RESUMEN
A pandemia da Covid-19 trouxe enfrentamentos e adaptações ao estilo de vida dos indivíduos, necessitando de estratégias para prevenção da doença, com o isolamento e distanciamento social, o que incluiu o trabalho remoto (TR) e adaptação da rotina e estrutura ocupacional. Esta nova dinâmica repercutiu em impacto biopsicossocial, diminuindo o rendimento durante o trabalho, e gerando agravos físicos, psicológicos e emocionais. Diante deste contexto, faz-se necessário investigar recursos que minimizem estes impactos. Investigou-se o uso das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde PICS como recurso de enfrentamento à pandemia da Covid-19 por trabalhadores em atividade remota. Tratou-se de um estudo transversal, realizado por meio da aplicação de um questionário, via ferramenta Google Forms, para indivíduos acima de 18 anos que /estiveram em atividades ocupacionais remotas por pelo menos 3 meses durante a pandemia da Covid-19. Participaram do estudo 186 indivíduos de 20 a 70 anos selecionados aleatoriamente por convite em redes sociais, sendo que estes deveriam preencher os critérios de inclusão e poderiam pertencer a diferentes setores de trabalho. Sobre o impacto da pandemia na saúde, a maioria (40,32%) sentiu de forma "razoável", enquanto o impacto do TR sobre a saúde foi relatado por 37,63% como "não prejudicial". 66,67% dos participantes não praticavam nenhuma PICS antes da pandemia. Destes, 20,91% iniciaram alguma prática durante o isolamento, 78,26% faziam mais de uma modalidade e 21,74% apenas uma. Os motivos relatados para o início da prática foram: dores e/ou lesões ortopédicas, ansiedade e estresse. As práticas mais realizadas foram: meditação (14,5%) e yoga (10,22%). Para quem iniciou alguma prática, a importância em relação à saúde, foi considerada muito importante para 65,22% e quando questionados sobre a utilização das PICS, como estratégia de enfrentamento da pandemia, foi considerado muito importante por 47,83%. Conclui-se que as PICS foram recursos considerados importantes para a saúde e procurados para o enfrentamento da pandemia Covid-19, por trabalhadores em TR, sendo meditação e yoga as terapias mais utilizadas.
The Covid-19 pandemic brought challenges and adaptations to individuals' lifestyles, requiring strategies to prevent the disease, with isolation and social distancing, which included remote work (RW) and adaptation of the routine and occupational structure. This new dynamic had a biopsychosocial impact, reducing performance during work and generating physical, psychological and emotional problems. Given this context, it is necessary to investigate resources that minimize these impacts. The use of Integrative and Complementary Health Practices ICHP was investigated as a resource to combat the Covid-19 pandemic by workers in remote activities. This was a cross-sectional study, carried out by applying a questionnaire, via the Google Forms tool, to individuals over 18 years of age who had been in remote occupational activities for at least 3 months during the Covid-19 pandemic. 186 individuals aged 20 to 70 years old, randomly selected by invitation on social networks, participated in the study, and they had to meet the inclusion criteria and could belong to different work sectors. Regarding the impact of the pandemic on health, the majority (40.32%) felt it was "reasonable", while the impact of RW on health was reported by 37.63% as "not harmful". 66.67% of participants did not practice any ICHP before the pandemic. Of these, 20.91% started some practice during isolation, 78.26% did more than one modality and 21.74% only one. The reasons reported for starting the practice were: pain and/or orthopedic injuries, anxiety and stress. The most common practices were: meditation (14.5%) and yoga (10.22%). For those who started some practice, the importance in relation to health was considered very important by 65.22% and when asked about the use of ICHP, as a strategy to face the pandemic, it was considered very important by 47.83%. It is concluded that PICS were resources considered important for health and sought after to combat the Covid-19 pandemic, by workers in RT, with meditation and yoga being the most used therapies.
RESUMEN
ABSTRACT Objective: In order to understand the experiences of women with breast cancer managing fatigue due to chemotherapy with the use of non-pharmacological strategies. Methods: Explanatory study, qualitative, with theoretical reference of medical anthropology and resources of the ethnographic method for data collection; in which four women took part. Thematic analysis was performed based on interviews and conducted observations. Results: Three strategies of self-care, resulted from the culture were used for physical fatigue management: rest, energy conservation and eat habits. Physical activities, contact with plants and religiosity were constituted as practices to deal with emotional fatigue. We understand that the meaning attributed to the use of non-pharmacological strategies was the possibility of feeling capable, confident and able to continue treatment. Conclusions and implications for practice: These woman's experiences revealed the following necessities, the use of specific strategies to deal with fatigue, as well as the appreciation and understanding of their singularities and cultural practices present in their contexts. In the nursing care, it is possible to associate these practices with scientific knowledge and thus complement the care in favor of an integral care.
RESUMEN Objetivo: Comprender las experiencias de mujeres con cáncer de mama en el manejo de la fatiga secundaria a la quimioterapia con la utilización de estrategias no farmacológicas. Método: Estudio explicativo, cualitativo, con referencial teórico de la antropología médica y recursos del método etnográfico para recolectar los datos, en que participaron cuatro mujeres. Se realizó un análisis temático de entrevistas y observaciones. Resultados: Se utilizaron tres estrategias de autocuidado, provenientes de la cultura, para el manejo de la fatiga física: descanso, conservación de la energía y cuidado alimentario. Las actividades físicas, contacto con plantas y religiosidad se constituyeron como prácticas para lidiar con la fatiga emocional. Comprendemos que el sentido atribuido a la utilización de estrategias no farmacológicas fue la posibilidad de sentirse capaces, confiados y aptas para proseguir el tratamiento. Conclusiones e implicaciones para práctica: Las experiencias de estas mujeres revelaron necesidades del uso de estrategias específicas para el manejo de la fatiga, así como de la valorización y comprensión de sus singularidades y de prácticas culturales presentes en sus contextos. En la atención de enfermería es posible asociar estas prácticas al conocimiento científico y así complementar el cuidado a favor de una atención integral.
RESUMO Objetivo: Compreender as experiências de mulheres com câncer de mama no manejo da fadiga secundária à quimioterapia com utilização de estratégias não farmacológicas. Método: Estudo explicativo, qualitativo, com referencial teórico da antropologia médica e recursos do método etnográfico para coleta de dados, em que participaram quatro mulheres. Foi realizada análise temática das entrevistas e de observações. Resultados: Três estratégias de autocuidado, provenientes da cultura, foram utilizadas para o manejo da fadiga física: descanso, conservação de energia e cuidado alimentar. Atividades físicas, contato com plantas e religiosidade constituíram-se como práticas para lidar com a fadiga emocional. Compreendemos que o sentido atribuído à utilização de estratégias não farmacológicas foi a possibilidade de sentirem-se capazes, confiantes e aptas para prosseguirem o tratamento. Conclusões e implicações para a prática: As experiências dessas mulheres revelaram necessidades, do uso de estratégias específicas para o manejo da fadiga, bem como da valorização e compreensão de suas singularidades e de práticas culturais presentes em seus contextos. Na assistência de enfermagem é possível associar estas práticas ao conhecimento científico e, assim, complementar o cuidado em prol da atenção integral.