RESUMEN
Foram estudados indivíduos normais e portadores de hipertensäo essencial com a finalidade de verificar a presenca de proteases ligadas à membrana e também presentes no citosol do glóbulo vermelho. O estudo das proteases procedeu-se através de sua açäo sobre o substrato, representado pelas próprias proteínas da membrana eritrocitária. As proteases ligadas à membrana foram estudadas através de incubaçäo a 37 graus centígrados por vários períodos de tempo de estromas preparados com tampäo sem inibidor de proteases, enquanto que as proteases do citosol foram avaliadas mediante a incubaçäo a 37 graus centígrados por uma hora e 24 horas de hemolisados com estroma em suspensäo preparados com tampäo sem inibidor de proteases na presença ou näo de concentraçöes crescentes de cálcio. Após a incubaçäo e solubilizaçäo dos estromas, foi efetuada a eletroforese em gel de poliacrilamida em presença de SDS (SDS-PAGE) e posterior quantificaçäo das proteínas da membrana eritrocitária por densitometria. Os resultados obtidos permitem concluir que: 1. Existe uma protease näo dependente de cálcio, ligada à membrana do glóbulo vermelho e presente também no citosol que degrada principalmente as espectrinas, mas também a banda 2.1. Esta protease sugere tratar-se da macropaína, uma protease multicatalítica (EC 3.4.99.46). 2. Existe uma protease cálcio-dependente presente no citosol do glóbulo vermelho que degrada a banda 2.1 com 0,05 mM de cálcio e a banda 4.1 com 2,0 mM de cálcio. Esta protease deve tratar-se da calpaína I (EC 3.4.22.17), somente agindo sobre a proteína 4.1 com concentraçöes mais elevadas de cálcio que, talvez rompa ligaçöes inter-moleculares do complexo juncional passando a expor a proteína 4.1 à sua açäo. 3. A protease cálcio dependente presente no citosol näo exibiu comportamento diferente nos pacientes portadores de hipertensäo essencial, quando comparado ao grupo controle. 4. Näo houve diferenças entre os pacientes portadores de hipertensäo essencial sem tratamento e após tratamento com Captopril a Amlodipina. 5. Näo houve diferenças entre os pacientes tratados com Captopril e aqueles tratados com Amlodipina.