RESUMEN
Há consenso de opinião entre os cirurgiões pediátricos no sentido de que, no ser humano, a migração do testículo é um evento complexo e mediado por dois fatores, hormonal e mecânico; e também, que a cirurgia precoce (antes de dois anos de idade), em oposição à operação mais tardia, é benéfica para manter a fertilidade. Todavia, o hormônio gonadotrófico coriônico (HGC) induz ao aumento da gônada e do escroto, alongamento e espessamento das estruturas do cordão espermático e a migração parcial do testículo; tudo isto pode fazer com que a cirurgia se torne simplificada. Destarte, aqueles pacientes com testículo alto poderão apresentar melhor resultado ao tratamento cirúrgico, se o HGC for administrado no peri ou pré-operatório, ou quando o resultado cirúrgico não for satisfatório, poderá ser melhor valendo-se da aplicação de HGC no pós-operatório. Desde que a hormonioterapia com HGC tem provado ser eficiente, de alguma forma facilitando a subsequente cirurgia, entendo que seja o tratamento coadjuvante de escolha para pacientes com distopia do testículo. Em decorrência desta discussão apresentei as finalidades da cirurgia e meu modo de tratar o problema clinicamente. Por outro lado, sempre existiu a necessidade de uma classificação, a qual é sugerida aqui, a fim de assegurar que todos tenham as mesmas definições. Minha expectativa é que não levemos mais outras décadas em debates, para conseguir respostas mais bem fundamentadas para este tipo de questão...