RESUMEN
A significância clínica dos achados eletrocardiográficos para pacientes sem histórico de doença cardiovascular é pequeno ou inexistente; porém, em pacientes com doenças cardiovasculares poderia justificar o uso de monitoração contínua, incluindo uso de eletrocardiograma, além de terapêutica comportamental ou medicamentosa para certos procedimentos odontológicos com níveis de estresse moderado a elevado. Este estudo teve como objetivo a avaliação das alterações eletrocardiográficas em cirurgias para a colocação de implantes dentários sob anestesia local com cloridrato de lidocaína 2% associado a epinefrina e uso de pré-medicação ansiolítica, com 15 mg de midazolam. O estudo foi realizado em 15 pacientes ASA I, com necessidade de implantes dentários, bilaterais em mandíbula. O estudo foi comparativo com placebo administrado aleatoriamente, duplo-cego uma hora antes do procedimento. O eletrocardiograma registrou 12 derivações estáticas a cada 2 minutos e o registro da derivação D2 de maneira contínua, avaliando a presença de arritmias durante o experimento. Não foram encontradas diferenças significantes entre os grupos estudados. Foram observadas arritmias em 53,3% dos pacientes. As arritmias encontradas foram a taquicardia e a bradicardia sinusal, as extra-sístoles supraventriculares, ventriculares e a extra-sístole atrial bloqueada, em ambos os grupos de maneira semelhante, com maior incidência nas fases início e perfuração. As arritmias encontradas foram consideradas de baixo risco para pacientes sem comprometimento sistêmico. Concluiu-se que o uso de 15 mg de midazolam não apresentou diferença quando comparado ao placebo. As arritmias mais freqüentes foram as extra-sístoles e as taquicardias sinusais.