A organizaçäo do trabalho na assistência ao recém-nascido em bercários da Regional de Ribeiräo Preto-SP-Brasil-1992 / The organization of newborn care in nurseries in the region of Ribeiräo Preto-SP, Brasil-1992

O estudo analisa a organizaçäo da assistência ao recém-nascido em berçários da regional de Ribeiräo Preto e a participaçäo da enfermagem neste trabalho. Através de observaçäo e entrevistas em quatro berçários, constata-se que a organizaçäo do trabalho diferencia-se pelo porte e complexidade do hospital. A açäo está centrada na criança e nos casos mais complexos prioriza-se a apatologia e a assistência clínica. Percebe-se também, algumas açöes mais amplas, apreendendo o binômio mäe-filho e a família. O nível de atençäo é resultado de uma complexa combinaçäo dos recursos humanos, materiais e área física. A instituiçäo de maior porte e complexidade apresenta diversidade de agentes, trabalho mais burocratizado e hierarquizado, sistema de informaçäo e tecnologias complexas, procedimentos rotinizados mediados por normas escritas e aparelhos sofisticados. O objeto de açäo está centrado na criança, mas há práticas cujo objeto é ampliado para o binômio mäe-filho e familiares.

A organizaçäo do trabalho e a prática de enfermagem em unidades neonatais de diferentes níveis de complexidade: Regional de Ribeiräo Preto ERSA-50 / The organization of newborn care in different levels: Regional of Ribeiräo Preto ERSA-50

Esta investigaçäo tem como objetivos: analisar a organizaçäo do trabalho na assistência ao recém-nascido em diferentes berçários da regional de Ribeiräo Preto, ERSA-50, de acordo com a proposta de regionalizaçäo e hierarquizaçäo do sistema de saúde e com as normas e recomendaçöes técnico-científicas para unidades de atendimento por níveis de complexidade crescente; analisar como a enfermagem se insere e participa deste trabalho. Através de observaçöes näo-participante e controlada sistemáticamente e entrevista semi-estruturada, coletamos os dados em quatro berçários (A, B, C e D), sorteados de acordo com o critério porte hospitalar, localizados, respectivamente, em hospitais de pequeno, médio, grande e de porte especial. Dentro da dinâmica do trabalho, há uma divisäo entre trabalho intelectual e manual, onde os médicos concebem o diagnóstico e decidem a terapêutica e, portanto, detêm a racionalidade que orienta a assistência; a enfermagem executa atividades auxiliares e complementares ao ato médico, responsabilizando-se pelo cuidado direto ao recém-nascido e controle do ambiente. Há algumas deficiências nos berçários quanto às instalaçöes, recursos materiais, tecnológicos e humanos, em especial de enfermagem. O trabalho é polarizado entre o médico e a atendente de enfermagem, exceto no berçário D onde há uma diversidade de agentes com diferentes níveis de formaçäo. Há enfermeiras nas instituiçöes B, C e D; nas duas primeiras elas näo säo exclusivas dos berçários, executando atividades de organizaçäo, coordenaçäo , controle e articulaçäo do trabalho de enfermagem e deste com as outras práticas. No berçário D, de maior nível de complexidade, a enfermeira também realiza o cuidado direto ao neonato e orientaçöes aos pais. A organizaçäo do trabalho diferencia-se entre os berçários; instituiçöes de maior porte e nível de complexidade apresentam trabalho mais burocratizado e hierarquizado, sistema de informaçäo e tecnologias complexas, executando procedimentos rotinizados mediados por normas e rotinas escritas e aparelhos mais sofisticados. Tais características acentuam-se nas unidades vinculadas ao ensino e pesquisa. O objeto de açäo está centrado na criança, priorizando-se na assistência de maior nível de complexidade a patologia, os sinais e sintomas. Por outro lado, há práticas cujo objetivo é ampliado para o binômio mäe-filho, envolvendo o pai e familiares. As finalidades do trabalho säo a manutençäo e restauraçäo das condiçöes de vitalidade do recém-nascido, a profilaxia de infecçäo e a diminuiçäo da morbi-mortalidade neonatal. Embora os resultados näo sejam conclusivos para os berçários do ERSA-50, apreendemos que a rede regionalizada e hierarquizada näo está implantada nos serviços de atençäo perinatal, havendo ociosidade na ocupaçäo dos berços de algumas unidades neonatais e sobrecarga em outra, inexistindo uma classificaçäo dos berçários por nível de complexidade crescente, um fluxograma de referência e contra-referência e uma articulaçäo das unidades de internaçäo com a rede básica de saúde de modo a assegurar a continuidade da assistência pré e pós-natal.