RESUMEN
Objetivo: compreender as motivações das mulheres na escolha do parto domiciliar planejado e as percepções dessa vivência. Método: estudo descritivo, exploratório e qualitativo, desenvolvido com 14 mulheres que vivenciaram um parto domiciliar planejado entre janeiro de 2019 e dezembro de 2020. As entrevistas foram realizadas entre março e maio de 2021, transcritas na íntegra e submetidas à análise de conteúdo. Resultados: a análise possibilitou compreender que as motivações para escolha do parto domiciliar planejado estiveram relacionadas ao sentimento de medo das práticas obstétricas hospitalares. A segurança no ambiente domiciliar, a garantia da autonomia e a possibilidade da presença dos filhos foram tanto motivações como percepções positivas dessa vivência. A resistência por parte da sociedade foi frequentemente vivenciada. Conclusão: o modelo obstétrico vigente precisa ser repensado e readequado, com vistas à oferta assistência ao parto segura e respeitosa, seja em âmbito domiciliar ou hospitalar.
Objetivo: comprender las motivaciones de las mujeres en la elección del parto domiciliario planeado y las percepciones de esa vivencia. Método: estudio descriptivo, exploratorio y cualitativo, desarrollado con 14 mujeres que experimentaron un parto domiciliario planeado entre enero de 2019 y diciembre de 2020. Las entrevistas se realizaron entre marzo y mayo de 2021, transcritas en su totalidad y sometidas al análisis de contenido. Resultados: el análisis permitió comprender que las motivaciones para la elección del parto domiciliar planeado estuvieron relacionadas con el sentimiento de miedo de las prácticas obstétricas hospitalarias. La seguridad en el ambiente domiciliario, la garantía de la autonomía y la posibilidad de la presencia de los hijos fueron tanto motivaciones como percepciones positivas de esa vivencia. La resistencia por parte de la sociedad fue frecuentemente experimentada. Conclusión: el modelo obstétrico vigente necesita ser repensado y readequado, con vistas a la oferta asistencia al parto segura y respetuosa, sea en ámbito domiciliar u hospitalario.
Objective to understand the motivations of women in choosing the planned home birth and the perceptions of this experience. Method: descriptive, exploratory and qualitative study, developed with 14 women who experienced a planned home birth between January 2019 and December 2020. The interviews were conducted between March and May 2021, transcribed in full and submitted to content analysis. Results: the allowed understanding that the motivations for choosing planned home birth were related to the feeling of fear of hospital obstetric practices. Safety in the home environment, the guarantee of autonomy and the possibility of the presence of children were both motivations and positive perceptions of this experience. Resistance on the part of society was often experienced. Conclusion: the current obstetric model needs to be rethought and readjusted, in order to provide safe and respectful birth, whether at home or in the hospital.
Asunto(s)
Humanos , Femenino , Embarazo , Adulto , Parto Obstétrico/psicología , Parto Domiciliario/psicología , Motivación , Parto Normal/psicología , Investigación CualitativaRESUMEN
O objetivo deste estudo foi comparar a assistência obstétrica em uma casa de parto e em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) da Região Sudeste do Brasil, considerando boas práticas, intervenções e resultados maternos e perinatais. Realizou-se um estudo transversal com dados retrospectivos comparáveis, provenientes de dois estudos sobre parto e nascimento, e amostra de 1.515 puérperas de risco habitual de uma casa de parto e hospitais públicos da Região Sudeste. Utilizou-se ponderação pelo escore de propensão para equilibrar os grupos de acordo com as covariáveis idade, raça, paridade, integridade das membranas e dilatação do colo na internação, bem como regressões logísticas para estimar razões de chance (OR) e intervalos de 95% de confiança (IC95%) entre o local de parto e desfechos. Na casa de parto, quando comparada ao hospital, as puérperas tiveram maior chance de ter acompanhante (OR = 86,31; IC95%: 29,65-251,29), se alimentar ou tomar líquidos (OR = 862,38; IC95%: 120,20-6.187,33), se movimentar (OR = 7,56; IC95%: 4,65-12,31), usar métodos não farmacológicos para alívio da dor (OR = 27,82; IC95%: 17,05-45,40) e posição verticalizada (OR = 252,78; IC95%: 150,60-423,33) e menor chance de utilizar ocitocina (OR = 0,22; IC95%: 0,16-0,31), amniotomia (OR = 0,01; IC95%: 0,01-0,04), episiotomia (OR = 0,01; IC95%: 0,00-0,02) e manobra de Kristeller (OR = 0,01; IC95%: 0,00-0,02). Ademais, na casa de parto os recém-nascidos tiveram maior chance de aleitamento exclusivo (OR = 1,84; IC95%: 1,16-2,90) e menor chance de aspiração de vias aéreas (OR = 0,24; IC95%: 0,18-0,33) e gástrica (OR = 0,15; IC95%: 0,10-0,22). A casa de parto apresenta, assim, maior oferta de boas práticas e menos intervenções na assistência ao parto e nascimento, com segurança e cuidado, sem afetar os resultados.
This study aims to compare obstetric care in a birthing center and in hospitals of the Brazilian Unified National Health System (SUS) considering good practices, interventions, and maternal and perinatal results in the Southeast Region of Brazil. A cross-sectional study was conducted with comparable retrospective data from two studies on labor and birth. A total of 1,515 puerperal women of usual risk of birthing centers and public hospitals in the Southeast region were included. Propensity score weighting was used to balance the groups according to the following covariates: age, skin-color, parity, membrane integrity, and cervix dilation at hospitalization. Logistic regressions were used to estimate odds ratios (OR) and 95% confidence intervals (95%CI) between the place of birth and outcomes. In birthing centers, compared to hospitals, the puerperal woman had a higher chance of having a companion (OR = 86.31; 95%CI: 29.65-251.29), eating or drinking (OR = 862.38; 95%CI: 120.20-6,187.33), walking around (OR = 7.56; 95%CI: 4.65-12.31), using non-pharmacological methods for pain relief (OR = 27.82; 95%CI: 17.05-45.40), being in an upright position (OR = 252.78; 95%CI: 150.60-423.33), and a lower chance of using oxytocin (OR = 0.22; 95%CI: 0.16-0.31), amniotomy (OR = 0.01; 95%CI: 0.01-0.04), episiotomy (OR = 0.01; 95%CI: 0.00-0.02), and Kristeller maneuvers (OR = 0.01; 95%CI: 0.00-0.02). Also, in birthing centers the newborn had a higher chance of exclusive breastfeeding (OR = 1.84; 95%CI: 1.16-2.90) and a lower chance of airway (OR = 0.24; 95%CI: 0.18-0.33) and gastric aspiration (OR = 0.15; 95%: 0.10-0.22). Thus, birthing centers offers a greater supply of good practices and fewer interventions in childbirth and birth care, with more safety and care without influence on the outcomes.
El objetivo de este estudio fue comparar la asistencia obstétrica entre una clínica de parto y hospitales del Sistema Único de Salud (SUS) en la región Sudeste de Brasil, teniendo en cuenta las buenas prácticas, intervenciones y resultados maternos y perinatales. Se llevó a cabo un estudio transversal con datos retrospectivos comparables de dos estudios sobre trabajo de parto y nacimiento. La muestra se compuso de 1.515 puérperas con riesgo habitual en una clínica de parto y en hospitales públicos de la región Sudeste. Se utilizó la ponderación del puntaje de propensión para equilibrar los grupos según las siguientes covariables: edad, color de la piel, paridad, integridad de las membranas y dilatación cervical en la hospitalización. La regresión logística se utilizó para estimar la razón de posibilidades (OR), y se aplicó el intervalo del 95% de confianza (IC95%) entre el lugar de parto y desenlace. En la clínica de parto en comparación con el hospital, la puérpera tenía más posibilidades de tener un acompañante (OR = 86,31; IC95%: 29,65-251,29), comer o beber líquidos (OR = 862,38; IC95%: 120,20-6.187,33), moverse (OR = 7,56; IC95%: 4,65-12,31), utilizar métodos no farmacológicos para aliviar el dolor (OR = 27,82; IC95%: 17,05-45,40), posición erguida (OR = 252,78; IC95%: 150,60-423,33), y menor posibilidad de usar oxitocina (OR = 0,22; IC95%: 0,16-0,31), amniotomía (OR = 0,01; IC95%: 0,01-0,04), episiotomía (OR = 0,01; IC95%: 0,00-0,02) y maniobras de Kristeller (OR = 0,01; IC95%: 0,00-0,02). Los recién nacidos tenían más posibilidades de recibir una lactancia exclusiva (OR = 1,84; IC95%: 1,16-2,90) y menos posibilidades de tener aspiración de vía aérea (OR = 0,24; IC95%: 0,18-0,33) y gástrica (OR = 0,15; IC95%: 0,10-0,22). La clínica de parto cuenta con una mayor oferta de buenas prácticas y menos intervenciones en la asistencia al parto y nacimiento, con seguridad y cuidado, sin afectar los resultados.
RESUMEN
O objetivo deste estudo foi comparar a assistência obstétrica em uma casa de parto e em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) da Região Sudeste do Brasil, considerando boas práticas, intervenções e resultados maternos e perinatais. Realizou-se um estudo transversal com dados retrospectivos comparáveis, provenientes de dois estudos sobre parto e nascimento, e amostra de 1.515 puérperas de risco habitual de uma casa de parto e hospitais públicos da Região Sudeste. Utilizou-se ponderação pelo escore de propensão para equilibrar os grupos de acordo com as covariáveis idade, raça, paridade, integridade das membranas e dilatação do colo na internação, bem como regressões logísticas para estimar razões de chance (OR) e intervalos de 95% de confiança (IC95%) entre o local de parto e desfechos. Na casa de parto, quando comparada ao hospital, as puérperas tiveram maior chance de ter acompanhante (OR = 86,31; IC95%: 29,65-251,29), se alimentar ou tomar líquidos (OR = 862,38; IC95%: 120,20-6.187,33), se movimentar (OR = 7,56; IC95%: 4,65-12,31), usar métodos não farmacológicos para alívio da dor (OR = 27,82; IC95%: 17,05-45,40) e posição verticalizada (OR = 252,78; IC95%: 150,60-423,33) e menor chance de utilizar ocitocina (OR = 0,22; IC95%: 0,16-0,31), amniotomia (OR = 0,01; IC95%: 0,01-0,04), episiotomia (OR = 0,01; IC95%: 0,00-0,02) e manobra de Kristeller (OR = 0,01; IC95%: 0,00-0,02). Ademais, na casa de parto os recém-nascidos tiveram maior chance de aleitamento exclusivo (OR = 1,84; IC95%: 1,16-2,90) e menor chance de aspiração de vias aéreas (OR = 0,24; IC95%: 0,18-0,33) e gástrica (OR = 0,15; IC95%: 0,10-0,22). A casa de parto apresenta, assim, maior oferta de boas práticas e menos intervenções na assistência ao parto e nascimento, com segurança e cuidado, sem afetar os resultados.
This study aims to compare obstetric care in a birthing center and in hospitals of the Brazilian Unified National Health System (SUS) considering good practices, interventions, and maternal and perinatal results in the Southeast Region of Brazil. A cross-sectional study was conducted with comparable retrospective data from two studies on labor and birth. A total of 1,515 puerperal women of usual risk of birthing centers and public hospitals in the Southeast region were included. Propensity score weighting was used to balance the groups according to the following covariates: age, skin-color, parity, membrane integrity, and cervix dilation at hospitalization. Logistic regressions were used to estimate odds ratios (OR) and 95% confidence intervals (95%CI) between the place of birth and outcomes. In birthing centers, compared to hospitals, the puerperal woman had a higher chance of having a companion (OR = 86.31; 95%CI: 29.65-251.29), eating or drinking (OR = 862.38; 95%CI: 120.20-6,187.33), walking around (OR = 7.56; 95%CI: 4.65-12.31), using non-pharmacological methods for pain relief (OR = 27.82; 95%CI: 17.05-45.40), being in an upright position (OR = 252.78; 95%CI: 150.60-423.33), and a lower chance of using oxytocin (OR = 0.22; 95%CI: 0.16-0.31), amniotomy (OR = 0.01; 95%CI: 0.01-0.04), episiotomy (OR = 0.01; 95%CI: 0.00-0.02), and Kristeller maneuvers (OR = 0.01; 95%CI: 0.00-0.02). Also, in birthing centers the newborn had a higher chance of exclusive breastfeeding (OR = 1.84; 95%CI: 1.16-2.90) and a lower chance of airway (OR = 0.24; 95%CI: 0.18-0.33) and gastric aspiration (OR = 0.15; 95%: 0.10-0.22). Thus, birthing centers offers a greater supply of good practices and fewer interventions in childbirth and birth care, with more safety and care without influence on the outcomes.
El objetivo de este estudio fue comparar la asistencia obstétrica entre una clínica de parto y hospitales del Sistema Único de Salud (SUS) en la región Sudeste de Brasil, teniendo en cuenta las buenas prácticas, intervenciones y resultados maternos y perinatales. Se llevó a cabo un estudio transversal con datos retrospectivos comparables de dos estudios sobre trabajo de parto y nacimiento. La muestra se compuso de 1.515 puérperas con riesgo habitual en una clínica de parto y en hospitales públicos de la región Sudeste. Se utilizó la ponderación del puntaje de propensión para equilibrar los grupos según las siguientes covariables: edad, color de la piel, paridad, integridad de las membranas y dilatación cervical en la hospitalización. La regresión logística se utilizó para estimar la razón de posibilidades (OR), y se aplicó el intervalo del 95% de confianza (IC95%) entre el lugar de parto y desenlace. En la clínica de parto en comparación con el hospital, la puérpera tenía más posibilidades de tener un acompañante (OR = 86,31; IC95%: 29,65-251,29), comer o beber líquidos (OR = 862,38; IC95%: 120,20-6.187,33), moverse (OR = 7,56; IC95%: 4,65-12,31), utilizar métodos no farmacológicos para aliviar el dolor (OR = 27,82; IC95%: 17,05-45,40), posición erguida (OR = 252,78; IC95%: 150,60-423,33), y menor posibilidad de usar oxitocina (OR = 0,22; IC95%: 0,16-0,31), amniotomía (OR = 0,01; IC95%: 0,01-0,04), episiotomía (OR = 0,01; IC95%: 0,00-0,02) y maniobras de Kristeller (OR = 0,01; IC95%: 0,00-0,02). Los recién nacidos tenían más posibilidades de recibir una lactancia exclusiva (OR = 1,84; IC95%: 1,16-2,90) y menos posibilidades de tener aspiración de vía aérea (OR = 0,24; IC95%: 0,18-0,33) y gástrica (OR = 0,15; IC95%: 0,10-0,22). La clínica de parto cuenta con una mayor oferta de buenas prácticas y menos intervenciones en la asistencia al parto y nacimiento, con seguridad y cuidado, sin afectar los resultados.
RESUMEN
ABSTRACT Objective: To identify the factors associated with Upright Delivery (UD) performed in hospitals linked to the Rede Cegonha (RC) in Brazil. Methods: Cross-sectional study with 3,073 parturients who had vaginal delivery in 606 health facilities in Brazil, located in health regions with a regional action plan approved in the RC. Socioeconomic, demographic, and obstetric characteristics of the parturients, organizational and management aspects of maternity hospitals, and work processes in childbirth care were evaluated. The multivariate logistic regression model with a hierarchical approach was adjusted to identify the variables associated with UD (outcome), estimating Odds Ratios (OR) with a significance level of 5%. Results: Of the evaluated parturient, 6.7% gave birth in the vertical position. The following were associated with a greater chance of PPV: being black (OR=2.07); having 13 or more years of study (OR=3.20); giving birth in a high-risk hospital (OR=1.58); giving birth in PPP rooms (which assisted with labor, delivery, and puerperium in the same environment) in Obstetric Centers (OR=2.07) or in-hospital Normal Delivery Centers (OR=1.62); being assisted by an obstetrician nurse (OR=1.64) or by a midwife (OR=7.62) when compared to a doctor; receiving massage during labor and delivery (OR=1.89); using a stool (OR=4.16) and among women who did not ask for/not receive analgesia (OR=3.15). Conclusion: The UD is an event related to racial aspects and the education of the parturient, being stimulated in health establishments where good practices of childbirth care are implemented, with adequate ambiance, and with multidisciplinary teams comprising midwives and obstetric nurses.
RESUMO Objetivo: Identificar os fatores associados aos partos na posição vertical realizados em hospitais vinculados à Rede Cegonha no Brasil. Métodos: Estudo transversal com 3.073 parturientes que tiveram parto vaginal em 606 estabelecimentos de saúde no Brasil, localizados em regiões de saúde com plano de ação regional aprovado na Rede Cegonha. Foram avaliadas características socioeconômicas, demográficas e obstétricas das parturientes, aspectos organizacionais e de gestão das maternidades e processos de trabalho na atenção ao parto. Modelo de regressão logística multivariada com abordagem hierarquizada foi ajustado para identificar as variáveis associadas ao parto na posição vertical (desfecho), estimando-se odds ratio (OR) com nível de significância de 5%. Resultados: Do total de parturientes avaliadas, 6,7% das mulheres tiveram parto na posição vertical. Estiveram associados à maior chance de ocorrência do parto na posição vertical: ser preta (OR=2,07); ter 13 ou mais anos de estudo (OR=3,20); parir em hospital de alto risco (OR=1,58); parir em quartos PPP (que dispunham de assistência ao trabalho de parto, parto e puerpério no mesmo ambiente) em centros obstétricos (OR=2,07) ou em centros de parto normal intra-hospitalares (OR=1,62); ser assistida por enfermeiro obstetra (OR=1,64) ou por obstetriz (OR=7,62) quando comparado ao médico; receber massagem durante o trabalho de parto e parto (OR=1,91); utilizar banqueta (OR=4,35) e entre mulheres que não pediram/não receberem analgesia (OR=3,33). Conclusão: O parto na posição vertical é um evento relacionado a aspectos raciais e à escolaridade da parturiente, sendo estimulado em estabelecimentos de saúde onde estão implantadas boas práticas de assistência ao parto, com ambiência adequada e com equipes multiprofissionais contendo obstetriz e enfermeiro obstetra.
RESUMEN
Apesar de todos os avanços das ciências da saúde, a abordagem durante o trabalho de parto segue ainda ponto de inúmeras controversas e pouco consenso baseado em evidência, dentre as quais técnicas com ou sem o uso das mãos durante o expulsivo, respectivamente hands-on e hands-off, tem ganho destaque na literatura. OBJETIVOS: investigar se o uso da técnica hands-on, em oposição à hands-off, é de fato benéfico às parturientes. MÉTODO: Revisão sistemática, nas bases de dados Pubmed, BVS, PEDro e Scielo, usando as palavras-chave birth, hands-on e hands-off isoladas ou combinadas, bem como suas variantes em português. Dados foram organizados por técnica, instrumento de medida e resultados. RESULTADOS: Dos 14 estudos que compuseram a presente revisão, apenas três foram ensaios controlados. Seis estudos apontaram a ocorrência de menos lesões quando a técnica hands-on foi utilizada, mas em todos os estudos controlados não houve diferença estatística significativa entre os resultados dos grupos. CONCLUSÃO: A técnica hands-on vem sendo utilizada ao redor do mundo, mas não há suficiente evidência de que ela de fato previna qualquer tipo de lesão obstétrica. Apesar de existirem ensaios controlados, o contraste dos resultados quanto à laceração entre os grupos controle e teste não é forte o suficiente para conclusões mais sólidas.
Despite all the advances in health sciences, the approach during labor still follows a number of controversial and little consensus based on evidence, among which techniques with or without the use of hands during expulsion, respectively hands- on and hands-off, have gained prominence in the literature, but still lack in consensus. AIMS: to investigate whether the use of the hands-on technique, as opposed to the hands-off, is indeed beneficial to parturient women. METHOD: Systematic review, in Pubmed, BVS, PEDro and Scielo databases, using the keywords birth, hands-on and hands-off isolated or combined, as well as its variants in Portuguese. Data were organized by technique, measurement instrument and results. RESULTS: Of the 14 studies that comprised the present review, only three were controlled trials. Six studies pointed to the occurrence of less injuries when the hands-on technique was used, but in all controlled studies, there was no statistically significant difference between the results of the groups was low. CONCLUSION: The hands-on technique has been used around the world, but there is not enough evidence that it actually prevents any type of obstetric injury. Despite the existence of controlled trials, the contrast of the results regarding the laceration between the control and test groups is not strong enough for more solid conclusions.
Asunto(s)
Parto Normal , Trabajo de Parto , Especialidad de FisioterapiaRESUMEN
Resumen: El objetivo del presente artículo ha sido explorar, desde la perspectiva ética, las principales características y bases antropológicas del parto, tratando de dilucidar, desde un posicionamiento personalista, qué patrones son más consecuentes con el respeto de la dignidad materna y los principios básicos de la bioética. La metodología elegida fue el análisis documental, mediante el uso de diferentes bases de datos del ámbito de las ciencias médicas, sociales y antropológicas. Los resultados muestran abordajes bioéticamente antagónicos, situándose, de una parte, dos reduccionismos ontológicos de corte biologicista: el parto medicalizado y el parto natural, y, de otra, un abordaje holístico: el parto humanizado. Los dos primeros rompen con el principio de autonomía y no maleficiencia, al quedar el destino de las madres marcado por su fisiología, naturaleza que, desde la perspectiva medicalizada, es representada desde las nociones de "riesgo" y "fragilidad", quedando las madres expuestas a múltiples intervenciones clínicas iatrogénicas; mientras que, desde la cosmovisión naturista, es percibida desde la noción de "infalibilidad", lo que las convierte en rehenes de su supuesta perfección anatómica. Conflictos éticos que no surgen en el modelo humanista, al representar éste a las madres como sujetos sociales globales, que exceden cualquier reduccionismo atomista.
Resumo: O objetivo do presente artigo foi explorar, desde uma perspectiva ética, as principais características e bases antropológicas do parto, tratando de elucidar, desde um posicionamento personalista, que padrões são mais consistentes com o respeito da dignidade materna e os princípios básicos da bioética. A metodologia eleita foi a análise documental, mediante o uso de diferentes bases de dados do âmbito das ciências médicas, sociais e antropológicas. Os resultados mostram abordagens bioeticamente antagônicas, situando-se de um lado dois reducionismos ontológicos de corte biologicista, o parto medicalizado e natural, e de outro uma abordagem holística, o parto humanizado. Os dois primeiros rompem com o princípioi da autonomia e não maleficência, ao deixar o destino das mães marcado por sua fisiologia, natureza que, desde uma perspectiva medicalizada, está representada pela noção de risco e fragilidade, ficando as mães expostas a múltiplas intervenções clínicas iatrogênicas; enquanto que, desde uma cosmovisão naturista, é percebida desde a noção de infalibilidade, o que converte as mães em reféns de sua suposta perfeição anatômica. Conflitos éticos que não surgem no modelo humanista, ao representar este às mães como um sujeito social global que excede qualquer reducionismo atomista.
Abstract: The objective of this article has been to explore, from an ethical perspective, the main anthropological characteristics and bases of childbirth, trying to elucidate, from a personalist position, which patterns are more consistent with respect for maternal dignity and basic principles of bioethics. The methodology chosen was the documentary analysis, through the use of different databases in the field of medical, social and anthropological sciences. The results show bioethically antagonistic approaches, placing, on the one hand, two ontological reductions of a biological nature: medicalized and natural birth, and, on the other, a holistic approach: humanized birth. The first two break with the principle of autonomy and non-maleficiency, as the fate of the mothers is marked by their physiology, a nature that, from a medicalized perspective, is represented from the notions of "risk" and "fragility", leaving the mothers exposed to multiple iatrogenic clinical interventions; while, from the naturist worldview, it is perceived from the notion of "infallibility", which makes them hostages of their supposed anatomical perfection. Ethical conflicts that do not arise in the humanist model, when it represents mothers as global social subjects, who exceed any atomistic reductionism.
Asunto(s)
Humanos , Bioética , Parto Humanizado , Parto , Antropología , Epidemiología Descriptiva , CulturaRESUMEN
Abstract Objectives: To characterize the practices used by nurse-midwives in a Natural Birth Center (NBC) and to verify the maternal and neonatal outcomes. Method: This was a cross-sectional, documentary, retrospective study with a quantitative approach in which the medical records of 300 parturients who gave birth in a state hospital in the city of São Paulo were analyzed. The categories of the World Health Organization (WHO) composed the criteria adopted for the analysis of the obstetric practices. Fisher's exact test or the likelihood ratio and Student t-test were used. Results: The nurse-midwives mostly used category A practices of the WHO. There were no statistically significant associations between practices and perineal outcomes. There was a statistically significant association between the weight of the newborn and the number of neonatal complications, as well as between the delivery position of the primiparous women and clavicle fractures of the newborns. Conclusion and Implications for the practice: Evidence-based practices were followed by the nurse-midwives in the NBC analyzed. The maternal and neonatal outcomes were adequate. There is a need to improve care in the second stage of the delivery in order to avoid behaviors that reflect in neonatal complications. The study makes it possible to reflect on the importance of the continuous evaluation of the care provided.
Resumen Objetivos: Caracterizar las prácticas utilizadas por las enfermeras obstetras en un Centro de Parto Normal (CPN) y verificar los resultados maternos y neonatales. Método: Estudio transversal, documental, retrospectivo, con abordaje cuantitativo, en el cual fueron analizados prontuarios de 300 parturientas que dieron a luz en hospital público de la ciudad de São Paulo. Los criterios adoptados para el análisis de las prácticas obstétricas fueron las categorías de la Organización Mundial de la Salud (OMS). Fueron utilizadas las pruebas, exacto de Fisher o razón de verosimilitud (Likelihood Ratio) y t-Student. Resultados: Las enfermeras obstetras utilizaron mayoritariamente las prácticas de la categoría A de la OMS. No hubo diferencia estadísticamente significativa en las asociaciones entre las prácticas y los resultados perineales. Se observó una diferencia estadísticamente significativa entre el peso del recién nacido y el número de intercurrencias neonatales, así como entre las posiciones de parto de las primíparas con la fractura de clavícula de los recién nacidos. Conclusión e Implicaciones para la práctica: Las prácticas basadas en evidencias son seguidas por las enfermeras obstetras en el CPN analizado. Los resultados maternos y neonatales se mostraron adecuados. Es necesario mejorar la asistencia en el segundo período del parto para evitar conductas que reflejen en las interacciones neonatales. El estudio posibilita la reflexión sobre la importancia de la evaluación continuada de la asistencia prestada.
Resumo Objetivos: Caracterizar as práticas utilizadas pelas enfermeiras obstetras em um Centro de Parto Normal (CPN) e verificar os desfechos maternos e neonatais. Método: Estudo transversal, documental, retrospectivo, com abordagem quantitativa. Analisaram-se prontuários de 300 parturientes que deram à luz em hospital estadual da cidade de São Paulo. Os critérios adotados para a análise das práticas obstétricas foram as categorias da Organização Mundial da Saúde (OMS). Utilizaram-se os testes exatos de Fisher ou razão de verossimilhança (Likelihood Ratio) e t-Student. Resultados: As enfermeiras obstetras utilizaram majoritariamente as práticas da categoria A da OMS. Não houve diferença estatisticamente significativa nas associações entre as práticas e os desfechos perineais. Houve diferença estatisticamente significativa entre o peso do recém-nascido e o número de intercorrências neonatais e entre as posições de parto das primíparas com a fratura de clavícula dos recém-nascidos. Conclusão e Implicações para a prática: As práticas baseadas em evidências são seguidas pelas enfermeiras obstetras no CPN analisado. Os desfechos maternos e neonatais mostraram-se adequados. Há necessidade de melhorar a assistência no segundo período do parto, evitando condutas que reflitam em intercorrências neonatais. O estudo possibilita a reflexão sobre a importância da avaliação continuada da assistência prestada.
Asunto(s)
Humanos , Femenino , Embarazo , Adolescente , Adulto , Partería/estadística & datos numéricos , Parto Normal/enfermería , Enfermeras Obstetrices , Enfermería Obstétrica/estadística & datos numéricos , Perineo/lesiones , Lactancia Materna , Oxitocina/uso terapéutico , Cardiotocografía , Registros Médicos , Estudios Transversales , Estudios Retrospectivos , Caminata , Clavícula/lesiones , Episiotomía , Enfermería Basada en la Evidencia/estadística & datos numéricos , Amniotomía , Parto Normal/estadística & datos numéricosRESUMEN
·AIM: To early massage lacrimal sac to prevent and reduce the neonatal dacryocystitis. ·METHODS: We collected 4048 cases of neonatal, there were 2650 cases of natural birth including 5300 eyes and 1398 cases of Cesarean section including 2796 eyes. There were 2131 cases with preventive massage on lacrimal sac including 1396 cases in natural labor,2792 eyes, and 735 cases in cesarean delivery, 1470 eyes. Then, we determined whether neonatal dacryocystitis occurrence in the observation period. ·RESULTS: After preventive massage on lacrimal sac, there were 104 cases of neonatal dacryocystitis that included 68 cases of natural labor,75 eyes and 36 cases of cesarean delivery, 47 eyes; 140 cases of neonatal dacryocystitis that included 49 cases of natural labor, 57 eyes and 91 cases of cesarean delivery, 148 eyes, in the neonatal without massage. In the comparison of preventive massage group with control group,there were significant differences of the incidence of neonatal dacryocystitis(χ2=32.141,P<0.01). ·CONCLUSION: The preventative massage on lacrimal sac significantly reduce the incidence of neonatal dacryocystitis.
RESUMEN
Objective:To observe recovery of the pelvic floor muscle by using electrical stimulation biofeedback system in first-time mothers after natural birth.Methods: One hundred an seventy-two cases of primipara by transvaginal full-term natural birth, less than 35 years old, myodynamiaⅢ or less level were choosed for research object between January 2013 and January 2014 in our hospital. According to admission order, an odd number into the control group, even into the treatment group, 93 cases in each group. Kegel exercise method was used to pelvic floor muscle rehabilitation in control group, on the basis of the treatment in control group, recovery of postpartum pelvic floor muscle was conducted by using electrical stimulation biofeedback apparatus in treatment group. Strength of maternal pelvic floor muscle after recovery was tested with neuromuscular stimulation therapy apparatus and to investigate rate of urinary incontinence and sexual satisfaction in two groups.Results:①The cases ofⅠ,Ⅱ class A and BⅡ pelvic floor muscle fiber restoring toⅣ andⅤ increased significantly after electrical stimulation biofeedback system treatment in treatment group, compared with control group, the difference was statistically significant.The pelvic floor muscle strength increased significantly after treatment in treatment group (P<0.05).②Urinary incontinence rate after treatment for 2 months and 6 months in treatment group was lower significantly than that in control group, sexual life satisfaction was higher significantly than that in control group, differences between groups were statistically significant (P<0.05).Conclusion: Application of electrical stimulation biofeedback system in the treatment of female pelvic floor muscle dysfunction can enhance the enthusiasm of the patients in treatment and curative effect is reliable, and no obvious complications occurred, is worth further promotion in clinical.
RESUMEN
A assistência ao parto no setor privado brasileiro se caracteriza por altos índices de cesáreas e intervenções invasivas no parto, contradizendo recomendações sobre segurança e qualidade das ações. Buscamos entender como profissionais e pacientes se comunicam sobre riscos e benefícios das intervenções, e tomam decisões, na era da internet. Entrevistamos 28 profissionais e usuárias do setor privado em São Paulo, incluindo aqueles que chamaremos de "típicos" e "atípicos" do quadro nacional. A comunicação sobre procedimentos entre pacientes "típicas" foi escassa, enviesada ou ativamente bloqueada, tendendo a reforçar uma atitude comportada. As pacientes "atípicas" buscaram mais informações dos profissionais e grupos de pares, e usaram mais recursos da internet (listas de discussão, sites de evidências e bancos de narrativas). A disponibilidade destas informações permite que mais mulheres busquem um cuidado alinhado com seus valores e noções de direito, frequentemente confrontando a autoridade médica, criando novas necessidades a serem (ou não) satisfeitas.
High rates of cesarean sections and invasive interventions in labor and delivery, disregarding recommendations on safety and quality of healthcare characterize childbirth care in the Brazilian private sector. We aimed to understand how professionals and patients communicate about risks and benefits of the interventions and take decisions in the Internet era. We interviewed 28 professionals and female users of the private health sector in São Paulo, including those we will call "typical" and "atypical" of the national scenario. The communication about procedures among "typical" patients was scarce, biased or actively blocked, tending to strengthen a behaved attitude. "Atypical" patients sought further information from professionals and peer groups and used more Internet resources (discussion lists, evidence websites and narrative banks). The availability of such information allows more women to seek a care aligned to their values and notions of rights, frequently confronting the medical authority, creating needs to be (or not to be) satisfied.