RESUMEN
Abstract: The state of Goiás, in central Brazil, is covered mainly by the Cerrado domain, with the Alto Paraná Atlantic Forest occupying its central-southern portion. Goiás is one of the 20 Brazilian federative units without a mammal checklist. In this study, we provide the first checklist of mammals from Goiás state. We recorded mammal species based primarily on the analysis of specimens housed in scientific collections as well as on literature with associated voucher material. We listed 191 mammalian species belonging to 125 genera, 31 families and 10 orders, which represents 25.2% of the mammal species occurring in Brazil. The most speciose orders were Chiroptera (90 spp.), followed by Rodentia (43 spp.), Carnivora (19 spp.) and Didelphimorphia (17 spp.). The following orders accounted for a smaller portion of the state diversity: Cetartiodactyla (7 spp.), Cingulata (7 spp.), Primates (4 spp.), Pilosa (2 spp.), Lagomorpha (1 sp.), and Perissodactyla (1 sp.). A total of 28 species (14.7%), mainly represented by medium and large-sized mammals, are nationally threatened while 12 (6.3%) are globally threatened. Our results indicate great portions of the state lacking a proper survey of mammals, especially the northwestern portion. We discuss species richness, distribution and conservation status of the mammals of Goiás state in national and regional scenarios. We highlight the need for mammal inventories based on complementary survey techniques with the collection of vouchers in order to provide karyologic, molecular, morphologic, parasitologic, and ecological data. These informations are the basis for integrative studies that lead to the understanding of current mammalian richness and diversity. Indeed, knowledge on species richness distribution in the state will guide conservation strategies, especially in areas undergoing habitat loss and fragmentation, such as the central-southern portion of Goiás.
Resumo: O estado de Goiás, no Brasil central, é coberto principalmente pelo domínio do Cerrado, com a Mata Atlântica do Alto Paraná ocupando sua porção centro-sul. Goiás é uma das 20 unidades federativas brasileiras que ainda não possui uma lista de espécies de mamíferos. Neste estudo, apresentamos a primeira lista de mamíferos para o estado. Registramos as espécies de mamíferos com base principalmente na análise de espécimes depositados em coleções científicas, bem como na literatura apresentando material testemunho associado. Listamos 191 espécies pertencentes a 125 gêneros, 31 famílias e 10 ordens, as quais representam 25,2% das espécies de mamíferos que ocorrem no Brasil. As ordens mais especiosas foram Chiroptera (90 spp.), seguida pelas ordens Rodentia (43 spp.), Carnivora (19 spp.) e Didelphimorphia (17 spp.), com as demais ordens respondendo por uma porção menor da diversidade: Cetartiodactyla (7 spp.), Cingulata (7 spp.), Primates (4 spp.), Pilosa (2 spp.), Lagomorpha (1 sp.) e Perissodactyla (1 sp.). Um total de 28 espécies (14,7%), principalmente representadas por mamíferos de médio e grande porte, estão ameaçadas nacionalmente e 12 (6,3%) encontram-se globalmente ameaçadas. Nossos resultados indicaram grandes porções do estado ainda não devidamente pesquisadas em relação aos seus mamíferos, com informações escassas e fragmentadas, principalmente no que diz respeito à sua porção noroeste. Discutimos a riqueza de espécies, a distribuição e o estado de conservação dos mamíferos do estado de Goiás nos cenários nacional e regional. Ressaltamos a importância da realização de inventários que utilizem técnicas complementares de amostragem, incluindo a coleta de material testemunho, proporcionando a obtenção de dados cariotípicos, moleculares, morfológicos, parasitológicos e ecológicos. Estas informações são a base de estudos integrativos, os quais aumentam nossa compreensão a respeito da riqueza e diversidade atual dos mamíferos. O conhecimento a respeito da distribuição da riqueza de espécies em Goiás é essencial para embasar estratégias de conservação, tão necessárias em áreas que vem sofrendo com a perda e fragmentação de seus hábitats naturais, como a porção centro-sul do estado.
RESUMEN
At least 251 mammal species are recorded for the Brazilan cerrado, which, therefore, is the third richest Brazilian biome. Most mammal surveys in Brazilian cerrado result from studies performed opportunistically and in short time periods. The aims of the present study were (1) provide a checklist for the mammalian fauna based on a five-year sampling in Serra do Facão region, Southeastern Goiás state; (2) compare small non-flying mammals diversity in open and forest areas and (3) compare species diversity before and after the flood caused by a hydroelectric reservoir filling. The data was gathered in 19 sampling periods, from May 2008 to September 2013. We sampled open and forest habitats and captured non-flying small mammals with Sherman and Tomahawk live traps and pitfalls; bats were sampled with mist-nets; large mammals were recorded with camera traps, and by direct observations and track surveys in field. We found 20 species of small non-flying mammals, 10 species of bats and 33 species of larger mammals. Species diversity was greater for forest than open habitats, and was also greater before than after the complete reservoir filling. About 10% of the recorded species are included in the Brazilian official list of threatened species. The total richness represents 25% of all cerrado mammal fauna, highlighting the importance of this area for regional mammal fauna conservation.
Há 251 espécies de mamíferos de ocorrência confirmada no cerrado, o terceiro bioma brasileiro em riqueza de espécies. A maioria dos inventários da mastofauna do cerrado é resultado de estudos oportunísticos, com curta duração. Os objetivos do presente estudo foram (1) inventariar a mastofauna durante cinco anos de amostragens na região do Aproveitamento Hidrelétrico da Serra do Facão, no sudeste do estado de Goiás; (2) Comparar a diversidade de pequenos mamíferos em áreas abertas e florestais e (3) comparar a diversidade da mastofauna antes e depois da inundação causada pelo enchimento do reservatório do empreendimento hidrelétrico. A coleta de dados foi realizada em 19 campanhas de amostragem, entre maio de 2008 e setembro de 2013. Os pequenos mamíferos não voadores foram amostrados com armadilhas Sherman e Tomahawk, e armadilhas de queda; morcegos foram amostrados com redes de neblina; e os mamíferos de maior porte foram amostrados com armadilhas-fotográficas, observações diretas e observações de vestígios. Foram registradas 20 espécies de pequenos mamíferos não-voadores, 10 espécies de morcegos e 33 de mamíferos de maior porte. A diversidade de pequenos mamíferos não voadores foi maior em ambientes florestais que em abertos, e foi também maior antes do que depois do enchimento do reservatório da hidroelétrica. Cerca de 10% das espécies registradas estão incluídas na lista oficial dos mamíferos ameaçados de extinção. O total de espécies representa 25% da fauna de mamíferos do cerrado, o que demonstra a importância da área para conservação da mastofauna regional.
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A comunidade de mamíferos terrestres foi amostrada em três localidades (1-Mateiros, TO; 2- Rio da Conceição, TO e 3- Formosa do Rio Preto, BA) no interior da Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins. Para o registro dos marsupiais e pequenos roedores foram utilizadas armadilhas convencionais (5.396 armadilhas.noite) e armadilhas de queda (5.300 pitfalls.noite) nas diferentes fitofisionomias encontradas, entre elas: campo úmido, campo limpo, campo sujo, campo cerrado, cerrado sensu stricto, cerrado com afloramentos rochosos, mata de galeria e mata de galeria úmida. No caso dos mamíferos de médio e grande porte, foram obtidos registros casuais através de observação direta e evidências indiretas (rastros, fezes, crânios e carcaças de animais encontrados mortos). Foram amostradas 24 espécies de pequenos mamíferos e 17 espécies de mamíferos de médio e grande porte, totalizando 41 espécies para a região. Considerando-se os pequenos mamíferos, a comunidade foi representada por várias espécies raras e de abundância intermediária, e poucas espécies muito abundantes. Os roedores cricetídeos dominaram tanto em número de espécies (14) quanto em abundância (50 por cento da comunidade). As espécies se distribuíram, basicamente, em dois tipos de fisionomias: um grupo esteve restrito aos ambientes florestais, e outro às formações abertas, demonstrando a grande seletividade de hábitats e a importância de se amostrar o mosaico de hábitats presente na região para uma melhor caracterização da diversidade deste grupo de mamíferos. Em termos biogeográficos, a fauna de pequenos mamíferos amostrada apresentou certa sobreposição com a fauna da Caatinga e da Amazônia, evidenciando a importância destes domínios para a composição de espécies das comunidades que habitam a porção norte do Cerrado, além da presença de espécies endêmicas e de distribuição geográfica restrita ao norte do domínio, caracterizando uma comunidade distinta de outras regiões do Cerrado. Em relação aos mamíferos de médio e grande porte, a presença de um elevado número de espécies ameaçadas de extinção (10) também ressalta a importância da preservação desta região.
The terrestrial mammal community was surveyed along three distinct localities (1-Mateiros, TO; 2- Rio da Conceição, TO e 3- Formosa do Rio Preto, BA) in the Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins. The small non-volant mammals were recorded by the use of conventional live traps (5,396 trap.nights) and pitfall traps (5,300 trap.nights) in the different physiognomies found, such as: "campo úmido", "campo limpo", "campo sujo", "campo cerrado", "cerrado sensu stricto", "cerrado sensu stricto with rocks", gallery forest and wet gallery forest. The large mammals were casually registered by visual or indirect evidences (tracks, feces, carcasses). We recorded 24 small non-volant mammals and 17 large mammals, totalizing 41 species for this region. The small mammal community was characterized by several rare and intermediate in abundance species, and few species very abundant. Rodents from the family Cricetidae dominated both in number of species (14) as in number of individuals (50 percent of the community). The species segregated among the forested and open formations, showing the great habitat selectivity and the importance to survey the habitat mosaic to characterize the diversity of this mammal group. The small non-volant mammal fauna surveyed showed some overlap with the fauna from the Caatinga and Amazon biomes, demonstrating the importance of these biomes in the faunal composition of the communities localized in the northern portion of the Cerrado. In addition, we also recorded endemic species and species with a restricted distribution to this north portion, characterizing a distinct community within the Cerrado. The large mammal community was characterized by a high number of threatened species (10), increasing the importance of this region in preserving the fauna of the northern portion of the Cerrado.
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We have evaluated techniques of estimating animal density through direct counts using line transects during 1988-92 in the tropical deciduous forests of Mudumalui Sanctuary in southern India for four species of large herbivorous mammals, namely, chital (Axis axis). sambar (Cervus unicolor). Asian elephant (Elephas maximus) and gaur (Bos gaurus) Density estimates derived from the Fourier Series and the Half-Normal models consistently had the lowest coefficient of variation. These two models also generated similar mean density estimates. For the Fourier Series estimator, appropriate cut-off widths for analyzing line transect data for the four species are suggested. Grouping data into various distance classes did not produce any appreciable differences in estimates of mean density or their variances, although model fit is generally better when data arc placed in fewer groups. The sampling effort needed to achieve a desired precision (coefficient of variation) in the density estimate is derived. A sampling effort of 800 km of transects returned a 10% coefficient of variation on estimate for ehital; for the other species a higher effort was needed to achieve this level of precision. There was no statistically significant relationship between detectability of a group and the size of the group for any species. Density estimates along roads were generally significantly different from those in the interior of the forest, indicating that road-side counts many not be appropriate for most species.