente, sexualidad, complejo de Edipo, transferencia y resistencia sus pilares empíricos, buscamos demostrar que Winnicott reitera la importancia de esos conceptos, pero les da otros sentidos. Por fin, se puede señalar que esas modificaciones, asociadas al abandono de la teorización metapsicológica, cambian el cuadro epistemológico del psicoanálisis. A través de ese análisis, buscamos explicar cómo Winnicott permanece freudiano alejándose de Freud