RESUMEN
Sob a orientação da dialética marxista, este estudo objetivou analisar a práxis da enfermeira na política pública de humanização ao parto e nascimento, identificando suas concepções objetivas e subjetivas, no âmbito de sua assistência ao parto. Para tal, foram realizadas entrevistas com os sujeitos que compõem o cenário do nascimento, puérperas, enfermeiras (os) obstetras, médicos e auxiliares de enfermagem, e a observação direta da assistência ao parto nessas maternidades. A pesquisa desenvolveu-se em três maternidades públicas do município do Rio de Janeiro, onde o parto assistido pela enfermeira foi institucionalizado sob as diretrizes da Política de Humanização implantada pela Secretaria Municipal de Saúde...
Asunto(s)
Humanos , Femenino , Trabajo de Parto/psicología , Parto/enfermería , Humanismo , Enfermería Obstétrica , BrasilRESUMEN
Oferece uma abordagem em profundidade do tema da participaçäo de näo-médicos na assistência ao parto, em particular, de enfermeiras obstétricas. Inicia-se com uma revisäo histórica sobre: 1) a participaçäo masculina no parto, a partir do século XVII; 2) as disputas de parteiras e médicos nos Estados Unidos e Inglaterra, ao longo do século XIX; e 3) a formaçäo de parteiras no Brasil, do século XIX até os dias atuais. Faz análise do relacionamento de parteiras e enfermeiras, de suas afinidades e incompatibilidades, tomando as deusas da mitologia grega como figuras arquetípicas do comportamento feminino. Atualiza a discussäo dos modelos de formaçäo de parteiras no Brasil, e faz uma recuperaçäo histórica dos recentes movimentos sociais rumo ao parto humanizado, e suas repercussöes nos serviços de saúde e no ensino. Termina com uma análise da filosofia de trabalho dos näo-médicos, e como estes profissionais poderiam ajudar a reduzir as intervençöes no parto. Conclui que médicos e parteiras trabalham orientados por paradigmas assistenciais opostos, que em seu extremo, säo complementares: as primeiras, orientando-se pelos limites da mulher, e os últimos, pela da tecnologia; que os näo-médicos poderiam garantir o espaço do parto humanizado e naturalizado, em um tempo onde a obstetrícia médica mostra-se täo empenhada em antecipar-se à natureza; e que a assistência materna poderia ser substancialmente melhorada com a participaçäo de näo-médicos no parto