RESUMEN
O estudo da trajetória interna de pacientes em unidade de emergência hospitalar teve como objetivos: caracterizar os fluxos internos dos pacientes, verificar o tempo de permanência e identificar fatores que interferiam com o tempo de permanência. O estudo foi realizado em um hospital filantrópico do município de São Paulo (com aproximadamente 250 leitos), nos meses de Agosto e Setembro de 1998. A unidade onde os dados foram colhidos (unidade dde Pronto Atendimento) possuía 4 leitos de observação e contava com uma equipe de enfermagem constituída por 1 enfermeira encarregada, 1 enfermeira por plantão, 4 auxiliares de enfermagem no período da manhã e 5 auxiliares nos períodos da tarde e noturno. O serviço dispunha de 4 especialidades médicas nas 24 horas: pediatria, clínica médica, cirurgia e ortopedia. Os dados foram colhidos pela autora que acompanhou 120 pacientes no local do estudo. O instrumento elaborado teve por finalidade caracterizar os dados pessoais do paciente, sua trajetória, os exames e procedimentos a que era submetido e os tempos gastos nestes; seu destino e seu tempo total de permanência. A autora identificou 8 fluxos seguidos pelos pacientes, que variaram conforme a complexidade dos casos, sendo que no fluxo de menor complexidade o tempo de permanência foi menor (29 minutos). A média geral de permanência foi de 81 minutos, sendo que o período da tarde apresentou uma média geral de 1105 minutos. No mesmo período, a média de permanência dos pacientes que realizaram exame e, ou procedimentos foi de 218 minutos. Os pacientes atendidos pela especialidade ortopedia, no período noturno, apresentaram menor tempo de permanência (36 minutos), enquanto que os da especialidade cirurgia apresentaram uma média de 209 minutos, no período da manhã. O exame de RX correspondeu a 58,67% dos exames realizados, sendo também aquele que demorou menos tempo para ser realizado. O maior tempo de espera para a ) realização de exame foi o de ressonância nuclear magnética (185 minutos). O maior tempo de permanência nos serviços de exames, externos ao Pronto Atendimento, foi observado no setor de ultrassom (72 minutos). Foram realizados 199 procedimentos, sendo que 90% deste foram executados pelos auxiliares de enfermagem. O período da manhã contou com um número menor de auxiliares (4) e apresentou uma média de tempo maior para execução dos procedimentos. Na amostra, 109 pacientes (91%) receberam alta e 10 (8%) necessitaram de internação, sendo que a média de permanência no Pronto Atendimento, para os pacientes encaminhados a unidade de internação, foi de 124 minutos e aqueles que necessitaram de semi-intensiva foi de 216 minutos. Os dados permitiram verificar que o tempo de permanência sofreu variações segundo a especialidade médica, o fluxo seguido pelo paciente, a complexidade dos casos, a necessidade de realização de exames e a necessidade de internação. O trabalho buscou oferecer subsídios para outros estudos de trajetória e permitiu identificar os fatores que podem contribuir para melhoria do fluxo e tempo de permanência de pacientes em unidades de emergência, visando melhorar a qualidade do atendimento.
This study of the internal transit of patients in an Emergency Ward unit had the purpose of characterizing the internal flow of patients, of determining the lenght of stay and of identifying the factors interfering with said time of permanency. The study was conducted in a philanthropic hospital of the city of São Paulo (with approximately 250 beds), during the months of August and September, 1998. The unit where the collection of data took place (Emergency Ward) had four observation beds, and was manned by a nursing team comprised of 1 Head Nurse, 1 on Duty Nurse, 4 Nursing Aid in the morning shift, and 5 Nursing Aid in the afternoon and night shifts. The service provided 4 medical specialties around the clock: pediatrics, medical clinic, surgery and orthopedics. Data was collected by the author, who accompanied 120 patients on site. Forms completed had the purpose of characterizing the personal information on the patients, his path, the examinations and procedures to which he was submitted and the time spent for these, his destination and lenght of stay. The author identified 8 different flows of the patients, which varied according to the complexity of the cases, with the less complex flow corresponding to the shortest time of permanency (29 minutes). The general average time of permanency was of 81 minutes, with the afternoon shift presenting an average time of 105 minutes. Within this same shift, the average time of permanency of patients submitted to examinationand/or other procedures was of 218 minutes. Patients attended in the specality of orthopedics in the night shift presented a shorter time of permanency (36 minutes), while those of the specialty surgery presented an average time of 209 minutes in the morning shift. X-rays examinations corresponded to 58,67% of the examinations performed, and were also the examination which took less time to be performed. The longest waiting time for the performance of examinations corresponded to the nuclear magnetic resonance (185 minutes). The longest time of permanency for examinations outside the service was recorded in the ultrasound area (72 minutes). 199 procedures were performed, 90% of which were done by the Nursing Helpers. The morning shift had a smaller number of helpers (4) and presented a larger average time for the execution of the procedures. Of the sample above, 109 patients (91%) were released and 10 (8%) were sent to hospitalization, with the average time of permanency in the Emergency Ward of those forwarded to the hospitalization unit was of 124 minutes against 216 minutes for those who needed a semi-intensive procedure. Data collected show that the lenght of stay varied according to the medical specialty, the path followed by the patients, the complexity of the cases, the need of undergoing examination and the need of hospitalization. The work tried to other subsidies for other studies on transit, and allowed the identification of factors which may contributefor the improvement of the flow and lenght of stay of the patients in emergency wards, and the improvement of the quality of the services.