RÉSUMÉ
Objetivo: Verificar a proposta do jogo simbólico na intervenção fonoaudiológica com crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autístico. Método: Estudo de casos, com abordagem qualitativa. Foi realizada em duas instituições filantrópicas de uma capital de um estado do Nordeste, com fonoaudiólogos que atuam com crianças autistas. Os fonoaudiólogos, denominados como F1, F2, F3, F4 e F5, responderam a uma entrevista estruturada com treze questões. As entrevistas obtiveram, em média, duração de 30 minutos, e foram realizadas no ambiente de trabalho do profissional. As respostas dos participantes foram analisadas e descritas conforme análise de conteúdo. Resultados: Os profissionais, quatro do sexo feminino e um do sexo masculino, possuem entre dois e nove anos de atuação, apenas dois têm formação relacionada ao autismo e dois relataram atender a uma demanda de mais de vinte crianças por semana. A maioria dos profissionais atua de forma generalista, não havendo busca por formação relacionada ao autismo. Em relação à estimulação do jogo simbólico, apenas três relataram que ocorre desde o início da terapia. Relataram avanços relacionados ao comportamento das crianças, e justificaram que tais avanços também são relatados por pais e outros profissionais. Conclusão: Foi possível observar variáveis que influenciam diretamente na estimulação do jogo simbólico relacionadas à formação, tempo de atuação e carga horária exclusiva para atendimentos dos pacientes. Para alguns fonoaudiólogos que atuam na área, são necessárias abordagens que estimulem comportamentos funcionais e hábitos de vida diária, considerando o jogo simbólico como secundário para o desenvolvimento cognitivo e da linguagem.
Objective: To verify the proposal of the symbolic game in speech-language intervention with children diagnosed with Autistic Spectrum Disorder. Methodology: Case study with qualitative approach. It was performed at two philanthropic institutions in a capital of a Northeastern state, with speech pathologists working with autistic children. Speech-language pathologists, referred as F1, F2, F3, F4 and F5, answered a structured interview with thirteen questions. The interviews obtained, in average, duration of 30 minutes, and carried out in the work environment of the professional. Participants' responses were analyzed and described according to content analysis. Results: Professionals, four females and one male, have between two and nine years of service, only two have autism related training and two reported attending a demand of more than twenty children per week. Most of the professionals work in a general way, and there is no search for autism-related training. Regarding stimulation of symbolic play, only three reported that it occurs from the beginning of therapy. They reported advances related to the behavior of children, and justified that such advances are also reported by parents and other professionals. Conclusion: It was possible to observe variables that directly influence the stimulation of the symbolic game, related to the training, time of performance and exclusive hours for patient care. For some speech therapists working in the area, approaches that stimulate functional and adequate behaviors are necessary, considering the symbolic play as secondary to the cognitive and language development.
Objetivo: Verificar la propuesta del juego simbólico en la intervención fonoaudiológica con niños diagnosticados con Trastorno del Espectro Auténtico. Metodología: Estudio de casos con enfoque cualitativo. Se realizó en dos instituciones filantrópicas de una capital de un estado del Nordeste, con fonoaudiólogos que actúan con niños autistas. Los fonoaudiólogos, denominados F1, F2, F3, F4 y F5, respondieron a una entrevista estructurada con trece cuestiones. Las entrevistas tuvieron, en promedio, una duración de 30 minutos, realizadas en el ambiente de trabajo del profesional. Las respuestas de los participantes fueron analizadas y descritas según análisis de contenido. Resultados: Los profesionales, cuatro del sexo femenino y uno del sexo masculino, tienen entre dos y nueve años de actuación, apenas dos tienen formación relacionada al autismo y dos relataron atender a una demanda de más de veinte niños a la semana. La mayoría de los profesionales actúa de forma generalista, no buscando una formación relacionada al autismo. En cuanto a la estimulación del juego simbólico, sólo tres relataron que ocurre desde el inicio de la terapia. Informaron avances relacionados al comportamiento de los niños, y justificaron que tales avances también son relatados por padres y otros profesionales. Conclusión: Fue posible observar variables que influencian directamente en la estimulación del juego simbólico, relacionadas a la formación, tiempo de actuación y carga horaria exclusiva para atender a los pacientes. Para algunos fonoaudiólogos que actúan en el área son necesarios abordajes que estimulen comportamientos funcionales y hábitos de vida diaria; considerando el juego simbólico como secundario para el desarrollo cognitivo y del lenguaje.