RÉSUMÉ
A diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD), introduzida no Brasil em 1980, contituiu uma alternativa dialítica principalmente para os pacientes inadaptados à hemodiálise ou para aqueles que residiam longe de um centro dialítico. Neste período foram admitidos 56 pacientes ao programa, 25 homens e 31 mulheres com idade média de 44,9 + ou - 17,1 anos. A média de permanência no programa foi de 14,6 + ou - 12,5 meses. Após 5 anos, 28 pacientes permaneciam no programa. A sobrevida atuarial dos pacientes foi de 90% no primeiro ano, 74% no segundo e 64% do terceiro ao quinto ano. A sobrevida da técnica, excetuando-se as saídas por transplante, foi de 77% no primeiro ano, 62% no segundo e 39% do terceiro ao quinto ano. A saída do programa se deu em 9 pacientes por óbito e 19 pacientes mudaram de programa; 15 foram transferidos para hemodiálise (alta incidência de peritonite e/ou aderências peritoneais), 3 foram submetidos a transplante renal e um recuperou a funçäo renal. Foram observados 148 episódios de peritonite, o que reflete uma incidência de um episódio para cada 5,5 meses/paciente. Entretanto, a retirada de 41 episódios de peritonite recidivante altera a incidência de peritonite para um episódio para cada 7,6 meses/paciente. A maioria (70,7%) dos episódios de peritonite foi causada por germes gram-positivos, sendo 49,4% Staphylococcus aureus e 21,3% Staphylococcus epidermidis. Em 42% dos casos, a possível fonte da peritonite foi periluminal. Conclui-se que a sobrevida dos pacientes é satisfatória, mas a sobrevida da técnica pode ser melhorada, particularmente se reduzirmos as infecçöes do exit site e conseqüentemente as peritonites