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RESUMO Objetivo Investigar as estruturas e funções orofaríngeas de uma população pediátrica com Síndrome de Down (SD) e apneia obstrutiva do sono (AOS) e correlacionar com o índice de apneia/hipopneia (IAH) e questionários do sono. Método 12 Crianças com SD e AOS, entre 4 e 12 anos, foram submetidas à polissonografia (PSG); questionários do sono, Pediatric Sleep Questionnaire (PSQ) e Obstructive Sleep Apnea-18 (OSA-18); e triagem fonoaudiológica por meio do Short Evaluation of Orofacial Myofunctional Protocol (ShOM). Resultados Verificou-se uma correlação positiva entre pontuações mais elevadas no ShOM e o índice de apneia hipopneia (IAH) e entre o ShOM e número de hipopneias. As alterações miofuncionais orofaciais observadas no grupo estudado foram: respiração oral, alteração no tônus e competência labial, na postura de língua em repouso e na deglutição e alteração oclusal. Verificou-se também, um risco aumentado para AOS conforme os questionários do sono, bem como presença de obesidade e sobrepeso, mas sem correlação com a gravidade da AOS. Conclusão Todas as crianças apresentaram alterações miofuncionais orofaciais, sendo que escores mais altos no ShOM, ou seja, um maior comprometimento miofuncional orofacial, estavam associados à maior gravidade de AOS, sugerindo que a avaliação miofuncional orofacial dentro de uma abordagem multidisciplinar pode auxiliar na identificação de fatores de risco para AOS em crianças com SD.
ABSTRACT Purpose To investigate oropharyngeal structures and functions in a pediatric population with Down Syndrome (DS) and obstructive sleep apnea (OSA) and to correlate with the apnea/hypopnea index (AHI) and sleep questionnaires. Methods 12 Children with DS and OSA, between the age of 4 and 12 years old, underwent polysomnography (PSG); sleep questionnaires, Pediatric Sleep Questionnaire (PSQ) and Obstructive Sleep Apnea-18 (OSA-18); and speech-language evaluation using the Short Evaluation of Orofacial Myofunctional Protocol (ShOM). Results There was a positive correlation between ShoM higher scores and the apnea-hypopnea index (AHI) and between ShoM and the number of hypopneas. The orofacial myofunctional alterations observed in the studied group were: oral breathing, alteration in lip tonus and competence, tongue posture at rest and in swallowing, and occlusal alteration. There was also an increased risk for OSA according to the sleep questionnaires, as well as the presence of obesity and overweight, but without correlation with the severity of OSA. Conclusion All DS children show alterations in orofacial characteristics, higher scores being associated to severe OSA. Orofacial myofunctional evaluation may help to identify different phenotypes in Down syndrome children with Obstructive sleep Apnea, enhancing the need for a multidisciplinary approach.
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ABSTRACT Objective: This study aimed to evaluate whether the therapeutic use of caffeine for premature newborns is associated with changes in sleep habits and the presence of obstructive sleep apnea in childhood. Methods: This is a cross-sectional single-center study in which the caretakers of 87 children aged 5-10 years, born full-term or preterm, treated or not with caffeine in the neonatal period, answered questionnaires to screen for obstructive sleep apnea (Pediatric Obstructive Sleep Apnea Screening Tool [PosaST]) and to characterize the sleep habits (Children's Sleep Habits Questionnaire [CSHQ]) of their children. ANOVA and linear regression tests were performed to verify possible differences between the groups. Results: Children born prematurely who were treated with caffeine woke up significantly later on weekdays than those born at term (09h±00h58 and 07h43±1h15, respectively, p=0.022) and had longer total daily sleep time also compared to those born at term (10h24±1h08 and 09h29±1h08, respectively, p<0.001). There was no significant difference between the three groups in overall PosaST and CSHQ scores. Conclusions: Caffeine use in the neonatal period did not impair sleep habits later in life and did not lead to increased obstructive sleep apnea scores in prematurely born children compared to those born at term.
RESUMO Objetivo: Avaliar se o uso terapêutico de cafeína para recém-nascidos prematuros se associa a alterações nos hábitos de sono e à presença de apneia obstrutiva do sono na infância. Métodos: Este é um estudo unicêntrico transversal no qual os responsáveis por 87 crianças com idades entre cinco e dez anos, nascidas a termo ou pré-termo e tratadas ou não com cafeína no período neonatal responderam a questionários para triagem de apneia obstrutiva do sono (Pediatric Obstructive Sleep Apnea Screening Tool - PosaST) e para a caracterização dos hábitos de sono (Children's Sleep Habits Questionnaire - CSHQ) de seus filhos. Foram realizados testes de variância (ANOVA) e de regressão linear para verificar possíveis diferenças entre os grupos. Resultados: As crianças nascidas prematuras que foram tratadas com cafeína acordaram significativamente mais tarde nos dias de semana do que as nascidas a termo (09h±00h58 e 07h43±1h15, respectivamente, p=0,022) e tiveram maior tempo total de sono diário também comparadas às nascidas a termo (10h24±1h08 e 09h29±1h08, respectivamente, p<0,001). Não houve diferença significativa entre os três grupos na pontuação geral dos questionários PosaST e CSHQ. Conclusões: O uso de cafeína no período neonatal não prejudicou tardiamente os hábitos de sono e não levou ao aumento dos escores de apneia obstrutiva do sono de crianças nascidas prematuras quando comparadas com crianças nascidas a termo.
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RESUMO Objetivo Identificar e correlacionar as queixas de alterações miofuncionais orofaciais e de risco para distúrbios respiratórios do sono com hábitos de sono na infância. Método Participaram 71 pais ou responsáveis de crianças de 6 a 11 anos, matriculadas em uma escola pública. Foi aplicado um formulário com questões semiestruturadas/anamnese e os protocolos Nordic Orofacial Test-Screening - entrevista, Pediatric Obstructive Sleep Apnea Screening Tool Questionnaire, e Children's Sleep Habits Questionnaire - todos em suas versões em português/Brasil no formato online. Para a análise estatística, realizou-se o teste de correlação de Spearman, considerando o nível de significância de 5%. Resultados 29 crianças eram do sexo feminino (40,8%) e 42 do sexo masculino (59,2%), com média de idade de 8,52 anos. As queixas miofuncionais orofaciais encontradas foram relacionadas às funções de respiração (35,2%), mastigação e deglutição (32,4%) e hábitos deletérios (33,8%). Todas as crianças apresentaram um baixo risco para distúrbios respiratórios do sono e quanto aos hábitos de sono, 23 crianças (32,39%) apresentaram uma somatória menor, enquanto que 48 crianças (67,61%) ultrapassaram 41 pontos. Conclusão Houve correlação entre risco para distúrbios respiratórios do sono em crianças com as queixas de alterações miofuncionais orofaciais e com a baixa qualidade/maus hábitos de sono.
ABSTRACT Purpose To identify orofacial myofunctional complaints and sleep-disordered breathing and correlate them with sleep habits in childhood. Methods The study included 71 parents/guardians of public school children aged 6 to 11 years. They answered a form with semi-structured medical history questions and the Nordic Orofacial Test-Screening - interview, the Pediatric Obstructive Sleep Apnea Screening Tool Questionnaire, and the Children's Sleep Habits Questionnaire - all of them in their Portuguese/Brazilian versions in an online format. Statistical analyses used Spearman's correlation, setting the significance level at 5%. Results There were 29 female children (40.8%) and 42 male ones (59.2%), with a mean age of 8.52 years. The study found orofacial myofunctional complaints related to breathing functions (35.2%), chewing and swallowing (32.4%), and deleterious habits (33.8%). All children were at a low risk of sleep-disordered breathing. As for sleep habits, 23 children (32.39%) had a lower total score, whereas 48 children (67.61%) exceeded 41 points. Conclusion There was a correlation between the risk of sleep-disordered breathing in children with complaints of orofacial myofunctional disorders and poor sleep quality/habits.
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Abstract Professional drivers show a higher prevalence of obstructive sleep apnea (OSA) compared with the general population. OSA has been widely associated with an increased risk of traffic accidents. This article aims to investigate the presence of risk factors for OSA, its prevalence and the value of screening tools in a truck drivers' cohort. Descriptive and analytical prospective study. Demographic, anthropometric, Epworth Sleepiness Scale, STOP-Bang and Berlin Questionnaire were used to select subjects with suspicion of OSA. Polysomnography (PSG) was performed in individuals with positive screening. Mean age was 44.6±7 years, mean body mass index was 28.7±4 kg/m². Of the 281 truck drivers screened, 88 were positive for potential OSA. Of these, 63 completed PSG study and the diagnosis was confirmed in 85.7% (prevalence of 19.2%). The following variables showed a positive correlation with the apnea-hypopnea index: neck circumference and STOP-Bang. The combination of a predominantly male population, obesity, age distribution and lifestyle could account for the high prevalence of OSA in this specific population. Questionnaires proved to be a valuable screening tool. Screening, treatment, and management of OSA should be a priority as a public safety policy.
Resumo A prevalência de Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) em motoristas profissionais é superior à da população geral e esta tem sido amplamente associada ao risco aumentado de acidentes rodoviários. Este artigo tem por objetivos investigar fatores de risco de SAOS, estimar a sua prevalência e o valor de instrumentos de rastreio numa amostra de motoristas de pesados. Estudo prospetivo descritivo e analítico. Rastreio realizado com recurso a dados demográficos, antropométricos, Escala de Sonolência de Epworth, STOP-Bang e Questionário de Berlim. Nos indivíduos com rastreio positivo foi realizada polissonografia (PSG). A idade média era de 44,6±7 anos, índice de massa corporal 28,7±4 kg/m². Dos 281 motoristas incluídos, 88 apresentavam risco elevado de SAOS. Destes, 63 realizaram PSG, com confirmação diagnóstica em 85,7% (prevalência de 19,2%). O perímetro cervical e STOP-Bang apresentaram correlação positiva com o índice de apneia-hipopneia. A combinação de género predominantemente masculino, obesidade, distribuição de idade e estilo de vida pode justificar a elevada prevalência de SAOS nesta população. O uso de questionários é uma medida eficaz de rastreio. Nos motoristas, o rastreio e tratamento de SAOS deveria ser uma medida de saúde pública prioritária.
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ABSTRACT Introduction: Obstructive sleep apnea (OSA) affects an important part of the population and is characterized by recurrent total or partial obstruction of the upper airway (UA) during sleep, negatively affecting the quality of life of patients in the short and long terms, and constituting an important public health problem for the society. The field of expertise of orthodontists is closely related to the UA, placing them in a strategic position to diagnose air passage failures and intervene when necessary. Orthodontists, as health professionals, must know how to recognize respiratory problems and manage them appropriately, when indicated. Objective: Thus, this paper aims to review and critically evaluate the related literature, to provide orthodontists with updated knowledge on the diagnosis and therapy related to OSA. Science and technology are constantly evolving; thus, the literature was also reviewed considering new technologies available in consumer-targeted applications and devices for the diagnosis, monitoring, and treatment of sleep-disordered breathing.
RESUMO Introdução: A apneia obstrutiva do sono (AOS) afeta uma importante parcela da população e caracteriza-se pela obstrução total ou parcial recorrente da via aérea superior (VAS) durante o sono, o que afeta negativamente a qualidade de vida dos pacientes no curto prazo e no longo prazo, e constitui importante problema de saúde pública para a sociedade. A área de atuação do ortodontista está em íntima relação com a VAS, o que o coloca em uma posição estratégica para diagnosticar falhas na passagem de ar e intervir quando necessário. É imperativo que o ortodontista, como profissional da saúde, saiba reconhecer problemas respiratórios e manejá-los de maneira apropriada, quando indicado. Objetivo: O objetivo desse artigo é revisar e avaliar criticamente a literatura pertinente, para proporcionar ao ortodontista conhecimento atualizado sobre o diagnóstico e terapêutica relacionados à AOS. Ciência e tecnologia estão em constante evolução; portanto, a literatura também foi revisada considerando as novas tecnologias disponíveis em aplicativos e dispositivos direcionados aos consumidores para o diagnóstico, monitoramento e tratamento dos distúrbios respiratórios do sono.
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ABSTRACT Objective: The Mallampati classification system has been used to predict obstructive sleep apnea (OSA). Upper airway soft tissue structures are prone to fat deposition, and the tongue is the largest of these structures. Given that a higher Mallampati score is associated with a crowded oropharynx, we hypothesized that the Mallampati score is associated with tongue volume and an imbalance between tongue and mandible volumes. Methods: Adult males underwent clinical evaluation, polysomnography, and upper airway CT scans. Tongue and mandible volumes were calculated and compared by Mallampati class. Results: Eighty patients were included (mean age, 46.8 years). On average, the study participants were overweight (BMI, 29.3 ± 4.0 kg/m2) and had moderate OSA (an apnea-hypopnea index of 26.2 ± 26.7 events/h). Mallampati class IV patients were older than Mallampati class II patients (53 ± 9 years vs. 40 ± 12 years; p < 0.01), had a larger neck circumference (43 ± 3 cm vs. 40 ± 3 cm; p < 0.05), had more severe OSA (51 ± 27 events/h vs. 24 ± 23 events/h; p < 0.01), and had a larger tongue volume (152 ± 19 cm3 vs. 135 ± 18 cm3; p < 0.01). Mallampati class IV patients also had a larger tongue volume than did Mallampati class III patients (152 ± 19 cm3 vs. 135 ± 13 cm3; p < 0.05), as well as having a higher tongue to mandible volume ratio (2.5 ± 0.5 cm3 vs. 2.1 ± 0.4 cm3; p < 0.05). The Mallampati score was associated with the apnea-hypopnea index (r = 0.431, p < 0.001), BMI (r = 0.405, p < 0.001), neck and waist circumference (r = 0.393, p < 0.001), tongue volume (r = 0.283, p < 0.001), and tongue/mandible volume (r = 0.280, p = 0.012). Conclusions: The Mallampati score appears to be influenced by obesity, tongue enlargement, and upper airway crowding.
RESUMO Objetivo: A classificação de Mallampati tem sido usada para prever a apneia obstrutiva do sono (AOS). As estruturas de tecidos moles das vias aéreas superiores são propensas a deposição de gordura, sendo a língua a maior dessas estruturas. Como existe uma relação entre um grau mais elevado na classificação de Mallampati e maior obstrução da orofaringe, aventamos a hipótese de que a classificação de Mallampati está relacionada com o volume da língua e com um desequilíbrio entre o volume da língua e o da mandíbula. Métodos: Homens adultos foram submetidos a avaliação clínica, polissonografia e TC das vias aéreas superiores. O volume da língua e o volume da mandíbula foram calculados e comparados conforme a classificação de Mallampati. Resultados: Foram incluídos 80 pacientes (média de idade: 46,8 anos). Em média, os participantes do estudo apresentavam sobrepeso (IMC = 29,3 ± 4,0 kg/m2) e AOS moderada (índice de apneias e hipopneias = 26,2 ± 26,7 eventos/h). Os pacientes da classe IV de Mallampati eram mais velhos que os da classe II (53 ± 9 anos vs. 40 ± 12 anos; p < 0,01) e apresentavam maior circunferência do pescoço (43 ± 3 cm vs. 40 ± 3 cm; p < 0,05), AOS mais grave (51 ± 27 eventos/h vs. 24 ± 23 eventos/h; p < 0,01) e maior volume da língua (152 ± 19 cm3 vs. 135 ± 18 cm3; p < 0,01). Os pacientes da classe IV de Mallampati também apresentavam maior volume da língua que os da classe III (152 ± 19 cm3 vs. 135 ± 13 cm3; p < 0,05), bem como maior relação entre o volume da língua e o da mandíbula (2,5 ± 0,5 cm3 vs. 2,1 ± 0,4 cm3; p < 0,05). A classificação de Mallampati apresentou relação com o índice de apneias e hipopneias (r = 0,431, p < 0,001), o IMC (r = 0,405, p < 0,001), a circunferência do pescoço e da cintura (r = 0,393, p < 0,001), o volume da língua (r = 0,283, p < 0,001) e o volume da língua/volume da mandíbula (r = 0,280, p = 0,012). Conclusões: A classificação de Mallampati aparentemente é influenciada pela obesidade, aumento da língua e maior obstrução das vias aéreas superiores.
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ABSTRACT Objective: Obstructive sleep apnea (OSA) is a highly prevalent chronic disease, associated with morbidity and mortality. Although effective treatment for OSA is commercially available, their provision is not guaranteed by lines of care throughout Brazil, making legal action necessary. This study aimed at presenting data related to the volume of legal proceedings regarding the access to diagnosis and treatment of OSA in Brazil. Methods: This was a descriptive study of national scope, evaluating the period between January of 2016 and December of 2020. The number of lawsuits was analyzed according to the object of the demand (diagnosis or treatment). Projections of total expenses were carried out according to the number of lawsuits. Results: We identified 1,462 legal proceedings (17.6% and 82.4% related to diagnosis and treatment, respectively). The projection of expenditure for OSA diagnosis in the public and private spheres were R$575,227 and R$188,002, respectively. The projection of expenditure for OSA treatment in the public and private spheres were R$2,656,696 and R$253,050, respectively. There was a reduction in the number of lawsuits between 2017 and 2019. Conclusions: Legal action as a strategy for accessing diagnostic and therapeutic resources related to OSA is a recurrent practice, resulting in inefficiency and inequity. The reduction in the number of lawsuits between 2017 and 2019 might be explained by the expansion of local health care policies or by barriers in the journey of patients with OSA, such as difficulties in being referred to specialized health care and low availability of diagnostic resources.
RESUMO Objetivo: A apneia obstrutiva do sono (AOS) é uma doença crônica altamente prevalente, associada a morbidade e mortalidade. Embora tratamentos efetivos para a AOS estejam disponíveis comercialmente, seu fornecimento não é garantido pelos fluxos de atendimento em todo o Brasil, tornando necessária a judicialização. Este estudo teve como objetivo apresentar dados referentes ao volume de processos judiciais relacionados ao acesso ao diagnóstico e tratamento da AOS no Brasil. Métodos: Estudo descritivo de abrangência nacional, avaliando o período entre janeiro de 2016 e dezembro de 2020. O número de demandas judiciais foi analisado de acordo com o objeto da demanda (diagnóstico ou tratamento). As projeções das despesas totais foram realizadas de acordo com o número de demandas judiciais. Resultados: Foram identificados 1.462 processos judiciais (17,6% e 82,4% referentes a diagnóstico e tratamento, respectivamente). A projeção dos gastos com o diagnóstico da AOS nas esferas pública e privada foi de R$ 575.227 e R$ 188.002, respectivamente. A projeção dos gastos com o tratamento da AOS nas esferas pública e privada foi de R$ 2.656.696 e R$ 253.050, respectivamente. Houve redução do número de demandas judiciais entre 2017 e 2019. Conclusões: A judicialização como estratégia de acesso a recursos diagnósticos e terapêuticos relacionados à AOS é uma prática recorrente, resultando em ineficiência e iniquidade. A redução do número de demandas judiciais entre 2017 e 2019 pode ser explicada pela expansão das políticas locais de saúde ou por barreiras na jornada dos pacientes com AOS, como dificuldades de encaminhamento para atendimento especializado e a baixa disponibilidade de recursos diagnósticos.
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Objective Purpose: To assess the influence of sleep disorders on temporal and jaw pain in the morning in adults and elderly people. Methods: Population-based study with representative individuals aged 18 years or over. Individuals were selected using a multistage sampling procedure. The outcomes of morning jaw pain and morning temporal pain were assessed. Sleep bruxism, obstructive sleep apnea, and sleep quality were evaluated as exposure variables. Adjusted analysis was conducted using Poisson regression. All analysis was sex stratified. Results: 820 individuals were studied. Female with sleep bruxism were 1.37 times more likely to have morning temporal pain (p=0.041). Male and female with bruxism had a prevalence 160% and 97%, respectively, higher of morning jaw pain (male: p=0.003; female: p<0.001). Women with obstructive sleep apnea were 1.52 times more likely to have morning temporal pain (p=0.023). Men with poor sleep quality had a prevalence 190% higher of morning temporal pain (p=0.005). Conclusion: Morning craniofacial pain is more frequent in individuals with sleep disorders, and there are differences between sexes. Since more than one sleep disorder can be present in the same individual, studies that adjust the analyses for possible confounders are important to avoiding possible overlap between them.
RESUMO Objetivo: Avaliar a influência dos distúrbios do sono nas dores temporais e mandibulares pela manhã em adultos e idosos. Métodos: Estudo de base populacional realizado com uma amostra representativa de indivíduos com 18 anos ou mais. Os participantes foram selecionados por meio de um processo amostral com múltiplos estágios. Os desfechos avaliados foram a dor matinal na mandíbula e a dor temporal matinal. Apneia obstrutiva do sono, bruxismo do sono e qualidade do sono foram as variáveis de exposição avaliadas. Análise ajustada foi realizada através da Regressão de Poisson e todas as análises foram estratificadas por sexo. Resultados: Foram estudados 820 indivíduos. Mulheres com bruxismo do sono tiveram 1,37 vezes mais chance de ter dor temporal matinal (p=0,041). Homens e mulheres com bruxismo tiveram uma prevalência 160% e 97%, respectivamente, maior de dor matinal na mandíbula (homens: p=0,003; mulheres: p<0,001). Mulheres com apneia obstrutiva do sono tiveram 1,52 vezes mais chance de ter dor temporal matinal (p=0,023). Homens com má qualidade do sono tiveram prevalência 190% maior de dor temporal matinal (p=0,005). Conclusão: Dor craniofacial matinal é mais frequente em indivíduos com distúrbios do sono e há diferenças entre os sexos. Uma vez que mais de um distúrbio do sono pode estar presente no mesmo indivíduo, estudos que ajustem as análises para possíveis confundidores são importantes para evitar uma possível sobreposição entre eles.
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ABSTRACT Obstructive sleep apnea (OSA) is a public health problem with a great economic impact. It is estimated that the prevalence of patients with OSA ranges from 4% to 6% of men and 2% to 4% of women in the general population. Strong evidence suggests that both sleep disorders and heart failure (HF) are related. Continuous positive airway pressure (CPAP) is the gold standard non-pharmacological treatment for this population. However, there is still a gap in the literature and its effects in patients with OSA and HF are not entirely clear. This study aimed to evaluate, by randomized clinical trials, the effects of positive pressure on cardiorespiratory function in patients with OSA and HF. Randomized clinical trials were included, with publication in the MEDLINE, PEDro, Cochrane Library, SciELO and PubMed databases and the risk bias was assessed using the PEDro scale. Six articles were included in this study, involving 165 participants. Our findings demonstrate that CPAP in the treatment of OSA in patients with HF promotes an increase in left ventricular ejection fraction, oxygen saturation and a reduction in blood pressure, apnea/hypopnea indices and awakenings from sleep during the night. We conclude that treatment with CPAP promotes an improvement in cardiorespiratory outcomes in patients with OSA and HF, improving the prognosis and reducing the risk of sudden death. However, their data must be cautiously interpreted considering the bias of the studies and their limitations.
RESUMEN La apnea obstructiva del sueño (APS) es un problema de salud pública con gran impacto económico. Se estima que la prevalencia de portadores de AOS es del 4% al 6% en los hombres y del 2% al 4% en las mujeres en la población general. Existe una fuerte evidencia de que tanto los trastornos del sueño como la insuficiencia cardíaca (IC) tienen una asociación entre sí. La presión positiva continua en las vías respiratorias (CPAP) es el tratamiento no farmacológico estándar de oro para esta población. Sin embargo, aún existe un vacío en la literatura y sus efectos en pacientes con AOS e IC no están del todo claros. Ante esto, el objetivo de este estudio es evaluar, mediante ensayos clínicos aleatorizados, los efectos de la CPAP sobre la función cardiorrespiratoria en pacientes con AOS e IC. Se incluyeron seis ensayos clínicos aleatorizados, con publicación en las bases de datos MEDLINE, PEDro, Cochrane Library, SciELO y PubMed, con un total de 165 participantes. El riesgo de sesgo se evaluó mediante la escala PEDro. Nuestros hallazgos demuestran que la CPAP en el tratamiento de la AOS en pacientes con IC promueve un aumento de la fracción de eyección del ventrículo izquierdo y de la saturación de oxígeno, y una reducción de la presión arterial, de los índices de apnea/hipopnea y de los despertares nocturnos. Se concluye que el tratamiento con CPAP promueve una mejora en los resultados cardiorrespiratorios en pacientes con AOS e IC, mejorando el pronóstico y reduciendo el riesgo de muerte súbita. Sin embargo, sus datos deben interpretarse con cautela considerando el sesgo de los estudios y sus limitaciones.
RESUMO A apneia obstrutiva do sono (AOS) é um problema de saúde pública de grande impacto econômico. Estima-se que a prevalência de portadores de AOS seja de 4% a 6% entre os homens e de 2% a 4% entre as mulheres da população em geral. Há fortes evidências de que os distúrbios do sono e a insuficiência cardíaca (IC) estão relacionados. A pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) é o tratamento não farmacológico padrão ouro para essa população. No entanto, ainda há uma lacuna na literatura, e seus efeitos em pacientes com AOS e IC não estão plenamente estabelecidos. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar através da revisão de ensaios clínicos randomizados os efeitos da CPAP na função cardiorrespiratória em pacientes com AOS e IC. Foram incluídos seis ensaios clínicos randomizados, publicados nas bases de dados MEDLINE, PEDro, Cochrane Library, SciELO e PubMed, totalizando 165 participantes. O risco de viés foi avaliado através da escala PEDro. Nossos achados demonstraram que a CPAP no tratamento da AOS em pacientes com IC promove um aumento da fração de ejeção do ventrículo esquerdo e da saturação de oxigênio e uma redução da pressão arterial, dos índices de apneia/hipopneia e dos despertares durante a noite. Concluímos que o tratamento com CPAP promove uma melhora nos desfechos cardiorrespiratórios em pacientes com AOS e IC, beneficiando o prognóstico e reduzindo os riscos de morte súbita. Porém, os resultados devem ser interpretados com cautela, considerando o viés dos estudos e suas limitações.
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ABSTRACT Objective: To compare patients with chronic hypersensitivity pneumonitis (cHP) and controls with normal spirometry in terms of their sleep characteristics, as well as to establish the prevalence of obstructive sleep apnea (OSA) and nocturnal hypoxemia. Secondary objectives were to identify factors associated with OSA and nocturnal hypoxemia; to correlate nocturnal hypoxemia with the apnea-hypopnea index (AHI) and lung function, as well as with resting SpO2, awake SpO2, and SpO2 during exercise; and to evaluate the discriminatory power of sleep questionnaires to predict OSA. Methods: A total of 40 patients with cHP (cases) were matched for sex, age, and BMI with 80 controls, the ratio of controls to cases therefore being = 2:1. The STOP-Bang questionnaire, the Epworth Sleepiness Scale (ESS), the Pittsburgh Sleep Quality Index, the Berlin questionnaire and the Neck circumference, obesity, Snoring, Age, and Sex (NoSAS) score were applied to all cases, and both groups underwent full-night polysomnography. Results: The patients with cHP had longer sleep latency, lower sleep efficiency, a lower AHI, a lower respiratory disturbance index, fewer central apneas, fewer mixed apneas, and fewer hypopneas than did the controls. The patients with cHP had significantly lower nocturnal SpO2 values, the percentage of total sleep time spent below an SpO2 of 90% being higher than in controls (median = 4.2; IQR, 0.4-32.1 vs. median = 1.0; IQR, 0.1-5.8; p = 0.01). There were no significant differences between cases with and without OSA regarding the STOP-Bang questionnaire, NoSAS, and ESS scores. Conclusions: The prevalence of OSA in cHP patients (cases) was high, although not higher than that in controls with normal spirometry. In addition, cases had more hypoxemia during sleep than did controls. Our results suggest that sleep questionnaires do not have sufficient discriminatory power to identify OSA in cHP patients.
RESUMO Objetivo: Comparar pacientes com pneumonite de hipersensibilidade crônica (PHc) e controles com espirometria normal quanto às características do sono, bem como estabelecer a prevalência de apneia obstrutiva do sono (AOS) e hipoxemia noturna. Os objetivos secundários foram identificar fatores associados à AOS e hipoxemia noturna; correlacionar a hipoxemia noturna com o índice de apneias e hipopneias (IAH), função pulmonar, SpO2 em repouso, SpO2 em vigília e SpO2 durante o exercício; e avaliar o poder discriminatório de questionários do sono para predizer AOS. Métodos: Um total de 40 pacientes com PHc (casos) foram emparelhados por sexo, idade e IMC com 80 controles (2:1). O questionário STOP-Bang, a Escala de Sonolência de Epworth (ESE), o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh, o questionário de Berlim e o escore Neck circumference, obesity, Snoring, Age, and Sex (NoSAS, circunferência do pescoço, obesidade, ronco, idade e sexo) foram aplicados a todos os casos, e ambos os grupos foram submetidos a polissonografia de noite inteira. Resultados: Os pacientes com PHc apresentaram maior latência do sono, menor eficiência do sono, menor IAH, menor índice de distúrbio respiratório, menos apneias centrais, menos apneias mistas e menos hipopneias do que os controles. Os pacientes com PHc apresentaram SpO2 noturna significativamente menor; a porcentagem do tempo total de sono com SpO2 < 90% foi maior que nos controles (mediana = 4,2; IIQ: 0,4-32,1 vs. mediana = 1,0; IIQ: 0,1-5,8; p = 0,01). Não houve diferenças significativas entre os casos com e sem AOS quanto à pontuação no questionário STOP-Bang, no NoSAS e na ESE. Conclusões: A prevalência de AOS em pacientes com PHc (casos) foi alta, embora não tenha sido maior que a observada em controles com espirometria normal. Além disso, os casos apresentaram mais hipoxemia durante o sono do que os controles. Nossos resultados sugerem que os questionários do sono não têm poder discriminatório suficiente para identificar AOS em pacientes com PHc.
RESUMEN
A apneia obstrutiva do sono (AOS) pediátrica é um distúrbio respiratório, caracterizado por episódios recorrentes de obstrução das vias aéreas superiores. Muitas pesquisas evidenciam déficits relacionados aos distúrbios do sono, como dificuldade em atenção, memória, habilidades visuomotoras e funções executivas. A patogênese das comorbidades associadas à AOS está ligada à hipoxemia e às fragmentações no sono. A AOS infantil afeta negativamente resultados de testes neuropsicológicos, que incluem habilidades de linguagem expressiva e receptiva. A principal conduta terapêutica citada na literatura é cirúrgica, porém existem outras alternativas. A polissonografia (PSG) é o exame padrão para diagnóstico, e define a gravidade da doença, além de registrar outros parâmetros fisiológicos relacionados à arquitetura do sono. Por meio desse exame, foram selecionadas crianças com AOS para realizar um teste neuropsicológico e associar os resultados de ambos. A presente dissertação apresentará dois estudos, um de revisão de literatura e um estudo observacional transversal. OBJETIVOS: o objetivo do primeiro estudo é realizar uma revisão da literatura sobre a presença de déficits neuropsicológicos em crianças com apneia do sono; e o objetivo do segundo estudo é pesquisar crianças do ensino fundamental, diagnosticadas com AOS, por meio da associação dos seus resultados de um teste neuropsicológico, com seus respectivos dados polissonográficos. MÉTODOS: para o primeiro estudo foi realizada uma revisão integrativa da literatura, buscando publicações dos últimos dez anos que descreveram aspectos neuropsicológicos de crianças, de 6 a 12 anos, com AOS. Para o segundo estudo, observacional analítico transversal, a amostra incluiu 17 crianças, faixa etária entre 6 e 12 anos, com diagnóstico de AOS e sem comorbidades associadas, tais como síndromes genéticas e alterações craniofaciais. O diagnóstico de AOS foi feito com PSG, realizada em laboratório de sono. Nessa instituição, foram selecionados os laudos e contactadas as famílias para aplicação do teste NEUPSILIN-Inf, em um único encontro. Em seguida, realizou-se análise estatística descritiva, por meio do teste Mann-Whitney associando as variáveis explicativas (tarefas neuropsicológicas) e os desfechos (dados da PSG). RESULTADOS: os resultados são apresentados por meio da produção de dois artigos científicos. O Estudo 1, que é apresentado pelo artigo de revisão de literatura, consistiu em 21 artigos, selecionados entre 219 artigos encontrados em bases de dados. Foram incluídos ensaios clínicos randomizados, revisões da literatura, estudos transversais e de coorte. Dificuldade em atenção, memória e habilidades visuomotoras, verbais e funções executivas foram alterações neuropsicológicas, associadas a distúrbios do sono, destacadas nas pesquisas selecionadas. O segundo estudo incluiu avaliação neuropsicológica de crianças na faixa etária citada, associação entre os resultados do teste e dados polissonográficos. Valores significativos entre o índice de dessaturação inadequado e déficits de linguagem oral e escrita foram encontrados, evidenciando que prejuízos na qualidade de sono podem afetar negativamente habilidades neuropsicológicas. CONCLUSÃO: a AOS pode causar déficits neuropsicológicos relacionados à atenção, à memória declarativa, às funções executivas e às habilidades de linguagem. Na análise estatística foram encontrados valores significativos entre o índice de dessaturação inadequado e déficits de linguagem oral e escrita. Tais quadros podem ser amenizados com tratamento adequado, porém a relação entre dados diagnósticos e prognósticos carece de mais evidências. É de suma importância a abordagem preventiva e interdisciplinar de crianças com queixas respiratórias de sono para definir melhor intervenção, otimizar desempenho escolar e qualidade de vida das crianças com esse diagnóstico.
To elaborate a bibliographical review on neuropsychological deficits in children with sleep apnea. METHODS: An integrative review on theoretical literature was used to achieve the purpose, analyzing, thereby, specific literature from the last ten years describing neuropsychological aspects of children with sleep apnea. Database consulted were: "Portal Regional da Biblioteca Virtual de Saúde", "PubMed", "Portal CAPES", "PEDro" and "OTseeker". RESULTS: The sample has 21 selected articles, selected from a population of 219 articles found on the databases. Randomized clinical trials, bibliographical reviews, cross- sectional and cohort studies were included. Both Redundant publications or articles that did not specify for age or focused on comorbidities were not considered. Most of the surveys evidenced the existence of neuropsychological changes related to sleep disturbance, which could cause difficulties at paying attention. Memorization and visual motor, speech and executive functions were compromised. Pathogenesis of comorbidities related to obstructive sleep apnea are caused by hypoxemia and sleep interruptions. Surgery is the main medical intervention mentioned in the literature, since there was no other research so far exploring other possibilities to solve these neuropsychological deficits. CONCLUSION: Articles indicate that sleep apnea can cause neuropsychological deficits on attention, memory, and executive functions. In addition, these articles suggests that this situation could be softened with proper treatment, although prognosis and diagnosis data need further evidence.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Niño , Apnea Obstructiva del Sueño , Diagnóstico , Fonoaudiología , NeuropsicologíaRESUMEN
Abstract Objective We evaluated the association between the triglyceride-glucose (TG) index, a marker of insulin resistance, and obstructive sleep apnoea (OSA) severity in patients without diabetes mellitus, obesity, and metabolic syndrome. Methods This retrospective cohort study included 1,527 patients. We used univariate and multivariate analyses to identify the independent predictors associated with OSA. Results Most patients were males (81.5%) with a mean age of 43.9 ± 11.1 (15-90) years. Based on the apnoea-hypopnea index (AHI), 353 (23.1%) patients were included in the control group, whereas 32.4%, 23.5%, and 21% had mild, moderate, and severe OSA, respectively. The TG index values demonstrated significant associations with OSA patients compared with the control group (p = 0.001). In addition, the mean values of the oxygen desaturation index (ODI), AHI, minimum oxygen saturation, and total sleep time percentage with saturation below 90% demonstrated statistically significant differences among the TG index groups (p: 0.001; p:0.001; p:0.001; p:0.003). The optimal TG index cutoff value to predict OSA was 8.615 (AUC = 0.638, 95% CI = 0.606-0.671, p = 0.001). In multivariate logistic regression analysis, after adjusting for age, sex, and body mass index, the TG index was independently associated with OSA patients. Conclusion The TG index is independently associated with increased risk for OSA. This indicates that this index, a marker for disease severity, can be used to identify severe OSA patients on waiting lists for PSG.
Resumo Objetivo Avaliamos a associação entre o índice triglicerídeos-glicose (TG), um marcador de resistência à insulina, e a gravidade da apneia obstrutiva do sono (AOS) em pacientes sem diabetes mellitus, obesidade e síndrome metabólica. Métodos Este estudo de coorte retrospectivo incluiu 1.527 pacientes. Utilizamos análises univariadas e multivariadas para identificar os preditores independentes associados à AOS. Resultados A maioria dos pacientes era do sexo masculino (81,5%) com idade média de 43,9 ± 11,1 anos (15-90). Com base no índice apneia-hipopneia (IAH), 353 (23,1%) pacientes foram incluídos no grupo de controle, enquanto 32,4%, 23,5% e 21% tinham AOS leve, moderada e grave, respectivamente. Os valores do índice TG demonstraram associações significativas com pacientes com AOS em comparação com o grupo de controle (p = 0,001). Além disso, os valores médios do índice de dessaturação de oxigênio (IDO), IAH, saturação mínima de oxigênio e porcentagem de tempo total de sono com saturação abaixo de 90% demonstraram diferenças estatisticamente significativas entre os grupos de índice TG (p = 0,001; p = 0,001; p = 0,001; p = 0,003). O valor de corte ideal do índice TG para prever a AOS foi de 8,615 (AUC=0,638, IC de 95% = 0,606-0,671, p = 0,001). Na análise de regressão logística multivariada, após o ajuste para idade, sexo e índice de massa corporal, o índice TG foi independentemente associado a pacientes com AOS. Conclusão O índice TG está independentemente associado a um maior risco de AOS. Isso indica que este índice, um marcador de gravidade da doença, pode ser usado para identificar pacientes com AOS grave em listas de espera para polissonografia.
RESUMEN
Introdução: A apneia obstrutiva do sono (AOS) é o distúrbio respiratório do sono mais comum. O treino muscular respiratório tem surgido como uma intervenção promissora para a melhora dos sintomas e com boa adesão, porém muito ainda se tem discutido sobre sua efetividade e segurança. Objetivo: Avaliar a efetividade e segurança do TMR no tratamento de pacientes com AOS. Métodos: Para tanto, realizaremos uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados (ECR). O protocolo do estudo foi registrado na Plataforma Prospero (CRD42018096980). Incluiremos indivíduos de idade superior ou igual a 18 anos, com diagnóstico de AOS, em uso ou não de pressão positiva nas vias aéreas. Excluiremos estudos com pacientes diagnosticados com lesão da medula espinhal ou doenças neuromusculares. As buscas serão realizadas nas bases de dados: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline) via Pubmed, Excerpta Medica dataBASE (Embase) via Elsevier, Cochrane Central Register of Controlled Trials (Central) via Cochrane Library, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) via Portal da Biblioteca Virtual em Saúde e Physiotherapy Evidence Database (PEDro), sem restrições de idioma ou ano de publicação. Avaliaremos o rigor metodológico dos estudos incluídos e a certeza da evidência dos principais desfechos da revisão sistemática utilizando a ferramenta Risco de Viés 2.0 da Cochrane e a abordagem Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation (GRADE), respectivamente. A seleção dos estudos, extração de dados, avaliação do viés dos estudos incluídos e avaliação da certeza da evidência serão realizados por dois pesquisadores independentes. Resultados esperados: Espera-se que os resultados desta revisão forneçam informações úteis para a tomada de decisão clínica, exponham lacunas de conhecimento, assim como forneçam um bom embasamento para futuros ECR de alta qualidade sobre o assunto.
RESUMEN
Objetivos: avaliar a prevalência do risco da Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono e seus fatores associados em idosos da comunidade atendidos em uma academia-escola universitária. Métodos: trata-se de estudo epidemiológico transversal, realizado com idosos participantes do Projeto da Terceira Idade da Universidade de Rio Verde, realizado entre abril e maio de 2019. A coleta de dados foi executada por meio da aplicação de questionário composto por avaliação sociodemográfica, antropométrica, das condições prévias de saúde, de autopercepção de saúde, de sonolência diurna excessiva, da qualidade do sono, além da avaliação de risco para desenvolver Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono. Resultados: entre os 75 indivíduos analisados, 50,7% apresentaram risco de Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono. Obesidade (p=0,001), aumento da circunferência de pescoço (p=0,004), baixo nível socioeconômico (p=0,034), baixa qualidade do sono (p=0,007) e sonolência diurna excessiva (p=0,006) apresentaram associação estatisticamente significativa com o diagnóstico da Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono. Conclusão: a maior parte dos indivíduos avaliados apresentou algum grau da Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono. Sugere-se que aqueles idosos que apresentaram algum dos fatores associados a esta condição possam passar por avaliação específica, como a polissonografia, e a criação de medidas para que a promoção da reduçaÌ o de peso seja imediatamente instituída a fim de minimizar os riscos, a piora da síndrome bem como suas possíveis complicações.
Objectives: to evaluate the prevalence of the risk of Obstructive Sleep Apnea Syndrome and its associated factors in elderly individuals from the community who attended a University School Academy. Methods: This is a cross-sectional epidemiological study carried out with elderly participants of the Third Age Project at the University of Rio Verde, conducted between April and May 2019. Data collection was performed through the application of a questionnaire composed of sociodemographic, anthropometric assessment, previous health conditions, self-perception of health, excessive daytime sleepiness, and sleep quality, in addition to risk assessment for developing Obstructive Sleep Apnea Syndrome. Results: among the 75 individuals analyzed, 50.7% were at risk for Obstructive Sleep Apnea Syndrome. Obesity (p=0.001), increased neck circumference (p=0.004), low socioeconomic status (p=0.034), poor sleep quality (p=0.007), and excessive daytime sleepiness (p=0.006) were statistically associated with the diagnosis of Obstructive Sleep Apnea Syndrome. Conclusion: most of the evaluated individuals presented some degree of Obstructive Sleep Apnea Syndrome, it is suggested that those elderly individuals who presented any of the factors associated with this condition may undergo specific evaluation, such as polysomnography, and the creation of measures for weight reduction promotion is immediately instituted in order to minimize the risks, the worsening of the syndrome as well as its possible complications.
Asunto(s)
Apnea Obstructiva del Sueño , Sueño , Clase Social , Síndrome , Organización Mundial de la Salud , Anciano , Pérdida de Peso , Diagnóstico , Calidad del SueñoRESUMEN
Abstract Introduction: Serum level of high-mobility group box 1 protein is reportedly correlated with the severity of obstructive sleep apnea. Objective: We tried to evaluate the possibility of using the serum high-mobility group box 1 protein level as a biologic marker in obstructive sleep apnea patients. Methods: We generated a chronic intermittent hypoxia murine model that reflected human obstructive sleep apnea. Obstructive sleep apnea patients who underwent polysomnography were prospectively enrolled. Serum samples were obtained from mice and obstructive sleep apnea patients, and the serum high-mobility group box1 protein level was measured by enzyme-linked immunosorbent assay. Results: Serum high-mobility group box 1 protein level was 56.16 ± 30.33 ng/mL in chronic intermittent hypoxia and 18.63 ± 6.20 ng/mL in control mice (p<0.05). The mean apnea-hypopnea index and respiratory disturbance index values of enrolled obstructive sleep apnea patients were 50.35 ± 27.96 and 51.56 ± 28.53, respectively, and the mean serum high-mobility group box 1 protein level was 30.13 ± 19.97 ng/mL. The apnea-hypopnea index and respiratory disturbance index were not significantly correlated with the serum high-mobility group box 1 protein level (p>0.05). Instead, this protein level was significantly correlated with lowest arterial oxygen concentration (SaO2) (p<0.05). Conclusion: High-mobility group box 1 protein may be involved in the pathogenesis of obstructive sleep apnea, and the possibility of this protein being a useful biologic marker in obstructive sleep apnea should be further evaluated.
Resumo Introdução: O nível sérico da proteína de alta mobilidade do grupo Box-1 está relacionado com a gravidade da apneia obstrutiva do sono. Objetivo: Avaliar o uso do nível sérico da proteína de alta mobilidade do grupo Box-1 como um marcador biológico em pacientes com apneia obstrutiva do sono. Método: Geramos um modelo murino de hipóxia intermitente crônica que imita a apneia obstrutiva do sono em humanos. Pacientes com apneia obstrutiva do sono que fizeram polissonografia foram incluídos prospectivamente. Amostras de soro foram obtidas de camundongos e pacientes com apneia obstrutiva do sono e o nível sérico da proteína de alta mobilidade do grupo Box-1 foi medido por enzyme-linked immunosorbent assay. Resultados: O nível sérico da proteína de alta mobilidade do grupo Box-1 foi 56,16 ± 30,33 ng/mL em hipóxia intermitente crônica e 18,63 ± 6,20 ng/mL em camundongos controle (p < 0,05). Os valores médios do índice de apneia-hipopneia e do índice de distúrbio respiratório nos pacientes com apneia obstrutiva do sono foram 50,35 ± 27,96 e 51,56 ± 28,53, respectivamente, e o nível médio da proteína de alta mobilidade do grupo Box-1 foi 30,13 ± 19,97 ng/mL. O índice de apneia-hipopneia e o índice de distúrbio respiratório não foram significantemente associados com o nível da proteína de alta mobilidade do grupo Box-1 p> 0,05). Em vez disso, esse nível de proteína foi significantemente associado com o valor mais baixo da concentração arterial de oxigênio (SaO2) (p <0,05). Conclusão: A proteína de alta mobilidade do grupo Box-1 pode estar envolvida na patogênese da apneia obstrutiva do sono e a possibilidade de que essa proteína possa ser um marcador biológico útil na apneia obstrutiva do sono deve ser avaliada mais detalhadamente.
RESUMEN
Abstract Background Some studies show an association between the apolipoprotein E ε4 allele (ApoEε4) and obstructive sleep apnea syndrome (OSAS), and other studies, an association between ApoEε4 and excessive daytime sleepiness (EDS), but there are no data in the literature on the interaction between EDS, cognitive function, and ApoEε4 in patients with OSA. Objective To examine the cognitive function of adults with and without EDS and with and without ApoEε4. Methods A total of 21 male and female patients aged between 33 and 79 years, underwent a clinical interview, ApoE genotyping, neuropsychological evaluation, polysomnography, and the application of the Epworth Sleepiness Scale. Results Excessive daytime sleepiness was associated with lower intelligence quotient (IQ; total performance) and worse immediate visual memory, regardless of the ApoE genotype. Patients carrying the ApoEε3/ε4 genotype had a worse performance in divided attention, constructional praxis, perceptual organization, and cognitive flexibility. A combination of the ε4 allele and EDS potentiates the negative effect on cognition, except for immediate visual memory. In this case, patients had a worse performance in terms of processing speed, selective attention, and visuomotor coordination. Conclusions Excessive daytime sleepiness and the ApoEε3/ε4 genotype are associated with worse cognitive performance in OSA patients. The combination of EDS and ε4 allele potentiates cognitive impairment.
Resumo Antecedentes Alguns estudos mostram uma associação entre o alelo ε4 da apolipoproteina E (ApoEε4) e a síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS), e outros, entre ApoEε4 e a sonolência excessiva diurna (SED), mas não há dados na literatura sobre a interação entre SED, função cognitiva e ApoEε4 em pacientes com SAOS. Objetivo Avaliar a função cognitiva em adultos com SAOS com e sem SED e com e sem ApoEε4. Métodos Ao todo, 21 pacientes, de 33 a 79 anos, homens e mulheres, foram avaliados clinicamente, e submetidos a genotipagem ApoE, avaliação neuropsicológica, polissonografia, e aplicação da Escala de Sonolência de Epworth. Resultados A SED esteve associada com menor quociente de inteligência (QI; desempenho geral) e pior memória visual imediata, independentemente do genótipo ApoE. Pacientes com genótipo ApoEε3/ε4 apresentaram pior desempenho na atenção dividida, praxe construcional, organização perceptiva e flexibilidade cognitiva. A combinação do alelo ε4 com a SED potencializa esse efeito deletério na cognição, exceto na memória visual imediata. Nesse caso, os pacientes tiveram uma menor velocidade de processamento cognitivo, e piores atenção seletiva e coordenação visiomotora. Conclusões A SED e o genótipo ApoEε3/ε4 estão associados a um pior desempenho cognitivo em pacientes com SAOS. A combinação de SED e do alelo ε4 potencializa esse efeito.
RESUMEN
Abstract Background Sleep disorders such as obstructive sleep apnea and restless legs syndrome are prevalent in the general population and patients with chronic diseases such as multiple sclerosis (MS). Objectives This study compared the prevalence of sleep disorders complaints, fatigue, depression, and chronotype of adult patients with multiple sclerosis (PwMS) to a representative sample of São Paulo city residents. Methods A comparative study was made between PwMS and volunteers from the São Paulo Epidemiologic Sleep Study (Episono) study. We compared the scores of sleep questionnaires using the multivariate analysis of variance (MANOVA) test to evaluate the effects and analysis of variance (ANOVA) as a follow-up test. Covariates were age, sex, and physical activity. The Pearson correlation test was performed to measure the correlation between Expanded Disability Status Scale (EDSS) and the scores of the sleep questionnaires. Finally, we applied propensity score matching to reduce bias in estimating differences between the two groups. Analyses were performed using Stata 14 (StataCorp, College Station, TX, USA) and IBM SPSS Statistics for Windows version 22.0 (IBM Corp., Armonk, NY, USA). Results The Episono group had worse sleep quality, and more excessive daytime sleepiness than PwMS. Obstructive sleep apnea and restless legs syndrome were more frequent in the Episono group. There was no difference in chronotype between the two groups, with morning and intermediate preference. There was no correlation between EDSS and sleep complaints. Fatigue was intensively present among PwMS. Conclusions Disease Modifying Drug (DMD)-treated PwMS had a lower frequency of sleep complaints, no difference in chronotype, and a higher prevalence of fatigue than a sample of São Paulo city residents. The immunomodulatory drugs commonly used to treat MS may have contributed to these findings.
Resumo Antecedentes Os distúrbios do sono são prevalentes na população em geral e em pacientes com doenças crônicas, como a esclerose múltipla (EM). Objetivos No presente estudo, comparamos a prevalência de queixas de distúrbios do sono, fadiga, depressão e cronotipo de pacientes adultos com EM com uma amostra representativa dos moradores da cidade de São Paulo. Métodos Estudo comparativo entre pacientes com EM e voluntários saudáveis do estudo São Paulo Epidemiologic Sleep Study Episono. Comparamos as pontuações dos questionários de sono usando o teste de análise de variância multivariada (MANOVA, na sigla em inglês) para avaliar os efeitos e o teste de análise de variância (ANOVA, na sigla em inglês) como um teste de acompanhamento. As covariáveis usadas foram idade, gênero e atividade física. O teste de correlação de Pearson foi aplicado para medir a correlação entre o Expanded Disability Status Scale (EDSS) e os escores dos questionários de sono. Por fim, aplicamos o Propensity Score Matching para reduzir o viés na estimativa das diferenças entre os dois grupos. Resultados O grupo Episono apresentou pior qualidade do sono e mais sonolência excessiva diurna do que os pacientes com EM. A apneia obstrutiva do sono e a síndrome das pernas inquietas foram mais frequentes no grupo Episono. Não houve diferença no cronotipo entre os dois grupos, com predomínio matutino e intermediário. Os pacientes com EM apresentaram mais fadiga do que o grupo controle. Conclusões Pacientes com EM tratados apresentaram menor frequência de queixas de sono, sem diferença no cronotipo, com maior prevalência de fadiga do que uma amostra de moradores da cidade de São Paulo. Os medicamentos imunomoduladores comumente usados para tratar EM podem ter contribuído para estes achados.
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ABSTRACT Background: Non-alcoholic fatty liver disease (NAFLD) is the most common form of liver disease and refers to a wide spectrum of histological abnormalities ranging from simple steatosis (HE) to non-alcoholic steatohepatitis (NASH), fibrosis, cirrhosis and hepatocellular carcinoma. Objective: To assess the risk of obstructive sleep apnea syndrome (OSAS) and relating it to demographic, biochemical and histological data in patients with non-alcoholic fatty liver disease. Methods: Cross-sectional cohort study in individuals with biopsy-proven NAFLD. Anthropometric and biochemical parameters, presence of metabolic syndrome and insulin resistance were evaluated. The Berlin Questionnaire (BQ) was applied to assess the risk of apnea and a food record was requested. Based on the BQ, participants were classified as high or low risk for OSAS. In the correlation of sleep apnea with the severity of NAFLD, presence of nonalcoholic steatohepatitis (NASH) and the degree of liver fibrosis were evaluated. Statistical analysis used the chi-square test, Student's t and bivariate logistic regression; values were expressed as mean ± standard deviation. This research project was approved by the Ethics Committee. Results: Regarding the parameters evaluated, significant differences were observed between the groups in terms of body mass index (BMI), waist and neck circumference. In the histological evaluation, patients classified as high risk were more likely to have fibrosis and NASH. In bivariate regression, the BMI, presence of fibrosis and steatohepatitis in the biopsy were independently associated with an elevated risk of the syndrome. Conclusion: A high prevalence of risk for OSAS was observed in the studied group, with a higher risk being independently associated with BMI and presence of steatohepatitis, suggesting that it is a factor associated with the severity of the disease.
RESUMO Contexto: A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) é a forma mais comum de doença hepática e se refere a um amplo espectro de anormalidades histológicas que variam de esteatose simples a esteato-hepatite não alcoólica (EHNA), fibrose, cirrose e carcinoma hepatocelular. Objetivo: Avaliar o risco de síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) e relacioná-lo com dados demográficos, bioquímicos e histológicos em pacientes com doença hepática gordurosa não alcoólica. Métodos: Estudo de coorte transversal em indivíduos com DHGNA comprovada por biópsia. Foram avaliados parâmetros antropométricos e bioquímicos, presença de síndrome metabólica e resistência à insulina. O Questionário de Berlim (QB) foi aplicado para avaliar o risco de apneia e um registro alimentar foi solicitado. Com base no QB, os participantes foram classificados como de alto ou baixo risco para SAOS. Na correlação da apneia do sono com a gravidade da DHGNA, avaliou-se a presença de EHNA e o grau de fibrose hepática. Na análise estatística foram utilizados: o teste qui-quadrado, t de Student e regressão logística bivariada; os valores foram expressos como média ± desvio padrão. Este projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética. Resultados: Em relação aos parâmetros avaliados, foram observadas diferenças significativas entre os grupos em relação ao índice de massa corporal (IMC), cintura e circunferência do pescoço. Na avaliação histológica, os pacientes classificados como de alto risco tiveram maior chance de apresentar fibrose e EHNA. Na regressão bivariada, o IMC, a presença de fibrose e esteato-hepatite na biópsia foram independentemente associados a um risco elevado da síndrome. Conclusão: Observou-se alta prevalência de risco para SAOS no grupo estudado, sendo o maior risco associado de forma independente ao IMC e à presença de esteato-hepatite, sugerindo que seja um fator associado à gravidade da doença.
RESUMEN
Abstract Introduction Obstructive sleep apnea is a consequence of upper airway collapse. Any obstructive sector in the upper airway can contribute to pharyngeal collapse. Obesity and obesity-related disorders play an important role in obstructive sleep apnea and its relationship with increased upper airway resistance. Objective This study was designed to evaluate the relationship between obesity and properties of the nasal cavity in patients with obstructive sleep apnea. Methods The study was conducted retrospectively by review of medical records of adult patients. The nasal obstruction symptom evaluation, NOSE instrument, was used to measure nasal obstruction. Sleep breathing disorders were evaluated by polysomnography exams. Nasal volume was obtained by computed tomography scans and volumetric reconstruction of nasal airway. Nasal anatomic alterations were assessed by nasal endoscopy. Results Analysis of 83 patient records, among whom 54 were male and 29 females, found the mean body mass index of 28.69 kg/m2. Obese and non-obese groups were determined by using cut-off 30 kg/m2. In the comparison between groups, the obese group had a positive and significant correlation with apnea/hypopnea index (p= 0.02), NOSE instrument (p= 0.033) and inferior turbinate hypertrophy (p= 0.036), with odds ratio 1.983 (95% IC 1.048 − 3.753). nasal septum deviation (p= 0.126) and nasal airway volume evaluation (p= 0.177) showed no significant results. Conclusion Obesity was significantly correlated with subjective nasal obstruction, NOSE scale, and inferior turbinate hypertrophy in patients with obstructive sleep apnea. There was no correlation with the nasal volume evaluation. Level of Evidence 3b - Individual case-control study.
Resumo Introdução A apneia obstrutiva do sono é consequência do colapso das vias aéreas superiores Qualquer região de obstrução nas vias aéreas superiores pode contribuir para o colapso da faringe. A obesidade e os distúrbios relacionados à obesidade desempenham um papel importante na apneia obstrutiva do sono e sua relação com o aumento da resistência das vias aéreas superiores. Objetivo Avaliar a relação entre a obesidade e as propriedades da cavidade nasal em pacientes com apneia obstrutiva do sono. Método O estudo foi feito retrospectivamente através da revisão de prontuários médicos de pacientes adultos. O instrumento de avaliação NOSE, do inglês nasal obstruction symptom evaluation, foi usado para avaliar a obstrução nasal. Os distúrbios respiratórios do sono foram avaliados através de exames polissonográficos. O volume nasal foi obtido por tomografia computadorizada e a reconstrução volumétrica das vias aéreas nasais. As alterações anatômicas nasais foram avaliadas por endoscopia nasal. Resultados A análise dos prontuários de 83 pacientes, entre os quais 54 eram do sexo masculino e 29 do feminino, encontrou um índice de massa corporal médio de 28,69 kg/m2. Os grupos obeso e não obeso foram determinados com o ponto de corte de 30 kg/m2. Na comparação entre os grupos, o grupo obeso apresentou correlação positiva e significante com o índice de apneia/hipopneia (p = 0,02), instrumento NOSE (p = 0,033) e hipertrofia da concha inferior (p = 0,036), com uma odds ratio de 1,983 (IC95%: 1,048 a 3,753). A avaliação do desvio do septo nasal (p = 0,126) e do volume das vias aéreas nasais (p = 0,177) não mostrou resultados significantes. Conclusão A obesidade correlacionou-se significantemente com a obstrução nasal subjetiva pela escala NOSE e hipertrofia de concha inferior em pacientes com apneia obstrutiva do sono. Não houve correlação com a avaliação do volume nasal. Nível de evidência 3b. Estudo de caso-controle individual.
RESUMEN
Abstract Introduction The association between the intensity of obstructive sleep apnea and skeletal alterations in the face and hyoid bone is still scarcely addressed in the literature. Objective To evaluate whether the intensity of obstructive sleep apnea is associated with craniofacial alterations and the position of the hyoid bone in children with mixed dentition. Methods 76 children aged 7 to 10 years old were examined by otorhinolaryngological evaluation, polysomnography, and orthodontic assessment, including cephalometry. The participants were divided in 3 groups: primary snoring, mild obstructive sleep apnea and moderate to severe obstructive sleep apnea. Cephalometric measures of the face and hyoid bone were assessed. These measures were compared among the different groups by unpaired Student's t test. Moreover, these measures were correlated with the patient's obstructive apnea and hypopnea index variable using Pearson's correlation test. Results Of the 76 children, 14 belonged to group 1, with primary snoring; 46 to group 2, with mild obstructive sleep apnea; and 16 to group 3, with moderate-severe obstructive sleep apnea. There was no difference between the groups regarding the craniofacial variables. Children with obstructive sleep apnea showed a longer distance from the hyoid bone to the mandibular plane when compared to the primary snoring group (p < 0.05). Between the two obstructive sleep apnea subgroups, patients with moderate or severe disease showed significantly shorter horizontal distance between the hyoid bone and the posterior pharyngeal wall (p < 0.05), when compared to the groups with mild obstructive sleep apnea. We also observed a significant positive correlation between obstructive apnea and hypopnea index and the distance from the hyoid to the mandibular plane (p < 0.05) as well as a significant negative association between obstructive apnea and hypopnea index and the horizontal distance from the hyoid to the posterior pharyngeal wall (p < 0.01). Conclusion We did not observe any association between obstructive sleep apnea and linear lateral alterations of the face. In contrast, there is a direct association between obstructive sleep apnea severity and the inferior and posterior position of the hyoid bone in children aged 7 to 10 years old.
Resumo Introdução A relação entre a intensidade da apneia obstrutiva do sono e alterações esqueléticas da face e do hioide em crianças é pouco explorada na literatura. Objetivo Avaliar se a intensidade da apneia obstrutiva do sono correlaciona-se às alterações craniofaciais e ao posicionamento do osso hioide em crianças em fase de dentição mista. Método Foram submetidas 76 crianças entre 7 e 10 anos à avaliação otorrinolaringológica, polissonografia e avaliação ortodôntica, inclusive cefalometria. Os participantes foram divididos em 3 grupos: grupo 1 com ronco primário, grupo 2 com apneia obstrutiva do sono leve e grupo 3 com apneia obstrutiva do sono moderada/grave. Foram analisadas medidas cefalométricas da face e do osso hioide. Essas medidas foram comparadas entre si dentro dos diferentes grupos por teste t de Student não pareado. Além disso, essas medidas foram correlacionadas com a variável índice de apneias obstrutivas e hipopneias do paciente através do teste de correlação de Pearson. Resultados Das 76 crianças, 14 constituíram o grupo 1, ronco primário; 46 o grupo 2, apneia obstrutiva do sono leve; e 16 o grupo 3, apneia obstrutiva do sono moderada/grave. Não se observou diferença significante entre os grupos para as variáveis craniofaciais. Observou-se maior distância do osso hioide ao plano mandibular nos dois grupos com apneia obstrutiva do sono quando comparado ao ronco primário (p < 0,05). Entre os dois subgrupos da apneia obstrutiva do sono, os pacientes com doença moderada ou grave apresentaram distância horizontal entre o hioide e a parede posterior da faringe significantemente menor (p < 0,05), quando comparados aos grupos com apneia obstrutiva do sono leve. Observamos ainda correlação significantemente positiva entre índice de apneias obstrutivas e hipopneias e a distância do hioide ao plano mandibular (p < 0,05) e significantemente negativa entre índice de apneias obstrutivas e hipopneias e distância horizontal do hioide com a parede posterior da faringe (p < 0,01). Conclusão Não observamos relação da apneia obstrutiva do sono com alterações lineares laterais da face. Em contraste, existe relação direta entre a gravidade da apneia obstrutiva do sono e a posição inferior e posterior do osso hioide em crianças entre 7 e 10 anos.