RÉSUMÉ
Objetivo: Comparar as características clínicas e os resultados do tratamento cirúrgico entre casos com e sem hidropisia aguda, do total de 567 pacientes com ceratocone. Métodos: Foram revistos os prontuários de todos os casos de ceratocone acompanhados entre 1982 e 2000 no Hospital Universitário Antônio Pedro - UFF e na Clínica Oftalmológica Souza pena, em Niterói. Acuidade visual, tempo de evolução, tipo de correção ótica, morfologia do ceratocone, classificação ceratométrica e resultados cirúrgicos foram as principais variáveis comparadas entre os dois grupos. Resultados: A incidência de hidropisia aguda foi 5,8 por cento. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos quanto ao sexo, história familiar e atopia. No grupo da hidropisia aguda, 72,7 por cento dos casos foram classificados como periféricos, contrastando com 21,4 por cento do grupo controle (p<0,05). Dezenove por cento dos pacientes foram submetidos à ceratoplastia penetrante. Dentre os 1062 olhos que não desenvolveram hidropisia aguda, 8,4 por cento foram operados, ao passo qu 88,4 por cento dos olhos com hidropisia submeteram-se ao transplante de córnea (p<0,05). O resultado pós-operatório não diferiu entre os dois grupos. Conclusão: O ceratocone periférico esteve mais associado à hidropisia aguda e , consequentemente, à indicação de ceratoplasti penetrante. O prognóstico do tratamento cirúrgico não diferiu entre os grupos desta amostra.