RESUMEN
A isquemia miocárdica induzida por esforço em níveis significativos interferiria no aumento no volume sistólico e levaria à deflexão da curva do PuO2. A alteração da resposta curvilínea do PuO2, que resulta em achatamento da curva, demonstraria redução do volume sistólico e/ou falha para aumentar a extração de oxigênio. Em revisão não sistemática da literatura, encontramos poucos relatos sobre a deflexão da curva do PuO2 secundária à isquemia induzida por esforço, totalizando apenas nove estudos em 22 anos, que abrangeram 339 pacientes. A sensibilidade e a especificidade do TE foi de, respectivamente, 46% e 66%; a sensibilidade e a especificidade do TCP atingiram, respectivamente, 51% e 60%, considerando-se a deflexão do PuO2. Quando a deflexão do PuO2 foi associada à relação entre VO2/work rate slope, a sensibilidade e a especificidade atingiram 87% e 74%, respectivamente. No subgrupo com isquemia extensa, o pico do PuO2 foi reduzido em comparação com o subgrupo com isquemia discreta (12,8 ± 3,8 vs. 16,4 ± 4,6 p < 0,05), demonstrando que a deflexão da curva de PuO2 pode estar presente nos casos de isquemia miocárdica extensa. Houve elevação do PuO2 de 11,76 para 13,27 ml/batimento e do slope de PuO2 de 7,05 para 9,25 depois de angioplastia coronariana. Há indícios de que a utilização do teste cardiopulmonar no diagnóstico da doença coronariana pode ser útil, rastreando os casos de maior gravidade
Exercise-induced myocardial ischemia, at significant levels, may interfere in the increase of systolic volume and cause deflection of the PuO2 curve. A change of the curvilinear response of PuO2, which results in a flattening of the curve, demonstrates a reduction of the systolic volume and/or failure to increase the extraction of oxygen. In a non-systematic literature review, we found few publications about the deflection of the PuO2 curve, secondary to exercise-induced ischemia, totaling only nine studies over 22 years, and including 339 patients. The sensitivity and the specificity of the ET were 46% and 66%, respectively; the sensitivity and the sensibility of the CPT reached 51% and 60%, respectively, considering the deflection of PuO2. When the deflection of PuO2 was associated with the relationship between VO2/work rate slope, the sensibility and specificity reached 87% and 74%, respectively. In the subgroup with extensive ischemia, peak PuO2 was reduced as compared to the subgroup with mild ischemia (12.8±3.8 vs. 16.4±4.6 - p < 0.05), showing that there may be a flattening of the curve in cases with extensive myocardial ischemia. There was an increase in PuO2 from 11.76 to 13.27 ml/beat and of the slope of PuO2 from 7.05 to 9.25 following coronary angioplasty. There are indications that the use of cardiopulmonary testing may be useful in the diagnosis of coronary heart disease, detecting more serious cases
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Consumo de Oxígeno , Enfermedad de la Arteria Coronaria/diagnóstico , Prueba de Esfuerzo/métodos , Pronóstico , Volumen Sistólico , Ecocardiografía/métodos , Ejercicio Físico , Sensibilidad y Especificidad , Isquemia Miocárdica , Frecuencia CardíacaRESUMEN
A resposta cardiorrespiratória durante exercícios submáximos, na intensidade da máxima fase estável de lactato (MFELint) até a exaustão, tem sido pouco investigada. O objetivo deste estudo foi investigar a resposta do consumo de oxigênio (VO2), frequência cardíaca (FC) e pulso de oxigênio (pulso O2) em exercício realizado na MFELint até a exaustão, e comparar o gasto energético (GE) estimado pelo VO2 e pela FC. Doze sujeitos treinados realizaram um protocolo incremental em cicloergômetro para determinar parâmetros máximos e submáximos do metabolismo aeróbio. Posteriormente, foram realizados 2 a 4 testes de 30 min com carga constante para identificar a MFELint. Finalmente, os sujeitos realizaram um teste até a exaustão na MFELint. Os parâmetros cardiorrespiratórios foram medidos continuamente durante todos os testes. No teste de exaustão, as respostas fisiológicas foram comparadas entre seis momentos relativos do tempo de exaustão (TTE). O TTE médio foi 55,1±10,2 min. O pulso de O2 apresentou reduções significativas ao longo do tempo, atingindo, no momento da exaustão, um valor ~ 9% inferior comparado ao início do exercício. Este fato ocorreu pelo aumento da FC ao longo do tempo de forma desproporcional ao aumento do VO2, resultando em diferenças significantes entre os GE estimados. Portanto, em exercício realizado na MFELint até a exaustão, parece existir uma perda gradual da eficiência cardiorrespiratória, evidenciada pela redução do pulso O2. Assim, a relação direta entre VO2 e FC com a carga de trabalho é alterada ao longo do exercício, conduzindo a erros de estimativa do GE a partir dos valores da FC.
There has been little research regarding cardiorespiratory responses during submaximal exercise at the maximal lactate steady state intensity (MLSSint) until exhaustion. The objective of this study was to investigate the responses of oxygen consumption (VO2), heart rate (HR) and oxygen pulse (O2 pulse) during exercise to exhaustion at MLSSint, and to compare energy expenditure (EE) estimated by VO2 and HR. Twelve trained athletes followed an incremental protocol on a cycle ergometer to determine maximal and submaximal parameters of aerobic metabolism. On subsequent occasions they performed 2 to 4 30-minute tests with constant load to identify MLSSint. Finally, they underwent a test to exhaustion at MLSSint. Cardiorespiratory parameters were measured continuously during all tests. During the test to exhaustion, physiological responses were compared for six points in time calculated as percentages of the time to exhaustion (TTE). Mean TTE was 55.1±10.2 min. Oxygen pulse presented significant reduction over time, decreasing to a value 9% lower than baseline at the exhaustion point. This fact was the result of increases in HR over time that was disproportional to the increase in VO2, resulting in significant differences between EE estimates. Therefore, there appears to be a gradual loss of cardiorespiratory efficiency during exercise to exhaustion at MLSSint that is shown by the reduction in O2 pulse. The direct relationship between VO2 and HR with workload presents variations over the course of exercise, leading to errors when EE is estimated using HR.
RESUMEN
Os menores valores de frequência cardíaca (FC) no meio aquático são bem consolidados na literatura. No entanto, as respostas de consumo de oxigênio (VO2) e pulso de oxigênio (PulsoO2) em imersão em repouso são menos investigadas e os estudos que realizaram tal análise apresentam diferentes resultados, permanecendo uma lacuna acerca dessa comparação na literatura. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi analisar os valores de FC, VO2 e PulsoO2 em repouso nos meios terrestre e aquático. Sessenta mulheres (24,0 ± 2,5 anos) participaram do presente estudo. Inicialmente, as participantes permaneceram 30 minutos em repouso em decúbito dorsal fora da água. A seguir, os valores de FC, VO2 e PulsoO2 foram avaliados na posição ortostática nos meios terrestre (MT) e aquático (MA). Utilizou-se Teste T pareado para comparar as variáveis entre os meios, adotando-se um alfa de 5%. Como resultados, a FC apresentou redução significativa do MT para o MA. Por outro lado, observou-se aumento significativo nas variáveis VO2 e PulsoO2 da situação de repouso em MT para MA. Portanto, as respostas cardiorrespiratórias diferem entre os meios aquático e terrestre, sendo que as respostas de FC são reduzidas enquanto as de VO2 e PulsoO2 são incrementadas com a imersão em repouso.
The lower values of heart rate (HR) in the aquatic environment are well-established in the literature. However, the oxygen consumption (VO2) and oxygen pulse (PulseO2) responses in immersion at rest are poorly investigated, and the studies that performed such analysis show different results, remaining a gap in the literature about this comparison. Thus, the purpose of the present study was to analyze the HR, VO2 and PulseO2 values at rest on dry land and in the aquatic environments. Sixty young women (24.0 ± 2.5 years) participated of the present study. Initially, the participants remained 30 minutes at rest in the supine position out of water. Then, the HR, VO2 and PulseO2 were assessed in the orthostatic position on dry land (DL) and in the aquatic environments (AE). Paired T test was used to compare the variables between the environments, adopting an alpha level of 5%. As results, the HR presented a significant reduction from DL to the AE. On the other hand, it was observed a significant increase in the VO2 and PulseO2 at rest from the DL to AE. Therefore, the results demonstrated that the environment exerts influence on the cardiorespiratory response, because the HR responses are reduced, while the VO2 and PulseO2 are increased with the immersion at rest.