RESUMEN
Summary Hodgkin's lymphoma (HL) is a tumor comprising non-malignant and malignant B-cells. Classical HL expresses CD15+ and CD30+ antigens, and 20 to 40% of patients are CD20+. This antigen is a ligand free protein present in B lymphocyte cells and its function is not well known. Some studies suggest that expression of CD20 may play a major role in Hodgkin's disease pathophysiology and may affect the patients' treatment prognosis, as well as relapse and refractory response. In the past few years, development of monoclonal anti-CD20 antibodies changed drastically the treatment for non-Hodgkin lymphomas in which CD20 is expressed. HL treatment is essentially composed of radiotherapy and chemotherapy; however, monoclonal anti-CD20 antibodies applicability is not well delimitated due to lack of information about clinical outcomes with anti-CD20 monotherapy or combined drug therapy using a classic regimen, as well as about CD20 pathophysiology mechanisms in B-cells tumors. The objective of our review is to discuss CD20 function in Hodgkin's lymphoma development, its influence on disease evolution and outcomes, as well as its effects on therapeutics and patients' prognostic.
Resumo O linfoma de Hodgkin (LH) é um tumor composto por células B não malignas e malignas. O LH clássico expressa antígenos CD15+ e CD30+, mas apenas cerca de 20 a 40% dos pacientes expressa também antígeno CD20. Este antígeno é uma proteína sem ligante presente nas células de linfócitos B cuja função não é bem conhecida. Alguns estudos sugerem que a expressão de CD20 pode ter um papel importante na fisiopatologia da doença de Hodgkin e pode afetar o prognóstico dos pacientes ao tratamento, bem como recaída e refratariedade. Nos últimos anos, o desenvolvimento de anticorpos monoclonais anti-CD20 mudou drasticamente o tratamento para linfomas não Hodgkin em que o CD20 é expresso. O tratamento do LH é composto essencialmente de radio e quimioterapia; no entanto, o espaço dos anticorpos monoclonais anti-CD20 não está bem delimitado em decorrência de: falta de informação sobre o desfecho clínico, seja na monoterapia com anti-CD20, seja na terapêutica combinada com o regime clássico; falta de informação sobre os mecanismos de fisiopatologia CD20 em tumores de células B. O objetivo desta revisão é discutir sobre a função do CD20 no desenvolvimento do linfoma de Hodgkin, sua influência na evolução da doença e os resultados, bem como os efeitos sobre terapêutica e prognóstico dos pacientes.
Asunto(s)
Humanos , Enfermedad de Hodgkin/fisiopatología , Enfermedad de Hodgkin/tratamiento farmacológico , Antígenos CD20/fisiología , Anticuerpos Monoclonales Humanizados/uso terapéutico , Rituximab/uso terapéutico , Anticuerpos Monoclonales/uso terapéutico , Pronóstico , Enfermedad de Hodgkin/etiologíaRESUMEN
INTRODUÇÃO: A significância prognóstica do marcador imunológico CD 20 no linfoma de Hodgkin clássico (LHc) ainda é incerta, particularmente no que se refere à refratariedade ao tratamento inicial. OBJETIVOS: Avaliar a influência da positividade do marcador CD 20 na refratariedade do LHc ao tratamento poliquimioterápico inicial, com o esquema doxorubicina 25 mg/m², bleomicina 10 mg/m², vinblastina 6 mg/m² e dacarbazina 375 mg/m² (ABVD), no Ceará, Brasil. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo analítico incluindo 97 pacientes com diagnóstico de LHc firmado entre janeiro de 2000 e dezembro de 2004. A análise foi realizada avaliando variáveis demográficas, clínicas e laboratoriais. RESULTADOS: Foi evidenciada uma positividade do CD 20 em 38,1 por cento dos pacientes. Na análise bivariada, CD 20 positivo (razão de chance [RC] = 4,02; intervalo de confiança [IC] = 1,09 - 8,54; p = 0,02), a presença de sintomas B (RC = 4,02; IC = 1,18-17,51; p = 0,01) e a elevação da desidrogenase lática (mediana não-refratários 248,5 [200,5 - 389,5]; mediana refratários 356 [208,5 - 545]; p = 0,03) apresentaram relação de pior prognóstico quanto à refratariedade. Na regressão logística, o CD 20 positivo (RC ajustada = 3,6; IC = 0,99 - 13,09; p = 0,05) e a presença de sintomas B (RC ajustada = 5,41; IC = 1,16 - 25,34; p = 0,03) continuaram apresentando pior prognóstico. DISCUSSÃO: Esses dados coincidem com a literatura, em que a positividade do marcador CD 20 está relacionada com pior resposta ao tratamento com ABVD. CONCLUSÃO: Os nossos dados indicam que o tratamento com ABVD não é completamente adequado para a abordagem terapêutica inicial deste subgrupo de pacientes e novas pesquisas precisam ser realizadas no sentido de aperfeiçoar o tratamento destes pacientes.
INTRODUCTION: The prognostic value of CD20 antigen expression in classical Hodgkin lymphoma (cHL) is uncertain, particularly regarding the refractoriness to first-line treatment. OBJECTIVES: To assess the influence of CD20 positiveness on the refractoriness of cHL to first-line chemotherapy with ABVD protocol in Ceará State, Brazil. MATERIAL AND METHODS: Analytical study including 97 patients diagnosed with cHL between January/2000 and December/2004. The analysis was performed evaluating demographic, clinical and laboratory variables. RESULTS: CD20 antigen expression was positive in 38.1 percent of the patients. In the bivariate analysis, CD20 antigen expression (OR = 4.02; CI = 1.09 - 8.54; p = 0.02), the presence of B-symptoms (OR = 4.02; CI = 1.18-17.51; p = 0.01) and an elevated lactate dehydrogenase level (median not refractory 248.5 [200.5 - 389.5]; median refractory 356 [208.5-545]; p = 0.03) showed worse prognosis as to refractoriness. In the logistic regression analysis, the presence of CD 20 (OR = 3.6; CI = 0.99-13.09; p = 0.05) and B-symptoms (OR = 5.41; CI = 1.16-25.34; p = 0.03) continued to show worse prognosis. DISCUSSION: These findings coincide with literature data indicating that CD 20 antigen expression is associated with low response to treatment with ABVD. CONCLUSION: Our data show that the treatment with ABVD is not totally appropriate for the initial therapeutic approach in this subgroup of patients and that further studies are required to optimize their treatment.