RESUMEN
Objetivo Este artigo tem como objetivo discutir a abordagem da psicologia indígena no cuidado de estudantes indígenas em contexto universitário. Método Utilizando o método qualitativo, este artigo apresenta um estudo de caso detalhando a trajetória de formação da Rede de Escuta e Desaprendizagens Étnico-Subjetivas, para analisar a aplicação dos pressupostos da psicologia indígena no suporte a estudantes indígenas e seus familiares na Universidade Estadual de Campinas. Resultados Evidenciou-se a necessidade de reconhecer diferentes epistemologias para uma conexão terapêutica respeitosa. Foram observados desafios na aplicação de práticas alinhadas com a psicologia indígena, destacando a coautoria nas sessões, a valorização das perspectivas dos pacientes e as desaprendizagens contínuas. O estudo dos elementos culturais das etnias envolvidas mostrou-se crucial para evitar a patologização das cosmovisões e subjetividades indígenas. Conclusão A psicologia indígena apresenta-se como um vetor de mudança nas disputas de narrativas culturais, destacando a lacuna na abordagem clínica e a necessidade urgente de estudos para desenvolver intervenções personalizadas para o atendimento das diferentes etnias indígenas.
Objective This article aims to discuss the approach of indigenous psychology in the care of indigenous students in a university framework. Method Using a qualitative method, this article presents a case study detailing the formation trajectory of the Rede de Escuta e Desaprendizagens Étnico-Subjetivas (Network of Ethno-Subjective Listen-ing and Unlearning) to review the application of the principles of indigenous psychology in sup-porting indigenous students and their families at Universidade Estadual de Campinas (Unicamp, State University of Campinas), Brazil. Results The study highlighted the need to recognize different epistemologies for respectful therapeutic connections. Challenges were faced in the application of practices aligned with indigenous psychology, emphasizing co-authorship in sessions, valuing patients' perspectives, and continuous unlearning. The study of the cultural elements of the ethnicities involved proved crucial to avoid the pathologization of indigenous worldviews and subjectivities. Conclusion Indigenous psychology presents itself as a tool for the changes in the cultural struggles, highlighting the gap in clinical approaches and the urgent need for further studies to develop personalized interven-tions for the care of the diverse indigenous ethnicities.
Asunto(s)
Psicología , Estudiantes , Sistemas de Apoyo Psicosocial , Salud Mental en Grupos ÉtnicosRESUMEN
Objetivo Em 2021, povos indígenas Pataxó, Pataxó Hãhãhãe e Tupinambá foram atingidos por inundações intensas na Bahia. A situação exigiu respostas imediatas das equipes locais de saúde, contando com a assessoria de especialistas em desastres e emergências em saúde pública. Esse estudo de caso aborda o processo de construção de linhas de cuidado ao Bem-Viver dos povos originários afetados, por meio do trabalho colaborativo entre etnias indígenas e equipes de políticas públicas de saúde. Método Foram analisados registros de reuniões, um curso de formação para profissionais de saúde indígena e três documentos de referência. Resultados Abordou-se possibilidades e desafios no cuidado ao Bem-Viver na fase de resposta pós-desastres e emergências em saúde pública, com a garantia da especificidade e do protagonismo das comunidades atendidas. Conclusão Foram apresentadas considerações para o processo de construção de linhas de cuidado ao Bem-Viver de povos originários, buscando oferecer subsídios à conformação de políticas públicas consoantes às particularidades sócio-histórico-culturais de cada etnia.
Objective In 2021, the indigenous communities Pataxó, Pataxó Hãhãhãe and Tupinambá, in the state of Bahia, Brazil, were hit by intense floods. The situation required immediate response from local health professionals, with advice from experts in public health disasters and emergencies. This case study focuses on the development of lines of care for the "Buen Vivir" of affected original peoples through collaborative work between indigenous ethnic groups and public health policy professionals. Method Analysis of the records of meetings, a training course for indigenous health professionals and three reference documents was carried out. Results Possibilities and challenges for assuring the "Buen Vivir" in the post-disaster and public health emergency response phase were addressed, guaranteeing the specificity and protagonism of the communities served. Conclusion Contributions were presented along the lines of care construction processes for the "Buen Vivir" of indigenous peoples, pursuing subsidies for public policies in accordance with the socio-historical-cultural particularities of each ethnic group.
Asunto(s)
Desastres , Urgencias Médicas , Salud Mental en Grupos Étnicos , Pueblos Indígenas , Intervención PsicosocialRESUMEN
Resumo Este artigo apresenta uma perspectiva da saúde mental a partir do estudo dos efeitos dos conflitos pela terra e da organização comunitária na aldeia Tupinambá da Serra do Padeiro, no sul da Bahia. A luta pela terra com a retomada do território destaca-se enquanto força produtora de saúde, com potência de suplantar as agruras vividas em um contexto de ameaças, violências e traumas. Para isso, diferentes saberes, práticas e atores, indígenas e não indígenas, são continuamente articulados. Os modos de organização da comunidade se inserem como elemento-chave para prevenção e recuperação da saúde mental, evitando agravos nos conflitos territoriais e promovendo condições para reabilitação e inserção social. A espiritualidade, o trabalho, a cultura, a coletividade e o diálogo interétnico são aspectos centrais de proteção e promoção da saúde mental.
Abstract This study offers a mental health perspective based on the study of the effects of conflicts over land and community organization at Aldeia Tupinambá in Serra do Padeiro in southern Bahia. The struggle for land with the repossession of the territory stands out as a force that produces health with the power to overcome the hardships experienced in a context of threats, violence, and trauma. For this, Indigenous and non-Indigenous knowledges, practices, and actors are continuously articulated. The community's ways of organizing itself are inserted as a key-element to prevent and recover mental health, avoid injuries in territorial conflicts, and promote conditions for rehabilitation and social insertion. Spirituality, work, culture, community and interethnic dialogue are central aspects of protecting and promoting mental health.
Asunto(s)
Salud de Poblaciones Indígenas , Violencia Étnica , Salud Mental en Grupos Étnicos , Trauma Histórico , Cohesión SocialRESUMEN
Resumo: Este artigo assume o estigma racial como objeto de análise, mais precisamente a construção simbólica que pessoas negras são sujas, fedidas e/ou imundas - uma discussão que tem sido ignorada no debate racial brasileiro. Nesse sentido, o objetivo consiste em discutir a produção racista dos corpos, dos sentidos e das emoções. Argumenta-se que, em uma sociedade racista, os processos de socialização e subjetivação são estruturados sob uma cultura político-afetiva higienista que reforça a dominação racial branca enquanto subalterniza, assujeita e higieniza-embranquece subjetivamente as pessoas negras. Assim, urge uma maior articulação entre as Psi e as Ciências Sociais para a compreensão da interface saúde, cidadania e construção sociopolítica da etnicidade.
Abstract: This article takes the racial stigma as an object of analysis, more precisely the symbolic construction that black people are dirty, stinky and/or filthy - a discussion that has been ignored in the Brazilian racial debate. In this sense, the aim is to discuss the racist production of bodies, senses and emotions. It is argued that, in a racist society, the processes of socialization and subjectivation are structured under a hygienist political-affective culture that reinforces white racial domination while subjectively subordinating, subjecting and sanitizing-whitening black people. Thus, there is an urgent need for greater articulation between the Psy field and Social Sciences to understand the interface between health, citizenship and the sociopolitical construction of ethnicity.
Resumen: Este artículo asume el estigma racial como el objeto de análisis, más precisamente la construcción simbólica de que las personas negras son sucias, apestosas y/o inmundas- una discusión que ha sido ignorada en el debate racial brasileño. En este sentido, el objetivo es discutir la producción racista de los cuerpos, sentidos y emociones. Argumentamos que, en una sociedad racista, los procesos de socialización y subjetivación se estructuran bajo una cultura político-afectiva higienista que refuerza la dominación racial blanca al mismo tiempo que subordina, somete y sanea-blanquea subjetivamente a las personas negras. Por lo tanto, existe una necesidad urgente de una mayor articulación entre las Psi y las Ciencias Sociales para comprender la interfaz entre salud, ciudadanía y la construcción sociopolítica de la etnicidad.