RESUMEN
Resumo Trata-se de texto ensaístico que, tendo como fundamento o conceito de desamparo, critica tratamentos asilares e conclui enfatizando a importância de não nos deixarmos capturar por propostas encarceradoras. As reflexões envolvem dois tipos de argumentações: (a) argumentos de conjuntura ampla relacionados a volta do movimento asilar associado ao uso compulsivo de drogas e de políticas de abstinência; (b) argumentos relacionados a conjuntura micropolítica que nos afeta por advirem de nossa luta antimanicomial e da ética antiproibicionista. Tais conjunturas se congregam, nos impulsionando para que não recuemos diante dos quadros de violência extrema que se apresentam onde atuamos e sejamos politicamente criativos. O Acompanhamento Terapêutico pode ser essa vigorosa arte-clínica, alinhada à extinção de tratamentos asilares, se entende que nosso desamparo primordial nos funda em laços com humanos e não humanos e, em oposição aos manicomicidas (assassinos do desejo), não tratando como doentes aqueles que destoam em suas formas de viver.
Resumen Se trata de un ensayo que, a partir del concepto de desamparo, critica los tratamientos de asilo y concluye enfatizando la importancia de no dejarnos atrapar por propuestas de encarcelamiento. Las reflexiones involucran dos tipos de argumentos: (a) argumentos de amplio alcance relacionados con el retorno del movimiento asilar asociado al uso compulsivo de drogas y de políticas de abstinencia; (b) argumentos relacionados con la situación micropolítica que nos afecta ya que surgen de nuestra lucha anti-manicomio y ética antiprohibicionista. Esas situaciones se juntan, urgiéndonos a no retroceder ante la violencia extrema que se presenta en todos los lugares donde operamos y a ser políticamente creativos. El Acompañamiento Terapéutico puede ser este vigoroso arte-clínico, alineado con la extinción de los tratamientos de asilo, se entiende que nuestro desamparo primordial nos funda en lazos con humanos y no humanos y, en oposición a los manicomicidas (asesinos del deseo), no tratan como enfermos a aquellos que desatan en sus formas de vivir.
Abstract This essay is based on the concept of helplessness, it criticizes asylum treatments, and concludes by emphasizing the importance of not allowing ourselves to be captured by incarceration proposals. The reflections involve two types of arguments: (a) wide-ranging arguments related to the return of the asylum movement associated with compulsive use of drugs and abstinence policies; (b) arguments related to the micropolitical situation that affects us as they arise from our anti-asylum struggle and anti-prohibitionist ethics. Such situations come together, urging us not to retreat from the extreme violence that presents itself wherever we operate and to be politically creative. Therapeutic Accompaniment can be this vigorous clinical art, aligned with the extinction of asylum treatments, if we understand that our primordial helplessness is based on ties with human and non-human ties and, in opposition to manicomicides (murderers of desire), we do not treat as sick those who differ from the majority because of their ways of living.
Asunto(s)
Terapéutica , Internamiento Obligatorio del Enfermo Mental , Centros de Tratamiento de Abuso de Sustancias , Desamparo AdquiridoRESUMEN
Parte-se do interesse dispensado contemporaneamente às articulações entre saúde mental e atenção básica. Após uma breve síntese histórica e conceitual neste campo, discutem-se aspectos operativos da desinstitucionalização dos cuidados a pessoas com transtornos mentais na atenção básica. Com a análise de alguns estudos e experiências são destacados, a seguir, componentes fundamentais para avançar neste sentido: (1) desenvolver processos de comunicação que visem ampliar a legibilidade profissional, (2) superar a centralização em ações restritas aos enquadres tradicionais, (3) manter questionamento permanente com relação ao risco de psiquiatrização do cuidado em saúde mental, (4) superar concepções culpabilizantes do grupo familiar, e (5) investir na formação das equipes de atenção básica para as múltiplas dimensões do cuidado em saúde mental. Apontam-se, desta forma, alguns caminhos e direções possíveis para o desenho de ações de saúde mental na atenção básica que tenham, no horizonte, a perspectiva antimanicomial.
This paper starts from current interest in linkages between mental healthcare and primary care. After a brief historical and conceptual synthesis of this field, operational issues relating to de-institutionalization of care for people with mental disorders within primary healthcare settings are discussed. From analysis of some studies and experiences, the fundamental components for advancing in this direction are then highlighted: (1) development of communication processes that aim towards enhancing professional skills; (2) overcoming of the centralization around actions restricted to traditional settings; (3) maintenance of continual questioning regarding the risk of psychiatrization of mental healthcare; (4) overcoming of conceptions that place blame on family groups; and (5) investment in training for primary healthcare teams for the multiple dimensions of mental healthcare. Thus, some possible paths and directions for designing mental healthcare actions within primary care from a perspective away from the loony bin approach are pointed out.
Se parte del interés dispensado contemporáneamente a las articulaciones entre salud mental y atención básica. Tras breve síntesis histórica y conceptual en este campo, se discuten aspectos operativos de los cuidados con los transtornos mentales en la atención básica fuera la institución. Con el análisis de algunos estudios y experiencias se destacan componentes fundamentales para avanzar en este sentido: (1) desarrollar procesos de comunicación para ampliar la legibilidad profesional, (2) superar la centralización en acciones restringidas a los encuadres tradicionales, (3) mantener cuestionamiento permanente con relación al riesgo del cuidado psiquiátrico en salud mental, (4) superar concepciones de culpabilidad del grupo familiar y (5) invertir el la formación de los equipos de atención básica para las múltiples dimensiones del cuidado en salud mental. De esta manera se apuntan algunos caminos y direcciones posibles para el diseño de acciones de salud mental en la atención básica que tengan en el horizonte la perspectiva anti-manicomio.