RÉSUMÉ
Hypericum cordatum, planta com possível atividade medicinal foi analisada no presente estudo quanto a sua propagação in vitro e seus principais compostos secundários em comparação com Hypericum perforatum, espécie medicinal utilizada como antidepressivo. Diante das dificuldades que ocorrem na coleta e sua multiplicação por sementes ou via estacas caulinares, iniciou-se a propagação in vitro tendo como resultados: que a indução e o crescimento de brotações foram estimulados pelo regulador 6-benziladenina (2,0 mg L-1), que houve indução de raízes por ácido indol-butírico (0,5 mg L-1), e que as baixas concentrações de auxinas, ácido 2,4-diclorofenoxiacético, ou ácido naftalenoacético (0,01 a 0,4 mg L-1) induziram a formação de calos sendo uma alternativa viável para a multiplicação desta espécie in vitro. Constatou-se com base nas análises bioquímicas e cromatográficas realizadas nesta fase de desenvolvimento das plantas mantidas em culturas in vitro, que as mesmas não contêm hipericina. No entanto, pode-se atribuir o potencial medicinal de H. cordatum às outras substâncias que também possuem importantes atividades biológicas, tais como a xantona e o ácido clorogênico sintetizados nas glândulas foliares de H. cordatum.
Hypericum cordatum, a plant with possible medicinal activity, was analyzed in this study for its in vitro propagation and main secondary compounds, compared to Hypericum perforatum, a medicinal species used as antidepressant. Considering the difficulties that occur in its collection and multiplication through seeds or stem cuttings, in vitro propagation was started and showed the following results: the induction and the growth of sprouts were stimulated by the plant regulator 6-benzyladenine (2.0 mg L-1), there was root induction by indolebutyric acid (0.5 mg L-1) and the low concentrations of auxins, 2,4-dichlorophenoxyacetic acid or naphthaleneacetic acid (0.01 to 0.4 mg L-1) induced callus formation, constituting a viable alternative for the in vitro multiplication of this species. Biochemical and chromatographic analyses carried out at this developmental stage of plants kept in in vitro cultures indicated that they do not contain hypericin. However, the medicinal role of H. cordatum can be attributed to other substances that also have important biological activities, such as xanthone and chlorogenic acid, both synthesized in the leaf glands of H. cordatum.