RESUMEN
RESUMO: A disfunção diastólica é fator prognóstico na miocardiopatia dilatada. O volume do átrio esquerdo (VAE) constitui um índice independente na avaliação de risco cardiovascular, correlacionando-se com a gravidade da disfunção diastólica. Todavia,a análise em conjunto do VAE e da função diastólica em pacientes com miocardiopatía Chagásica (MCh) ainda não foi descrita. Objetivo: Correlacionar o VAE com a função diastólica empacientes portadores de MCh. Métodos: Foram analisados os dados 60 pacientes com MCh de 1999 a 2002. História clínica, ECG, ecocardiogramas transtorácico (ETT) e transesofágico (ETE) foram obtidos. A função diastólica foi avaliada pela análise dos fluxos mitral e venoso pulmonar. O VAE foi obtido pelo método de área-comprimento em dois planos. O seguimento foi de 23+ - 10 meses e a variável de desfecho foi morte cardíaca. Resultados:A idade foi de 47+ - 13 anos com 43 homens e 18 mulheres. Cinqüenta e três pacientes estavam em classe funcional I e II da NYHA e 8 em classe III e IV.A fração de ejeção (FE) do VE foi de 40 + -12 por cento. A função diastólica foi normal em 25 por cento dos pacientes, RDA ocorreu em 31 por cento, Pseudonormal em 16 por centoe padrão restritivo em 13 por cento. Em 15 por cento a diástole não pode ser analisada. O VAE foi de 47+ - 2 ml/m2 Durante o seguimento, 10 pacientes morreram decausa cardíaca (50 por cento de forma súbita). O VAE foi um preditor de morte (RR= 1,061; IC 95 por cento: 1,025-1,099, p=0,001) e se associou à classe funcional(p=O,01). A disfunção diastólica associou-se ao VAE, sendo que o aumento do VAE acompánhou a gravidade da disfunção diastólica (p<0,001). Houve correlação entre o diâmetro do AE e seu volume (r=O,6; p=0,001). A velocidade de ejeção do fluxo no apêndice atrial esquerdo foi outro parâmetro que se correlacionou com o volume atrial (r=-0,7;p=0,001). Conclusão: O VAE associou-se com a disfunção diastólica e classe funcional em pacientescm MCh. O VAE mostrou-se ainda um importante preditor de morte nestes pacientes.