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Resumo Fundamento As mulheres, em comparação aos homens, apresentam piores resultados após a síndrome coronariana aguda (SCA). No entanto, ainda não está claro se o sexo feminino em si é um preditor independente de tais eventos adversos. Objetivo Este estudo tem como objetivo avaliar a associação entre o sexo feminino e a mortalidade hospitalar após infarto do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST). Métodos Conduzimos um estudo de coorte retrospectivo, recrutando pacientes consecutivos com IAMCSST, internados em um hospital terciário de janeiro de 2018 a fevereiro de 2019. Todos os pacientes foram tratados de acordo com as recomendações das diretrizes atuais. Modelos de regressão logística multivariada foram aplicados para avaliar a mortalidade hospitalar utilizando variáveis de GRACE. A precisão do modelo foi avaliada usando o índice c. Um valor de p < 0,05 foi estatisticamente significativo. Resultados Dos 1.678 pacientes com SCA, 709 apresentaram IAMCSST. A população era composta por 36% de mulheres e a idade média era de 61 anos. As mulheres tinham maior idade (63,13 anos vs. 60,53 anos, p = 0,011); apresentavam hipertensão (75,1% vs. 62,4%, p = 0,001), diabetes (42,2% vs. 27,8%, p < 0,001) e hiperlipidemia (34,1% vs. 23,9%, p = 0,004) mais frequentemente; e apresentaram menor probabilidade de serem submetidas a intervenção coronária percutânea (ICP) por acesso radial (23,7% vs. 46,1%, p < 0,001). A taxa de mortalidade hospitalar foi significativamente maior em mulheres (13,2% vs. 5,6%, p = 0,001), e o sexo feminino permaneceu em maior risco de mortalidade hospitalar (OR 2,79, IC de 95% 1,15-6,76, p = 0,023). Um modelo multivariado incluindo idade, sexo, pressão arterial sistólica, parada cardíaca e classe de Killip atingiu 94,1% de precisão na previsão de mortalidade hospitalar, e o índice c foi de 0,85 (IC de 95% 0,77-0,93). Conclusão Após ajuste para os fatores de risco no modelo de previsão do GRACE, as mulheres continuam em maior risco de mortalidade hospitalar.
Abstract Background Women, in comparison to men, experience worse outcomes after acute coronary syndrome (ACS). However, whether the female sex per se is an independent predictor of such adverse events remains unclear. Objective This study aims to assess the association between the female sex and in-hospital mortality after ST-elevation myocardial infarction (STEMI). Methods We conducted a retrospective cohort study by enrolling consecutive STEMI patients admitted to a tertiary hospital from January 2018 to February 2019. All patients were treated per current guideline recommendations. Multivariable logistic regression models were applied to evaluate in-hospital mortality using GRACE variables. Model accuracy was evaluated using c-index. A p-value < 0.05 was statistically significant. Results Out of the 1678 ACS patients, 709 presented with STEMI. The population consisted of 36% women, and the median age was 61 years. Women were older (63.13 years vs. 60.53 years, p = 0.011); more often presented with hypertension (75.1% vs. 62.4%, p = 0.001), diabetes (42.2% vs. 27.8%, p < 0.001), and hyperlipidemia (34.1% vs. 23.9%, p = 0.004); and were less likely to undergo percutaneous coronary intervention (PCI) via radial access (23.7% vs. 46.1%, p < 0.001). In-hospital mortality rate was significantly higher in women (13.2% vs. 5.6%, p = 0.001), and the female sex remained at higher risk for in-hospital mortality (OR 2.79, 95% CI 1.15-6.76, p = 0.023). A multivariate model including age, sex, systolic blood pressure, cardiac arrest, and Killip class was 94.1% accurate in predicting in-hospital mortality, and the c-index was 0.85 (95% CI 0.77-0.93). Conclusion After adjusting for the risk factors in the GRACE prediction model, women remain at higher risk for in-hospital mortality.
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Resumo Contexto A cirurgia de revascularização é proposta para restaurar o fluxo sanguíneo para o pé nos casos de isquemia crítica (IC) devido a doença arterial obstrutiva periférica dos membros inferiores (MMII). O uso de ultrassonografia com Doppler (USD) vem despontando nos últimos anos como um método de grande valor para o planejamento cirúrgico dessa intervenção. Objetivos Avaliar a relação entre o índice de resistência (IR), mensurado por meio de USD, e o sucesso hemodinâmico imediato da cirurgia de revascularização dos MMII em pacientes com IC. Métodos O tipo de estudo empregado foi a coorte prospectiva, na qual foram avaliados 46 pacientes portadores de IC dos MMII submetidos à operação de revascularização infrainguinal por angioplastia ou em ponte de agosto de 2019 a fevereiro de 2022. Todos os pacientes foram submetidos à avaliação clínica vascular, à USD com medida do IR das artérias distais dos MMII, à arteriografia dos MMII e à aferição do índice tornozelo-braquial (ITB) no período pré-operatório. No pós-operatório imediato, todos os pacientes foram submetidos à nova aferição do ITB. Resultados Entre os 46 pacientes avaliados, 25 (54,3%) eram do sexo masculino. A idade variou de 32 a 89 anos (média de 67,83). Quanto ao sucesso hemodinâmico, avaliado pela comparação do ITB pré e pós-operatório, constatou-se que 31 (67,4%) pacientes apresentaram sucesso hemodinâmico após cirurgia de revascularização (aumento do ITB em 0,15 ou mais). Foi observada correlação positiva (p ≤ 0,05) entre o IR da artéria distal revascularizada do MMII e o sucesso hemodinâmico imediato avaliado pela aferição do ITB (IR menor e sucesso hemodinâmico). Conclusões Na presente pesquisa foi observada uma correlação positiva entre o índice de resistência arterial distal e o sucesso hemodinâmico nas revascularizações dos membros inferiores, avaliada através do índice tornozelobraquial, de forma que, quanto menor foi o IR, maior o sucesso hemodinâmico obtido.
Abstract Background Revascularization surgery is used to attempt to restore blood flow to the foot in patients with critical ischemia (CI) caused by peripheral arterial occlusive disease of the lower limbs (LL). Ultrasonography with Doppler (USD) SAH emerged in recent years as a highly valuable method for planning this surgical intervention. Objectives To evaluate the relationship between the resistance index (RI), measured with USD, and immediate hemodynamic success of LL revascularization surgery in patients with CI. Methods The study design was a prospective cohort assessing 46 patients with LL CLI who underwent operations to perform infrainguinal revascularization by angioplasty or bypass from August 2019 to February 2022. All patients underwent preoperative clinical vascular assessment with USD including measurement of the RI of distal LL arteries, LL arteriography, and measurement of the ankle-brachial index (ABI). All patients had their ABI measured again in the immediate postoperative period. Results Forty-six patients were assessed, 25 (54.3%) of whom were male. Age varied from 32 to 89 years (mean: 67.83). Hemodynamic success was assessed by comparison of preoperative and postoperative ABI, showing that hemodynamic success was achieved in 31 (67.4%) patients after revascularization surgery (ABI increased by 0.15 or more). A positive correlation (p ≤ 0.05) was observed between the RI of the distal revascularized LL artery and immediate hemodynamic success assessed by ABI (lower RI and hemodynamic success). Conclusions This study observed a positive correlation between the resistance index of the distal artery and immediate hemodynamic success of lower limb revascularizations, as assessed by the ankle-brachial index, so that the lower the RI the greater the hemodynamic success achieved.
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Resumo Contexto Pacientes com isquemia crítica (IC) dos membros inferiores (MMII) precisam de arteriografia para o planejamento da cirurgia de revascularização. A ultrassonografia Doppler (UD) não é invasiva e, através da aferição do índice de resistência (IR), pode fornecer informações sobre as artérias distais. Objetivos Correlacionar a Classificação Angiográfica de Rutherford com o IR na avaliação do leito arterial distal dos MMII. Métodos Estudo transversal, realizado em hospital público terciário, com 120 pacientes portadores de IC dos MMII, entre setembro de 2019 a abril de 2022. Foi comparado o IR das artérias da perna passíveis de serem receptoras de revascularização com a imagem obtida através da arteriografia dessas artérias em acordo com a Classificação Angiográfica de leito distal de Rutherford. Resultados Foram avaliados 120 MMII em 120 pacientes com idade média de 68,6 anos. A amostra foi composta de 50,0% de pacientes do sexo masculino. Na amostra, 90,0% pacientes encontravam-se na classe cinco de Rutherford. Os valores do IR encontrados para as artérias de perna apresentaram uma correlação positiva, estatisticamente significativa, quando comparados com a Classificação de Rutherford (tibial anterior, p< 0,01; tibial posterior, p = 0,012 e fibular, p = 0,034 e artéria dorsal do pé, p < 0,001). Conclusões Neste estudo, os IRs das artérias da perna obtidos através da ultrassonografia Doppler apresentaram uma correlação positiva quando comparados à classificação de Rutherford. Em pacientes com isquemia crítica, esse índice pode ser útil na avaliação do leito arterial distal dos membros inferiores.
Abstract Background Patients with chronic limb threatening ischemia (CLTI) of the lower limbs (LL) undergo arteriography for revascularization surgery planning. Doppler ultrasound (DU) is non-invasive and can provide information about the distal arteries through measurement of the resistance index (RI). Objectives To correlate the Rutherford Angiographic Classification with the RI for assessment of the distal arterial bed of the LL. Methods A cross-sectional study, conducted at a public tertiary hospital with 120 patients with LL CLTI, from September 2019 to April 2022. The RI of arteries that were candidates for revascularization was compared with the images of the same arteries obtained using arteriography, using the Rutherford Angiographic Classification of the distal bed. Results A total of 120 LL were assessed in 120 patients with a mean age of 68.6 years. The sample was 50.0% male and 90.0% of the patients in the sample were classified as Rutherford category five. The RI values found for the arteries of the leg exhibited a statistically significant positive correlation with the Rutherford Classification (anterior tibial, p< 0.01; posterior tibial, p = 0.012 fibular, p = 0.034; and dorsalis pedis, p < 0.001). Conclusions In this study, RIs for the arteries of the leg measured using Doppler ultrasound exhibited a positive correlation with the Rutherford Classification. This index could be useful for assessment of the distal arterial bed of the lower limbs of patients with chronic limb threatening ischemia.
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Abstract Currently, the standard non-invasive test for diagnosing Peripheral Arterial Disease is the Ankle-Brachial Index. However, this test becomes unfeasible in a certain population. New evidence proposes the pedal acceleration time, an ultrasound index, as an alternative test. An integrative bibliographic review was carried out between June 3, 2022 and January 8, 2023, to investigate this new index as a tool to assess foot perfusion. Papers published in English, Portuguese, or Spanish between 2012 and 2022 were searched on PubMed, Google Scholar, and Scielo, using the keywords "Peripheral Arterial Disease" AND "Acceleration Time" AND (Pedal OR Plantar). Research that didn't assess foot perfusion using the methods of interest or did not present human data and also case series or reports were excluded. Seven out of the sixty-six articles identified in the searches were selected for the review, all of which had notable methodological limitations. Pedal acceleration time seems to be able to diagnose and stratify and may reflect prognosis.
Resumo Atualmente, o teste não invasivo padrão para diagnosticar a doença arterial periférica é o índice tornozelo-braquial, porém, em uma determinada população, este torna-se inviável. Novas evidências propõem o tempo de aceleração plantar, que é um índice ultrassonográfico, como alternativa. Para investigá-lo no contexto do estudo da perfusão do pé, uma revisão bibliográfica integrativa foi realizada entre 03/06/2022 e 08/01/2023. Artigos em inglês, português ou espanhol, publicados entre 2012 e 2022 foram pesquisados através das ferramentas PubMed, Google Scholar e SciELO, com as palavras-chave "Peripheral Arterial Disease" AND "Acceleration Time" AND (Pedal OR Plantar). Pesquisas que não avaliaram a perfusão do pé pelos métodos de interesse, sem dados em humanos e relatos ou séries de casos, foram excluídos. Dos 66 artigos, 7 foram selecionados; todos com notáveis limitações metodológicas. O tempo de aceleração plantar aparenta ser capaz de diagnosticar, estratificar e prognosticar os doentes.
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Resumo Contexto A ecografia vascular com Doppler (EVD) evoluiu nos últimos anos devido ao aprimoramento da tecnologia de aquisição e processamento da imagem. A disponibilidade do exame, o baixo custo e a ausência de efeitos deletérios de radiação e contraste tornam este método uma excelente opção no diagnóstico da doença arterial periférica. As quebras nas cadeias de suprimentos devido à pandemia de covid-19 levaram a uma escassez global de contraste iodado, reforçando a importância de validar abordagens alternativas. Objetivos Utilizar a EVD na decisão entre cirurgia aberta ou endovascular para doença arterial femoropoplítea e comparar os resultados com exames de contraste iodado. Métodos Comparamos EVD com exames contrastados (angiotomografia e arteriografia) em relação à localização de estenoses/oclusões e indicação do tratamento cirúrgico (by-pass vs. endovascular). Em uma primeira fase, os resultados foram apenas comparados entre EVD e angiotomografia. Numa segunda fase, os resultados da EVD foram usados na triagem entre by-pass vs. endovascular), sendo comparados com angiotomografia nos casos de cirurgia aberta e comparados com a arteriografia nos casos de tratamento endovascular. Resultados A sensibilidade da EVD em comparação com a angiotomografia na fase 1 foi de 100% para o território da artéria femoral superficial. Ao considerar apenas a indicação de by-pass versus endovascular, os resultados mostraram 100% de concordância para a Fase 1 e 94% para a Fase 2. Conclusões Com a ressalva do tamanho amostral, o estudo cumpriu seu objetivo de demonstrar a confiabilidade da EVD na indicação do tratamento cirúrgico entre aberto ou endovascular.
Abstract Background Vascular Doppler ultrasound (DUS) has evolved over recent years because of improvements in the technology involved in the acquisition and processing of sound and image data. The method is an excellent option for use in diagnosis of peripheral arterial disease considering its availability, low cost, and absence of harmful effects. The breakdown of logistics supply chains caused by the COVID-19 pandemic caused worldwide shortages of iodinated contrast, highlighting the need to validate alternative diagnostic methods. Objective To use DUS for decision-making when choosing between by-pass and endovascular surgery for femoropopliteal arterial disease and compare the results to those of iodinated contrast exams. Methods We compared DUS with examinations using contrast for identification of stenoses/occlusions and indication of surgical treatment (by-pass vs. endovascular). In the first phase of the study the results were merely compared, DUS vs. angiotomography. Then, in the second phase, the vascular ultrasound results were used for screening between by-pass and endovascular treatment, comparing DUS with angiotomography in cases scheduled for by-pass and with arteriography in endovascular patients. Results In phase 1, the sensitivity of DUS compared to CT angiography was 100% for the SFA territory. When considering solely the choice of bypass vs. endovascular treatment, the results showed 100% agreement for phase 1 and 94% for phase 2. Conclusion Notwithstanding the sample size, the study fulfilled its objective of demonstrating the reliability of DUS for indicating the treatment choice between by-pass and endovascular surgery.
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Resumo Apesar dos avanços significativos no tratamento da doença arterial coronariana (DAC) e das reduções nas taxas de mortalidade anuais nas últimas décadas, a DAC continua sendo a principal causa de morte no mundo. Consequentemente, há uma necessidade contínua de esforços para abordar essa situação. Os algoritmos clínicos atuais para identificar pacientes em risco são particularmente imprecisos para indivíduos de risco moderado. Por esse motivo, foi sugerido que são necessários testes auxiliares, incluindo triagem genética preditiva. À medida que os estudos genéticos se expandem rapidamente e os dados genômicos se tornam mais acessíveis, diversos escores de risco genético têm sido propostos para identificar e avaliar a suscetibilidade de um indivíduo ao desenvolvimento de doenças, incluindo a DAC. De fato, o campo da genética tem contribuído substancialmente para a previsão de risco, particularmente nos casos em que as crianças têm genitores com DAC prematura, resultando em um risco aumentado de até 75%. Os escores de risco poligênico (PRSs, do inglês polygenic risk scores) surgiram como uma ferramenta potencialmente valiosa para compreender e estratificar o risco genético de um indivíduo. O PRS é calculado como uma soma ponderada de variantes de nucleotídeo único presentes em todo o genoma humano, identificáveis por meio de estudos de associação genômica ampla, e associadas a várias doenças cardiometabólicas. O uso dos PRSs é promissor, pois permite o desenvolvimento de estratégias personalizadas para prevenir ou diagnosticar patologias específicas de forma precoce. Ademais, seu uso é capaz de complementar os escores clínicos existentes, aumentando a precisão da previsão de risco individual. Consequentemente, a aplicação dos PRSs tem o potencial de impactar positivamente os custos e os desfechos adversos associados à DAC. A presente revisão narrativa oferece uma visão ampla do papel dos PRSs no contexto da DAC.
Abstract Despite significant advances in the management of coronary artery disease (CAD) and reductions in annual mortality rates in recent decades, this disease remains the leading cause of death worldwide. Consequently, there is an ongoing need for efforts to address this situation. Current clinical algorithms to identify at-risk patients are particularly inaccurate in moderate-risk individuals. For this reason, the need for ancillary tests has been suggested, including predictive genetic screening. As genetic studies rapidly expand and genomic data becomes more accessible, numerous genetic risk scores have been proposed to identify and evaluate an individual's susceptibility to developing diseases, including CAD. The field of genetics has indeed made substantial contributions to risk prediction, particularly in cases where children have parents with premature CAD, resulting in an increased risk of up to 75%. The polygenic risk scores (PRSs) have emerged as a potentially valuable tool for understanding and stratifying an individual's genetic risk. The PRS is calculated as a weighted sum of single-nucleotide variants present throughout the human genome, identifiable through genome-wide association studies, and associated with various cardiometabolic diseases. The use of PRSs holds promise, as it enables the development of personalized strategies for preventing or diagnosing specific pathologies early. Furthermore, it can complement existing clinical scores, increasing the accuracy of individual risk prediction. Consequently, the application of PRSs has the potential to impact the costs and adverse outcomes associated with CAD positively. This narrative review provides an overview of the role of PRSs in the context of CAD.
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Resumo Fundamento A avaliação do Escore de Cálcio Coronariano (ECC) pode ser realizada por tomografia computadorizada sem contraste para prever eventos cardiovasculares, mas tem menor valor na estratificação de risco em pacientes sintomáticos. Objetivo Identificar e validar preditores de obstrução coronariana significativa (OCS) em pacientes sintomáticos sem calcificação da artéria coronária. Métodos Um total de 4258 participantes foram rastreados dos estudos CORE64 e CORE 320, nos quais foram avaliados pacientes encaminhados para angiografia invasiva, e do Quanta Registry que incluiu pacientes encaminhados para angiotomografia. Modelos de regressão logística avaliaram associações entre fatores de risco cardiovascular, ECC e OCS. Um nível de significância de 5% foi usado nas análises. Resultados Dos 509 participantes do estudo CORE, 117 (23%) apresentaram um ECC igual a zero; 13 (11%) pacientes sem cálcio coronariano apresentaram OCS. A ausência de cálcio coronariano correlacionou-se com idade mais jovem, sexo feminino, índice de massa corporal mais baixo, ausência de diabetes, e ausência de dislipidemia. O fato de ser fumante atual aumentou em 3,5 vezes a probabilidade de OCS e outros fatores de risco cardiovasculares não apresentaram associação significativa. Considerando os achados clínicos, um algoritmo para estratificar os pacientes com ECC igual a zero foi proposto, e tiveram desempenho limitado na coorte de validação (AUC 58; IC95% 43, 72). Conclusão Um perfil de risco cardiovascular mais baixo está associado a um ECC igual a zero em pacientes de alto risco. Tabagismo é o preditor mais forte de OCS em pacientes com ausência de cálcio coronariano.
Abstract Background Coronary artery calcium (CAC) scanning can be performed using non-contrast computed tomography to predict cardiovascular events, but has less value for risk stratification in symptomatic patients. Objective To identify and validate predictors of significant coronary obstruction (SCO) in symptomatic patients without coronary artery calcification. Methods A total of 4,258 participants were screened from the CORE64 and CORE320 studies that enrolled patients referred for invasive angiography, and from the Quanta Registry that included patients referred for coronary computed tomography angiography (CTA). Logistic regression models evaluated associations between cardiovascular risk factors, CAC, and SCO. An algorithm to assess the risk of SCO was proposed for patients without CAC. Significance level of 5% was used in the analyses. Results Of the 509 participants of the CORE study, 117 (23%) had zero coronary calcium score; 13 (11%) patients without CAC had SCO. Zero calcium score was related to younger age, female gender, lower body mass index, no diabetes, and no dyslipidemia. Being a current smoker increased ~3.5 fold the probability of SCO and other CV risk factors were not significantly associated. Considering the clinical findings, an algorithm to further stratify zero calcium score patients was proposed and had a limited performance in the validation cohort (AUC 58; 95%CI 43, 72). Conclusion A lower cardiovascular risk profile is associated with zero calcium score in a setting of high-risk patients. Smoking is the strongest predictor of SCO in patients without CAC.
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ABSTRACT Background: peripheral arterial disease has smoking as its main avoidable vascular risk factor. However, most studies do not focus on smoking as the main exposure variable. Objectives: to assess the impact of smoking cessation interventions versus active comparator, placebo or no intervention, on peripheral arterial disease outcomes. Methods: we will use the Cochrane Handbook for Systematic Reviews of Interventions to guide whole this review process. We will consider parallel or cluster-randomised controlled trials (RCTs), quasi-RCTs, and cohort studies. We will search CENTRAL, MEDLINE, Embase, PsycINFO, LILACS and IBECS. We will also conduct a search of ClinicalTrials.gov and the ICTRP for ongoing or unpublished trials. Each research step will involve at least two independent reviewers. We will create a table, using GRADE pro GDT software, reporting the pooled effect estimates for the following outcomes: all-cause mortality, lower limb amputation, adverse events, walking distance, clinical severity, vessel or graft secondary patency, and QoL. Conclusions: we will assess these outcomes according to the five GRADE considerations to assess the certainty of the body of evidence for these outcomes, and to draw conclusions about the certainty of the evidence within the review.
RESUMO Introdução: a doença arterial periférica tem o tabagismo como principal fator de risco vascular evitável. Entretanto, a maioria dos estudos não destaca o tabagismo como principal variável de exposição. Objetivos: avaliar o impacto das intervenções de cessação do tabagismo versus comparador ativo, placebo ou nenhuma intervenção, nos desfechos da doença arterial periférica. Métodos: usaremos o Cochrane Handbook for Systematic Review of Interventions para orientar todo este processo de revisão. Consideraremos ensaios controlados paralelos ou randomizados por cluster (ECRs), quase-ECRs e estudos de coorte. Buscaremos no CENTRAL, MEDLINE, Embase, PsycINFO, LILACS e IBECS. ClinicalTrials.gov e ICTRP serão consultados para ensaios em andamento ou não publicados. Criaremos uma tabela, usando o software GRADE pro GDT, relatando as estimativas de efeito agrupado para os seguintes desfechos: mortalidade por todas as causas, amputação de membro inferior, eventos adversos, distância percorrida, gravidade clínica, permeabilidade secundária do vaso ou enxerto e qualidade de vida. Avaliaremos esses resultados de acordo com as cinco considerações GRADE para avaliar a certeza do corpo de evidências para esses resultados e tirar conclusões sobre a certeza das evidências na revisão.
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Resumo Fundamento O fluxo lento coronariano (FLC) refere-se à opacificação retardada dos vasos distais na ausência de estenose da artéria coronária epicárdica. O mecanismo etiopatogênico do FLC ainda não está claro. Objetivos Este estudo investiga a relação entre o FLC e o índice de triglicerídeos-glicose (TyG). Métodos A amostra do estudo consistiu de 118 pacientes com FLC e 105 pacientes com fluxo coronariano normal (FCN). A taxa de fluxo coronariano foi medida por medio do método de contagem de quadros (TFC) Thrombolysis in Myocardial Infarction (TIMI) em todos os pacientes. O índice TyG foi calculado como o logaritmo do valor [triglicerídeos em jejum (mg/dL)×glicose em jejum (mg/dL)]/2. Adotou-se como estatisticamente significativo o nível de significância < 0,05. Resultados O índice TyG, lipoproteína de baixa densidade (LDL), índice de massa corporal (IMC), relação neutrófilo-linfócito (RNL) e valores de TFC, proporção masculina e proporção de fumantes foram maiores, enquanto os níveis de lipoproteína de alta densidade (HDL) foram significativamente menores no grupo FLC em comparação com o grupo FNC (p<0,05). A análise de correlação revelou que o FLC estava significativamente correlacionado com os valores do índice TyG, IMC, RNL e HDL. A mais forte dessas correlações foi entre o FLC e o índice TyG (r= 0,57, p<0,001). Além disso, a análise multivariada revelou que o índice TyG, IMC, razão RNL e sexo masculino foram preditores independentes para FLC (p<0,05). A análise da curva ROC (Receiver Operating Characteristic) indicou que um valor de corte ≥ 9,28 para o índice TyG previu FLC com sensibilidade de 78% e especificidade de 78,1% [Área sob a curva (AUC): 0,868 e 95% intervalo de confiança (IC): 0,823-0,914]. Conclusão Os achados deste estudo revelaram uma relação muito forte entre o FLC e o índice TyG.
Abstract Background Coronary slow flow (CSF) refers to delayed distal vessel opacification in the absence of epicardial coronary artery stenosis. The etiopathogenic mechanism of CSF is still unclear. Objectives This study investigates the relationship between CSF and the triglyceride-glucose (TyG) index. Methods The study sample consisted of 118 CSF patients and 105 patients with normal coronary flow (NCF). The coronary flow rate was measured via the Thrombolysis in Myocardial Infarction (TIMI) frame count (TFC) method in all patients. The TyG index was calculated as the logarithm of the [fasting triglyceride (mg/dL)×fasting glucose (mg/dL)]/2 value. A significance level of < 0.05 was adopted as statistically significant. Results The TyG index, low-density lipoprotein (LDL), body mass index (BMI), neutrophil-to-lymphocyte ratio (NLR) and TFC values, male ratio, and the ratio of smokers were higher, whereas high-density lipoprotein (HDL) levels were significantly lower in the CSF group compared to the NCF group (p<0,05). The correlation analysis revealed that CSF was significantly correlated with TyG index, BMI, NLR, and HDL values. The strongest of these correlations was between CSF and TyG index (r= 0.57, p<0.001). Additionally, the multivariate analysis revealed that TyG index, BMI, NLR ratio, and male gender were independent predictors for CSF (p<0.05). Receiver operating characteristic (ROC) curve analysis indicated that a cut-off value of ≥ 9.28 for the TyG index predicted CSF with a sensitivity of 78% and a specificity of 78.1% [Area under the curve (AUC): 0.868 and 95% Confidence Interval (CI): 0.823-0.914]. Conclusion The findings of this study revealed a very strong relationship between CSF and TyG index.
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ABSTRACT Chronic ulcers of the lower limbs are common and recurrent, especially in the elderly population, they are disabling injuries that generate a great socioeconomic burden. This scenario encourages the development of new, low-cost therapeutic alternatives. The present study aims to describe the use of bacterial cellulose in the treatment of lower limb ulcers. This is an integrative literature review, carried out in the PubMed and Science Direct databases by associating the descriptors, with the inclusion criteria being clinical studies in the last 5 years, available in full in English, Portuguese and Spanish. Five clinical trials were analyzed and the main therapeutic effects obtained in the experimental groups that used bacterial cellulose dressings were a reduction in the area of the wounds, one of the studies showed a reduction of 44.18cm2 in the area of the wound, the initial lesions measured on average 89.46cm2 and at the end of the follow-up, they had an average of 45.28cm2, since the reduction in pain and the decrease in the number of exchanges were advantages described in all groups that used the BS. It is concluded that BC dressings are an alternative for the treatment of lower limb ulcers, their use also reduces operational costs related to the treatment of ulcers.
RESUMO As úlceras crônicas de membros inferiores são comuns e recorrentes principalmente na população idosa, são lesões incapacitantes e que geram grande ônus socioeconômico. Tal cenário incentiva o desenvolvimento de novas alternativas terapêuticas e de baixo custo. O presente estudo tem como objetivo descrever o uso da celulose bacteriana no tratamento de úlceras de membros inferiores. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada nas bases de dados PubMed e Science Direct por meio da associação dos descritores, tendo como critério de inclusão estudos clínicos nos últimos 5 anos, disponíveis na integra em inglês, português e espanhol. Cinco ensaios clínicos foram analisados e os principais efeitos terapêuticos obtidos nos grupos experimentais que utilizaram os curativos de celulose bacteriana foram redução da área das feridas, um dos estudos apontou uma redução de 44,18cm2 da área da ferida, as lesões iniciais mediam em média 89,46cm2 e ao término do acompanhamento apresentaram uma média de 45,28cm2, já a redução da dor e diminuição do número de trocas foram vantagens descritas em todos os grupos que utilizaram a CB. Conclui-se que os curativos de CB são uma alternativa para o tratamento das úlceras de MMII, sua utilização reduz também os custos operacionais relacionados ao tratamento de úlceras.
RESUMEN
Resumo Fundamento A patologia subjacente da ectasia da artéria coronária (EC) isolada não foi totalmente elucidada. Objetivo Nosso objetivo foi examinar a relação entre o índice de inflamação imune sistêmica (Sıı), que corresponde à multiplicação da razão neutrófilos-linfócitos (RNL) e as contagens de plaquetas, e EC isolada. Método A população do estudo retrospectivo incluiu 200 pacientes com EC isolada, 200 consecutivos com doença arterial coronariana obstrutiva e 200 consecutivos com angiografia coronária normal. Um valor de p bicaudal <0,05 foi considerado significativo. Resultados Sıı, RNL, razão plaqueta-linfócito (RPL) e razão monócito-colesterol de lipoproteína de alta densidade (MHR) foram significativamente maiores no grupo EC em comparação com os outros grupos (todos p<0,001). Na análise multivariada, Sıı (p<0,001, OR = 1,005, IC 95% =1,004-1,005) foi considerado um preditor independente de EC isolada. Na análise da curva Receiver Operating Characteristic (ROC), Sıı teve uma área sob a curva maior em comparação com RNL, RPL e MHR. O valor de Sıı >517,35 tem 79% de sensibilidade, 76% de especificidade para a predição do EC [AUC: 0,832, (p<0,001)]. Sıı teve correlação significativa com o número de artérias coronárias ectásicas e classificação de Markis (r: 0,214 p=0,002; r:-0,195, p=0,006, respectivamente). Conclusão Até onde sabemos, este é o primeiro estudo em que Sıı foi significativamente associado à presença isolada de EC e gravidade anatômica.
Abstract Background The underlying pathology of isolated coronary artery ectasia (CE) has not been fully elucidated. Objective We aimed to examine the relationship between the systemic immune inflammation index (Sıı), which corresponds to the multiplying of the neutrophil-to-lymphocyte ratio (NLR) and the platelet counts, and isolated CE. Method The retrospective study population included 200 patients with isolated CE, 200 consecutive with obstructive coronary artery disease, and 200 consecutive with a normal coronary artery angiogram. A 2-sided p-value of <0.05 was considered significant. Results Sıı, NLR, platelet-to-lymphocyte ratio (PLR), and monocyte-to-high density lipoprotein cholesterol ratio (MHR) were significantly higher in the CE group compared with the other groups (all p<0.001). In multivariate analysis, Sıı (p<0.001, OR = 1.005, 95% CI =1.004-1.005) was found to be an independent predictor of isolated CE. In Receiver Operating Characteristic curve analysis, Sıı had a higher Area Under the Curve than NLR, PLR, and MHR. Sıı value of >517.35 has 79% sensitivity, 76% specificity for the prediction of the CE [AUC: 0.832, (p<0.001)]. Sıı had a significant correlation with the number of ectatic coronary arteries and Markis classification (r:0.214 p=0.002; r:-0.195, p=0.006, respectively). Conclusion To the best of our knowledge, this is the first study that Sıı was significantly associated with isolated CE presence and anatomical severity.