RESUMEN
Pacientes com transtorno de personalidade borderline (TPB) são tipicamente instáveis e intensos em seus afetos e comportamentos, facilmente despertando reações emocionais negativas em seus terapeutas. Desse modo, manejar a contratransferência é fundamental para a psicoterapia com esses pacientes. Este estudo de caso sistemático visa descrever as manifestações contratransferenciais no processo terapêutico do primeiro ano de uma terapia psicanalítica de uma paciente com TPB, ampliando o conhecimento empírico sobre como a contratransferência interage com as variáveis do paciente. As sessões (n = 59) foram codificadas por duplas de juízes independentes treinados com o Psychotherapy Process Q-Set (PQS), um q-sort de 100 itens que fornece descrição das variáveis do paciente, do terapeuta e da interação terapêutica que caracterizam o tratamento. Experts em psicoterapia psicanalítica selecionaram seis itens do PQS como indicadores de reações contratransferenciais e 12, como indicadores de estados mentais e comportamentos característicos de pacientes com TPB. Esses itens foram examinados em relação ao tempo. Os achados revelam a predominância de atitudes terapêuticas compatíveis com uma contratransferência positiva. As implicações clínicas dos achados são discutidas. (AU)
Patients with borderline personality disorder (BPD) are typically unstable and intense in their feelings and behaviors, easily arousing negative emotional reactions in their therapists. Therefore, managing countertransference is essential for psychotherapy with these patients. The present systematic case study aims to describe countertransferential manifestations in the therapeutic process of the first year of a psychoanalytical therapy with a BPD patient, broadening the empirical knowledge on how countertransference interacts with the patient's variables. The sessions (n=59) were codified by pairs of independent judges trained with the Psychotherapy Process Q-Set (PQS), a q-sort with 100 items that give a description of the patient, the therapist and of the interaction variables that typify the treatment. Experts in psychoanalytical psychotherapy selected six PQS items as indicative of countertransferential reactions and 12, as indicators of mental states and behaviors characteristic of patients with BPD. These items were examined in relation to time. Findings reveal predominance of therapeutic attitudes compatible with positive countertransference. (AU)
Pacientes con trastorno de personalidad borderline (TPB) son típicamente inestables e intensos en los afectos y comportamientos, y despiertan fácilmente reacciones emocionales negativas en los terapeutas. Por lo tanto es fundamental manejar la contratransferencia en la psicoterapia con estos pacientes. Este estudio de caso sistemático pretende describir las manifestaciones contratransferenciales en el proceso terapéutico del primer año de una terapia psicoanalítica de un paciente con TPB, ampliando el conocimiento empírico sobre, cómo la contratransferencia interactúa con las variables del paciente. Las sesiones (n=59) fueron codificadas por duplas de jueces independientes, entrenados con el Psycoterapy Process Q-Set (PQS), un q-sort de 100 ítems que proporcionan descripción de las variables del paciente, del terapeuta y de la interacción terapéutica que caracterizan el tratamiento. Expertos en psicoterapia psicoanalítica seleccionaron 6 ítems del PQS como indicadores de reacciones contratransferenciales y 12, como indicadores de estados mentales y comportamientos característicos de pacientes con TPB. Estos ítems fueron examinados con relación al tiempo y los resultados revelan predominio de actitudes terapéuticas compatibles con una contratransferencia positiva. Se discuten las implicaciones clínicas de los resultados. (AU)
Asunto(s)
Humanos , Femenino , Adulto , Trastorno de Personalidad Limítrofe/psicología , Procesos Psicoterapéuticos , ContratransferenciaRESUMEN
Este estudo teve como objetivo avaliar o desempenho cognitivo, a impulsividade e a ideação suicida em 82 (M=31,80; DP=0,96) pacientes internados em uma clínica psiquiátrica de Porto Alegre, RS. Os pacientes foram divididos em dois grupos, sem (G1=33) e com histórico de tentativa de suicídio (G2=49). Foram aplicados os seguintes instrumentos: a Escala Wechsler de Inteligência para adultos (WAIS III), a Escala Barratt de Impulsividade (BIS), a Escala Beck de Suicídio (BSI), a Escala FAST e um questionário sobre dados sociodemográficos. Os resultados não apontam diferenças significativas entre os dois grupos no que se refere ao QI total e às funções executivas. Os níveis de impulsividade, assim como a ideação suicida mostraram-se mais elevados no grupo de pacientes com histórico de tentativas de suicídio, especialmente nos pacientes com idade inferior a 30 anos. Entre as comorbidades, verificou-se que a dependência química foi a de maior prevalência, seguida do transtorno de humor bipolar e depressão. Os resultados sugerem similaridades entre os grupos de pacientes com e sem histórico de suicídio, representando um alerta e um desafio. Evidências acerca da impulsividade corroboram dados de estudos anteriores, assim como o que se refere às comorbidades identificadas.
The objective of this study was to assess cognitive performance, impulsivity, and suicidal ideation in 82 (M=31.80; SD=0.96) inpatients of a psychiatric clinic in Porto Alegre, RS. Patients were divided into two groups without (G1=33) and with a history of suicide attempt (G2=49). We administered the following instruments: the Wechsler Adult Intelligence Scale (WAIS III), the Barratt Impulsiveness Scale (BIS), the Beck Scale for Suicide Ideation (BSI), the FAST Scale, and a questionnaire on sociodemographic data. The results showed no significant differences between the two groups with respect to total IQ and executive functions specifically. The levels of impulsivity, as well as suicidal ideation, were higher in patients with a history of suicide attempts, especially in patients younger than 30 years. Considering the comorbidities, we found that chemical dependency showed the highest prevalence, followed by bipolar disorder and depression. The results demonstrated that the similarities between the groups of patients with and without a history of suicide attempt constitute a warning and a challenge. Evidences toward impulsivity confirm previous studies, as well as what refers to comorbidities identified.
Este estudio tuve como objetivo evaluar el desarrollo cognitivo, la impulsividad y la ideación suicida en 82 (M=31,80; DP=0,96) pacientes internos en una clínica psiquiátrica de La ciudad de Porto Alegre, RS. Los pacientes fueran divididos en dos grupos, sin (G1 =33) y con histórico de tentativa de suicidio (G2=49). Han sido aplicados los siguientes instrumentos: la Escala Wechsler de Inteligencia para adultos (WAIS III), la Escala Barratt de Impulsividad (BIS), la Escala Beck de Suicidio (BSI), la Escala FAST y un cuestionario sobre datos socio demográficos. Los resultados no muestran diferencias significativas entre los dos grupos no que se refiere al QI total e las funciones executivas. Los niveles de impulsividad, así como la ideación suicida estaban más elevados en el grupo de pacientes con histórico de tentativas de suicidio, especialmente en los pacientes con edad inferior a 30 años. Entre las comorbilidades, si ha verificado que la dependencia química ha sido la de mayor prevalencia, seguida del trastorno de humor bipolar y depresión. Los resultados sugieren similitudes entre los grupos de pacientes con y sin histórico de suicidio lo que representa un alerta y un desafío. Evidencias acerca de la impulsividad corroboran datos de estudios anteriores, así como lo que se refiere a las comorbilidades identificadas.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Niño , Adolescente , Adulto , Persona de Mediana Edad , Adulto Joven , Intento de Suicidio/psicología , Trastorno de Personalidad Limítrofe/complicaciones , Trastornos del Conocimiento/complicaciones , Ideación Suicida , Factores Socioeconómicos , Suicidio , Trastorno Bipolar , Estudios Transversales , Factores de Riesgo , Conducta ImpulsivaRESUMEN
O artigo introduz a questão da violência contra crianças e adolescentes em termos globais e relembra seu caráter epidêmico atual. Examina a entrada do tema violência na psicanálise, a partir dos conceitos do trauma real e trauma psíquico, comentando sobre a atualidade e permanência do trauma como um problema clínico e metapsicológico incontornável a ser enfrentado pela psicanálise. Faz um breve histórico da evolução dos quadros traumáticos na psiquiatria e na psicanálise até a introdução do Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) no DSM-III. Discutem-se as vulnerabilidades decorrentes do impacto da violência crônica em crianças e se descrevem evidências relevantes sobre a associação entre violência-trauma-vulnerabilidade-psicopatologia na idade adulta, especialmente no Transtorno de Personalidade Borderline. O artigo se encerra com considerações sobre alguns modelos psicanalíticos do trauma, priorizando diversas contribuições fundamentais de Ferenczi para a construção do entendimento contemporâneo do trauma psíquico, seus principais mecanismos e suas sequelas.
The article introduces the subject of violence against children and adolescents in global terms and recalls its current epidemic feature. Examines the entrance of the topic violence in psychoanalysis, taking as a starting point the concepts of true trauma and psychic trauma, commenting on the up-to-dateness and permanence of trauma as an unavoidable clinical and metapsychological problem to be faced by the psychoanalysis. It provides a brief background on the evolution of traumatic disorders in psychiatry and in psychoanalysis until the introduction of Post Traumatic Stress Disorder (PTSD) in the DSM-III. The article discusses the vulnerabilities that arise from the impact of chronic violence in children and describes relevant evidences on the association between violence-traumavulnerability-psychopathology in the adult, especially for Borderline Personality Disorder. It finishes with considerations on some psychoanalytical models of trauma, giving priorities to many contributions by Ferenczi which are decisive for the construction of contemporary understanding of psychic trauma, its main mechanisms, and sequelae.
El artículo introduce el tema de la violencia contra niños y adolescentes en términos globales y recuerda su carácter epidémico actual. Examina la entrada del tema violencia en el psicoanálisis, a partir de los conceptos del trauma real y trauma psíquico, comentando sobre la actualidad y permanencia del trauma como problema clínico y metapsicológico incontornable que el psicoanálisis debe enfrentar. Hace un breve histórico de la evolución de los cuadros traumáticos en la psiquiatría y en el psicoanálisis hasta la introducción del Trastorno por Estrés Postraumático (TEPT) en el DSM-III. Se discuten las vulnerabilidades decurrentes del impacto de la violencia crónica en niños y se describen evidencias relevantes sobre la asociación entre violencia-trauma-vulnerabilidad-psicopatología en la edad adulta, especialmente en el Trastorno de Personalidad Borderline. El artículo termina con consideraciones sobre algunos modelos psicoanalíticos del trauma, priorizando diversos aportes fundamentales de Ferenczi para la construcción del entendimiento contemporáneo del trauma psíquico, sus principales mecanismos y sus secuelas.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Niño , Adolescente , Trastorno de Personalidad Limítrofe , Maltrato a los Niños , Trastornos por Estrés Postraumático , ViolenciaRESUMEN
Este artículo es una revisión teórica de los postulados de Peter Fonagy respecto a los Trastornos de Personalidad Borderline (TPB) y su propuesta de abordaje a través de la psicoterapia basada en la mentalización. A partir de la revisión se concluye que el modelo planteado para comprender el desarrollo de TPB y los lineamientos para realizar intervenciones psicoterapéuticas, resultan en gran medida un aporte al manejo de estos pacientes. Ya que el mismo ha mostrado empíricamente ser efectivo en la disminución de riesgo suicida y conductas de autoagresión; siendo estos los síntomas de mayor severidad del trastorno.
This article is a theoretical review of the principles of Peter Fonagy about borderline personality disorder (BPD) and its proposed approach through the mentalization-based psychotherapy. From the review it is concluded that the proposed model for understanding the development of TPB and guidelines for psychotherapeutic interventions, are both a key contribution to the management of these patients. The same model and guidelines have proven empirically to be effective in reducing suicide risk and self-harm behaviors; which are the more severe symptoms of the disorder.
Asunto(s)
Humanos , Apego a Objetos , Psicoterapia , Teoría de la Mente , Trastorno de Personalidad Limítrofe/terapiaRESUMEN
A partir da análise do contemporâneo que nos habita, o autor faz uma descrição da construção da subjetividade pós-moderna e das patologias próprias desse nosso tempo. Com base em autores psicanalíticos, busca traçar não só a importância do espaço analítico como também a sua contribuição para a construção de uma compreensão psicanalítica dos pacientes atuais. Neles o paradigma clássico está baseado na díade desprazer-prazer, é desafiado por sintomas que se desgarram do simbólico e só podem ser apreendidos dentro de uma nova postura psicanalítica, cujos resultados têm se mostrado alvissareiros. Ao estudar trabalhos de autores que abordaram a patologia borderline, o autor propõe algumas opções terapêuticas, especialmente para os pacientes mais graves, cujo atendimento demanda, muitas vezes, uma alteração do enfoque psicanalítico clássico.
Having as a starting point the analysis of the contemporary world which inhabits us, the author describes the construction of post modem subjectivity and the diseases pertinent to our time. Based on psychoanalytic authors, tries to delineate not only the importance of the analytic space but also its contribution for the construction of a psychoanalytic understanding of the patients of these times. On these patients the classic paradigm is based on the dyad displeasure-pleasure, challenged by symptoms afar from the symbolic and can only be apprehended within a new psychoanalytical stance, the results of it so far having proved promising. On studying the work of authors who approached borderline disorder, the author proposes some therapeutic options, especially for the more diseased patients, their care demanding, often times, a change in the classic psychoanalytic technique.
A partir del análisis de lo contemporáneo que nos habita, el autor describe la construcción de la subjetividad post moderna y de las patologías propias de esta época. Con base en autores psicoanalíticos, busca trazar no solamente la importancia del espacio analítico, sino también su contribución para la construcción de una comprensión psicoanalítica de los pacientes actuales. En ellos, el paradigma clásico basado en desplacer-placer, es desafiado por síntomas que se desgarran de lo simbólico y solamente se pueden aprehender dentro de una nueva postura psicoanalítica, cuyos resultados se han mostrado promisores. Al estudiar trabajos de autores que enfocaron la patología borderline, el autorpropone algunas opciones terapéuticas, especialmente para los pacientes más graves, cuyo tratamiento demanda, muchas veces, una alteración del enfoque psicoanalítico clásico.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Principio de Dolor-Placer , Psicoanálisis/historia , Trastorno de Personalidad Limítrofe/psicología , Terapia Psicoanalítica , Trastorno de Personalidad Limítrofe/diagnósticoRESUMEN
Objetivos. Estudiar en un grupo de pacientes adolescentes que presentan un Síndrome de Automutilación (SAM) su comorbilidad con Trastornos Psiquiátricos, ideación e intento de suicidio, y comparar ésta con otro grupo que no presenta dicho síndrome. Pacientes y método. Se tomó una muestra intencionada, pareada por rangos etarios, sexo y diagnóstico, de 47 pacientes con SAM, entre 13 y 21 años de edad y como grupo control, 47 pacientes sin SAM. Ambos grupos de nivel socio-económico alto y medio-alto. Se diagnosticaron según criterios DSM-IV, realizando análisis comparativo de dos proporciones y prueba de Chi cuadrado. Resultados. Los pacientes que se automutilan presentan una mayor frecuencia significativa de: Trastornos del Animo 85.1%; Psicosis 36,2% y Trastornos del Desarrollo de la Personalidad 74.7%. Además, se observa una comorbilidad con la terna diagnóstica compuesta por: Trastornos del Animo, de Personalidad y Abuso de Sustancias: 29.8%. Si bien la Ideación Suicida es significativamente mayor en el grupo en estudio ( 61.7%), no hay diferencia significativa en cuanto al número de intentos de suicidio. Conclusiones. En el diagnóstico y tratamiento del SAM se debe tener presente la comorbilidad y no tratar solamente la conducta de autodaño, por otro lado, frente a Trastornos Psiquiátricos como los aquí mencionados, se debe considerar, en los adolescentes, la posibilidad de estar frente a un SAM, lo que requerirá de un especial tratamiento Palabras Claves: Automutilación, Trastorno Bipolar, Trastorno de Personalidad Borderline, Suicidio, Adolescencia.
Objectives: To study a group of adolescent patients who present self-mutilation syndrome (SAM), their comorbidity with Psychiatric Disorders, suicidal behaviors (thoughts and attempts) and to compare it with a control group without SAM. Subjects and Methods: Two groups were chosen and paired by age, sex and diagnosis, with 47 patients with SAM ages 13 to 21 and as a control group, 47 patients without SAM. They were diagnosed according to DSM-IV criteria, making a comparative analysis and Chi-squared test. Results. Patients with SAM present a higher and significant frequency of: Mood Disorder 85.1%; Psychosis 36.2% and Developmental Disorders of Personality 74.4%. They also present a higher and significant frequency of coexisting disorders such as: Mood, Personality and Abuse of Substances: 29.8%. Although suicidal thoughts are significantly more common in the study group (61, 7%), there is no major difference regarding the number of suicide attempts. Conclusions: When diagnosing and treating SAM, one must not only treat the self harm disorder but also keep in mind comorbidity. On the other hand, when it comes to Psychiatric Disorders like the ones mentioned above, one must consider, in adolescents, the possibility of the presence SAM, which will require a specific treatment. Key Words: Self-mutilation, Bipolar Disorder, Borderline Personality Disorder, Suicide, Adolescence.