Résumé
OBJETIVO:Identificar a prevalência e analisar a associaçäo entre comportamentos de risco à saúde, percepçäo de estresse e auto-avaliaçäo do nível de saúde, em trabalhadores da indústria. MÉTODOS:Estudo epidemiológico transversal, utilizando questionário previamente testado em estudo-piloto realizado em Santa Catarina, Brasil. Foram coletados dados sobre fumo, abuso de álcool, consumo de frutas e verduras, atividades físicas, percepçäo de estresse e auto-avaliaçäo do nível de saúde de 4.225 trabalhadores (67,5 por cento homens e 32,5 por cento mulheres). Os sujeitos foram recrutados por meio de amostragem por conglomerados em três estágios (erro de 5 por cento). A análise estatística incluiu o teste de qui-quadrado e a análise de regressäo logística, para um nível de significância de p<0,05. RESULTADOS:A média de idade dos sujeitos foi de 29,7 anos (DP=8,6). A prevalência de fumantes foi de 20,6 por cento, maior entre os homens (23,1 por cento) que entre as mulheres (15,6 por cento). A proporçäo de trabalhadores que abusaram de álcool foi alta (57,2 por cento entre os homens e 18,8 por cento entre as mulheres). Dos sujeitos, 46,2 por cento näo realizaram atividades físicas no lazer (67 por cento das mulheres e 34,8 por cento dos homens), e 13,9 por cento referiram níveis elevados de estresse e dificuldade para enfrentar a vida. Aproximadamente 15 por cento dos trabalhadores relataram nível de saúde regular ou ruim. Sexo, idade, estado civil, número de filhos, nível educacional e econômico estiveram significativamente associados à prevalência de comportamentos de risco. CONCLUSOES:Mesmo considerando as limitaçöes inerentes aos estudos transversais, e baseados em medidas auto-relatadas, os resultados sugerem elevada prevalência de abuso de bebidas alcoólicas e inatividade física de lazer. A associaçäo observada entre sexo e comportamento de risco definiu um perfil bidimensional: nos homens os comportamentos de risco mais prevalentes tomaram a forma de risco direto/ativo (fumar, abuso de bebidas alcoólicas), e nas mulheres tomaram a forma de risco indireto/passivo (inatividade física, estresse)