RESUMEN
A autora aborda a corrupção como um processo que se produz e se perpetua no entrecruzamento de três espaços psíquicos: a) individual, em que um sujeito com fortes traços paranoicos acede a uma posição de poder; b) intersubjetivo, no qual a pessoa que tem poder "enlouquece" com a ajuda das pessoas com quem convive; e c) transubjetivo, em que a desqualificação da lei é instituída e se transforma em uma cultura. Usa o filme Sindicato de ladrões (On the Waterfront, Kazan, 1954) como "material clínico" cuja análise mostra a desconstrução desse processo. Conclui que, tal como no processo analítico, a "cura" dessa patologia social se apoia na transferência com uma ou mais figuras que encarnam a lei, o que permite a mudança de posição subjetiva dos atores sociais.
The author understands corruption as a process that is produced and perpetuated in the intersection of three psychic spaces: a) individual, in which a subject with strong paranoid traits holds a position of power; b) intersubjective, in which the person who holds power "goes crazy" with the help of people with whom he/she gets along; c) transsubjective, in which the disqualification of law is established and becomes a culture. The author uses the film On the Waterfront (Kazan, 1954) as "clinical material" whose analysis shows the deconstruction of this process. She concludes that, as in the psychoanalytic process, the "cure" of this social pathology is based on transference with a figure who embodies law. This transference allows social actors to change their subjective position.
La autora aborda la corrupción como un proceso que se produce y se perpetúa en la intersección de tres espacios psíquicos: a) individual, en el cual un sujeto con fuertes rasgos paranoicos accede a una posición de poder; b) intersubjetivo, en el que la persona que tiene el poder "se vuelve loca" con ayuda de las personas con las que convive; c) institucional, donde la descalificación de la ley es instituida y se convierte en una cultura. Utiliza la película Nido de ratas (On the Waterfront, 1954) como "material clínico" cuyo análisis muestra la deconstrucción de este proceso. Llega a la conclusión que, como en el proceso de análisis, la "cura" de esta patología social se apoya en la transferencia con una o más figuras que encarnan la ley, permitiendo el cambio de posición subjetiva de los actores sociales.
L'auteur aborde la corruption comme un processus qui se produit et se perpétue dans le carrefour de trois espaces psychiques: a) l'individuel, où le sujet ayant des forts traits paranoïaques accède à une position de pouvoir; b) l'intersubjectif, dans lequel celui qui a le pouvoir devient "fou", avec l'aide de son entourage; et c) le transubjectif, où la disqualification de la loi est instituée et devient une culture. Il utilise le film Sur les quais (On the Waterfront, Kazan, 1954) comme un "outil clinique" dont l'analyse montre la déconstruction de ce processus. Il conclue que, ainsi que le processus analytique, la "cure" de cette pathologie sociale s'étaye sur le transfert, ayant une ou plus figures qui incarnent la loi, ce qui permet le changement de la position subjective des acteurs sociaux.
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
Lintroduction du syntagme psychose ordinaire par J-A Miller a permis de souligner lactualité dune nouvelle clinique dite continuiste , ne renvoyant plus la psychose sur les seules formes épinglées par le discours psychiatrique. Au temps où lAutre nexiste pas, la prise en charge de ces sujets permet de prendre acte des modalités de bricolage permettant de faire tenir ensemble les catégories RSI et dengager une réflexion autour du lien entre fonction paternelle et rapport au savoir. Pour cela, partons de la distinction entre névrose et psychose à partir de la relation du sujet au savoir puis de sa rencontre avec un analyste et [de l´apparition- de la manifestation] d´un savoir déjà constitué, d´un savoir total, d´où le psychotique retire [extrait] sa certitude. Parallèlement, ce distinguo névrose-psychose nous renvoie à ce qu´il en advient de l´activité de pensée et du rapport au corps. Deux cas cliniques qui abordent la honte, nous permettent de pointer des similitudes et des dissimilitudes entre névrose et psychose ordinaire dans la relation au savoir. Et de conclure sur la position de l´analyste, comme destinataire de signes hors-sens, pour ouvrir au lien social le sujet de la psychose.
A introdução do sintagma psicose ordinária por J.-A. Miller permitiu enfatizar a atualidade de uma nova clínica dita continuista, não relegando mais a psicose somente às formas fixadas pelo discurso psiquiátrico. No tempo em que o Outro não existe, o atendimento desses sujeitos permite levar em conta as modalidades de bricolagem que fazem com que as dimensões RSI se mantenham juntas. Este artigo pretende iniciar uma reflexão em torno das ligações entre função paterna e relação ao saber. Para tanto, parte da distinção entre neurose e psicose a partir da relação do sujeito com o saber e discute o encontro do sujeito com um analista e o comparecimento de um saber já constituído, um saber total, de onde o psicótico retira sua certeza. Ao mesmo tempo, distingue na psicose o processo de pensamento e a relação com o corpo. A partir de dois casos clínicos, aborda a vergonha e a descrença e enfatiza as semelhanças e diferenças entre neurose e psicose ordinária na relação com o saber. Conclui com considerações sobre a posição do analista, de destinatário de signos sem sentido, com vistas a auxiliar uma abertura ao laço social para o sujeito da psicose.
The introduction of the syntagm ordinary psychosis by J-A miller has enabled to underline the current relevance of a new clinic called continuist, no more accepting psychosis in the forms fixed by the psychiatric discourse. In times when the Other does not exist, the treatment of these subjects allows to unveil the types of bricolage, making it possible to enlace the categories RSI. This article seeks to initiate a reflection about the links between paternal function and relation to knowledge. In order to do this, starts from the distinction between neurosis and psychosis based on the subject's relation to knowledge and discusses the subject's encounter with an analyst, as well as the presence of an already constituted knowledge, a total knowledge, from which the psychotic derives his certainty. At the same time, distinguishes the process of thought and the relation to the body in psychosis. From two clinical cases, approaches the shame and the disbelief, and emphasizes the similarities and differences between neurosis and "ordinary psychosis" in the relation to knowledge. The article concludes with considerations about the analyst's position of addressee of signs without sense, which intends to assist an opening to the social lace for the psychosis' subject.