RESUMEN
OBJETIVO: A peritonite é responsável por aproximadamente 50 por cento das mortes por sepse e, apesar de avanços nos métodos usados para o seu diagnóstico e tratamento, cerca de um terço dos pacientes ainda morre de peritonite secundária grave. O objetivo do presente trabalho foi comparar a eficácia de diversos tipos de tratamento para a peritonite fecal grave e estabelecida. MÉTODOS: Foram usadas 40 ratas adultas, submetidas à peritonite fecal com injeção intraperitoneal de uma suspensão de fezes de ratos. Os animais foram divididos em oito grupos (n = 5): Grupo 1, controle; Grupo 2, limpeza mecânica intraperitoneal com gaze; Grupo 3, lavagem com solução salina a 0,9 por cento, à temperatura ambiente; Grupo 4, lavagem com solução salina a 0,9 por cento, a 37,8ºC; Grupo 5, lavagem com povidona-iodo a 0,5 por cento; Grupo 6, lavagem com clorexidina a 0,05 por cento; Grupo 7, injeção intramuscular de gentamicina e clindamicina; Grupo 8, introdução intraperitoneal de açúcar. RESULTADOS: Os grupos 5 e 8 foram os que apresentaram a mortalidade mais rápida (menos de 24 horas). Após 72 horas, permaneceu viva uma rata em cada um dos grupos 2, 3, 4 e 6. Nos grupos 1, 5, 7 e 8 não houve sobrevida. Apesar de todos os animais do Grupo 7 morrerem, o óbito ocorreu em um período mais longo (72 horas) do que o dos demais grupos. CONCLUSÃO: Somente ocorreu sobrevida nos grupos submetidos à limpeza peritoneal menos agressiva. Além disso, um procedimento terapêutico único de limpeza ou antibiótico sistêmico por um dia não é suficiente para prevenir a morte em ratos com peritonite fecal grave e estabelecida.
BACKGROUND: Despite improvements in diagnosis and treatment of severe peritonitis, one third of patients still die. The purpose of the present study was to compare the efficacy of several treatments on severe and established fecal peritonitis. METHODS: Forty adult Wistar rats, were submitted to intraperitoneal injection of a rat feces solution. Animals were divided into 8 groups (n = 5): Group 1, control; Group 2, intraperitoneal mechanical cleaning with gauze; Group 3, cleaning with 0.9 percent saline solution, at 23ºC; Group 4, cleaning with 0.9 percent saline solution, at 37.8ºC; Group 5, cleaning with 0.5 percent povidone-iodine; Group 6, cleaning with 0.05 percent chlorhexidine; Group 7, intramuscular injection of gentamicin and clindamycin; and Group 8, administration of intraperitoneal sugar. RESULTS: The animals of groups 5 and 8 had precocious death. After 72 hours, one rat of each group 2, 3, 4 and 6 survived. No rat of groups 1, 5, 7, 8 survived. However, the animals of Group 7 remained alive for a longer period (72 hours). CONCLUSIONS: Survival occurred only in groups submitted to less aggressive peritoneal cleaning. Besides, only one peritoneal cleaning or a single dose of antibiotic is not sufficient to prevent death due to severe and established fecal peritonitis.