RESUMEN
Introduction: the COVID-19 pandemic has impacted on mortality and several adverse health outcomes. It has also affected education as schools and universities had to adapt to remote learning due to social isolation strategies.Objective: to analyze the pandemic's impact on medical education including undergraduate and graduate students and lecturers, as follow: i) teaching methods adopted by education institutes during shutdown, ii) students and lecturers' perceptions and iii) impacts on students' mental health.Methods: this systematic review includes the following study designs: cross-sectional, surveys, case-control, cohort, and clinical trials. The literature search was performed in four databases: PubMed, Scopus, Embase, and SciELO . The risk of bias and the quality of the evidence were evaluated.Results: a total of 1,576 articles were identified through searching databases, and 40 articles were included. We found the use of several teaching methods such as virtual platforms and social media, pre-recorded videos, discussion forums and others. Student's challenges related to interference during online study such as family distractions, lack of a study room, challenges with internet connectivity, difficulties in communication between students and lecturers, gaps encountered during clinical skills learning. Lecturers' challenges were difficulty in grasping students' progress and learning outcomes and the lack of experience in online teaching. Only five studies explored mental health issues of medical students and found the occurrence of depression, anxiety, and stress. However, their prevalence was not comparable due to the use of different diagnostic instruments.Conclusion: there has been a wide range of teaching methods implemented for distance learning of medical students globally. The perceptions of medical students about these methods and their impact were also varied. Infrastructure, family, and curriculum problems represented the greatest difficulties in adherence and satisfaction with distance learning. However, the flexibility of digital learning was one of the factors that helped reduce these problems. Regarding mental health, the occurrence of anxiety, depression, and stress was reported.
Introdução: a pandemia de COVID-19 teve impacto na mortalidade e em vários resultados adversos para a saúde. Também afetou a educação, pois escolas e universidades tiveram que se adaptar ao ensino remoto devido às estratégias de isolamento social.Objetivo: analisar o impacto da pandemia na educação médica, incluindo alunos de graduação e pós-graduação e professores, a saber: i) métodos de ensino adotados pelas instituições de ensino durante a paralisação, ii) percepções de alunos e professores e iii) impactos na saúde mental dos alunos.Método: esta revisão sistemática inclui os seguintes desenhos de estudo: transversal, surveys, caso-controle, coorte e ensaios clínicos. A pesquisa bibliográfica foi realizada em quatro bases de dados: PubMed, Scopus, Embase e SciELO. O risco de viés e a qualidade da evidência foram avaliados.Resultados: um total de 1.576 artigos foram identificados por meio de busca em bancos de dados, e 40 artigos foram incluídos. Constatamos a utilização de diversos métodos de ensino como plataformas virtuais e redes sociais, vídeos pré-gravados, fóruns de discussão e outros. Desafios dos alunos relacionados à interferência durante o estudo online, como distrações familiares, falta de uma sala de estudo, desafios com conectividade à Internet, dificuldades de comunicação entre alunos e professores, lacunas encontradas durante o aprendizado de habilidades clínicas. Os desafios dos professores foram a dificuldade em compreender o progresso dos alunos e os resultados de aprendizagem e a falta de experiência no ensino online. Apenas cinco estudos exploraram questões de saúde mental de estudantes de medicina e encontraram a ocorrência de depressão, ansiedade e estresse. No entanto, sua prevalência não foi comparável devido ao uso de diferentes instrumentos de diagnóstico.Conclusão: existe uma ampla gama de métodos de ensino implementados para o ensino a distância de estudantes de medicina em todo o mundo. As percepções dos estudantes de medicina sobre esses métodos e seu impacto também foram variadas. Problemas de infraestrutura, família e currículo representaram as maiores dificuldades de adesão e satisfação com o ensino a distância. No entanto, a flexibilidade do aprendizado digital foi um dos fatores que ajudou a reduzir esses problemas. Em relação à saúde mental, foi relatada a ocorrência de ansiedade, depressão e estresse.
RESUMEN
O ensino médico há alguns anos vem passando por uma transição do modelo clássico teórico para abordagens práticas e baseadas em problemas. Fundamentando-se em uma abordagem prática ambulatorial, criou-se um projeto de extensão para o ensino simultâneo a alunos de diferentes anos do curso médico com uma população ribeirinha, em que cada acadêmico utilizou suas habilidades adquiridas no curso para a criação de um serviço ambulatorial (acolhimento, pré-consulta, consulta médica, vacinação e dispensação de medicamentos), de forma a promover um serviço de saúde. Esta ação ocorreu em áreas remotas da Amazônia brasileira, mostrando que é possível unir extensão e ensino na formação de médicos mais conscientes das diferentes realidades socioeconômicas e culturais brasileiras.
The model of medical education has been undergoing a transition between classical theory and problem-oriented teaching based in the past years. Relying on an outpatient practice, we created an outreach project for the simultaneous teaching of students from different years of the medical course integrated with the consultation of a riverside population, where each used their academic skills already acquired in the course to create an outpatient service (pre-consultation, medical consultation, vaccination and drug dispensing) in order to promote a health service. This action occurred in the most remote areas of the Brazilian Amazon, showing that it is possible to combine community outreach projects and teaching while making future medical doctors more aware of the different Brazilian socioeconomic and cultural realities.
RESUMEN
Os cursos de graduação em Medicina vêm sofrendo transformações nas últimas décadas. A adoção de metodologias ativas de ensino tem crescido significativamente para atender às novas demandas sociais. Este trabalho descreve a experiência das Práticas de Integração Ensino-Serviço-Comunidade (Piesc) como eixo de apoio do modelo de reorientação na formação médica da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. As Piesc têm como campo de atuação uma Unidade de Saúde da Família, onde os discentes desenvolvem atividades do primeiro ao quarto ano, seguindo o Método do Arco de Charles Maguerez, que possui cinco passos principais: Observação da Realidade; Pontos-Chave; Teorização; Hipóteses de Solução; e Aplicação à Realidade. Essas práticas integradas proporcionam uma aproximação precoce entre os discentes e o Sistema Único de Saúde (SUS) por meio das teorizações semanais e do trabalho em equipe multiprofissional, estimulando o desenvolvimento do olhar crítico da situação local de saúde e possibilitando estabelecer vínculos com a equipe e a comunidade. Assim, as Piesc revelam-se como um eixo de apoio fundamental na reorientação da formação médica.
Undergraduate medical education has been undergoing transformations in recent decades. The adoption of active teaching methodologies has grown significantly, in an attempt to meet new social demands. Accordingly, this study aims to describe the experience of the of Service-Learning-Community Integration Practices (PIESC), as one of the supporting axes of the new methodology adopted in medical education by the State University of Southwest Bahia (UESB). The PIESCs are performed in the setting of a Family Health Unit where the students develop activities from the first to the fourth year, following Charles Maguerez's Arc Method, which has five main steps: Reality Observation; Key Points; Theorization, Solution Hypotheses and Application to Reality. These integrated practices provide the students with an early chance to experience the Unified Health System (SUS) through weekly theorizing and multi-professional teamwork, stimulating the development of a critical look at the local health situation while enabling the establishment of links both with the team and the community. Thus, the PIESC are revealed as a fundamental supporting axis in the reorientation of medical education.