Uma vida movida pela comoção / Una vida movida por la conmoción / Une vie animée par la commotion / A life moved by commotion

O artigo discorre sobre o trabalho inicial de construção de uma “pele de palavras”, num caso onde o paciente provoca escoriações na pele de seus braços – a que denominava “catucadas” – no limite da dor sensorial que então era referida como “comoção”. Essa “dor comoção” foi entendida também como manifestação da pulsão de vida, sendo a dimensão agida na direção da separação, da individuação, da constatação da existência de um outro diferente de si.

This paper discusses the initial work of constructing a “skin of words” in case where a patient made scratches on her arms – which she called “jabbing” or “poking”. She would scratch herself to the edge of pain, which she called a commotion. This “commotion pain” was understood as a manifestation of the life drive, with action directed toward separation, individuation and the confirmation of another different from herself.

Este artigo trata del trabajo inicial de construcción de una “piel de palabras” en el caso de una paciente que e provoca excoriaciones en la piel de sus brazos – en una acción que llamaba de “catucadas” (toqueteo) – hasta el limite del dolor sensorial, designado “conmoción”. Este “dolor conmoción” fue considerado también como manifestación de la pulsión de vida, siendo la dimensión en acto hacia la separación, la individuación y la constatación de la existencia de otro diferente de si mismo.

Cet article porte sur le travail initial de construction d'une "peau de mots" dans un cas d'une patiente qui s'écorche la peau des bras - ce qu'elle appelle "catucadas" [heurtements] - jusqu'à la limite de la douleur sensorielle, désignée comme "commotion". Cette "douleur commotion" est d'ailleurs aussi comprise comme une manifestation de la pulsion de vie, car cette action envisage la séparation, l'individuation et la constatation de l'existence d'un autre différent de soi.

O pharmakon na interface do dispositivo analítico: a pathos na busca de sua verdade / Pharmacon in the interface of the analytical setting: pathos in search of its truth

O artigo é um convite à problematização da indicação do medicamento antidepressivo e, portanto, do diagnóstico e do papel do psiquiatra como o estranho-familiar no relação psicanalítica no tempo urgente da atualidade. Apresenta resumidamente as últimas contribuições sobre o diagnóstico abrangente, idiográfico, e utiliza duas vinhetas clínicas com a finalidade precípua de ilustrar o pathos antes e depois da utilização dos psicofárcamos.

O esquizofrênico revisitado pela droga-trauma. Que droga de trauma! / The schizophrenic revisited by the drug trauma

A partir de vinhetas clínicas pretende-se demonstrar que o recurso terapêutico medicamentoso pode, também ele, constituir-se num excesso que reforça a alienação, o que se configura como um trauma, aquele da “violência perpétua da antecipação” agora reeditado na atitude médica.O manejo não suficientemente bom desse dispositivo, dado que este também precisa ser singularizado, recoloca o esquizofrênico reiteradamente na condição de não ser. Sua subjetividade e singularidade ficam “amarradas” e “contidas” pelas moléculas, sequer lhe é dado o espaço de participação compreensiva e de decisão da escolha do medicamento, de sua via de administração, dosagem e efeitos colaterais. Não há lugar para o seu dizer.