RÉSUMÉ
Objetivos: Avaliar a migração de neutrófilos e a frequência relativa de linfócitos CD4+/CD8+ em crianças com síndrome de Down e controles saudáveis.Métodos: Este foi um estudo de caso-controle realizado no Instituto de Pesquisas Biomédicas, no Hospital São Lucas da PUCRS. Os pacientes do grupo de estudo foram selecionados por uma amostragem de conveniência, representando todas as crianças com síndrome de Down e idade entre três e 13 anos, que frequentavam os ambulatórios de Pediatria e de Otorrinolaringologia do Hospital São Lucas da PUCRS e do Kinder - Centro de Integração da Criança Especial, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, nos meses de janeiro e dezembro de 2012. Para o grupo controle foram recrutadas crianças saudáveis e sem síndrome de Down, participantes de outro estudo em andamento no Instituto de Pesquisas Biomédicas. Foram selecionados os pacientes com maior volume de células armazenadas em criotubos. Para avaliar os parâmetros da resposta imune, foram realizados ensaio de quimiotaxia de neutrófilos e imunofenotipagem de células T CD4+ e CD8+. Associações foram avaliadas pelo teste do qui-quadrado, t de Student ou Mann-Whitney. Todos os testes foram bidirecionais e as diferenças foram consideradas significativas quando p menor que 0,05.Resultados: Foram incluídos 19 pacientes (13 com síndrome de Down e seis controles), com médias de idade de 8,13 e 9,83 anos, respectivamente. Não foram observadas alterações significativas no grupo com síndrome de Down em relação à capacidade de migração dos neutrófilos. Houve uma tendência a valores percentuais menores de células T CD4+ e maiores de CD8+ para o grupo com síndrome de Down. Houve diferença significativa na relação CD4+/CD8+ entre os dois grupos, sendo a mesma menor no grupo com síndrome de Down.Conclusões: Este estudo sugere que os pacientes com síndrome de Down apresentam uma taxa CD4+/CD8+ diminuída, o que pode contribuir para as infecções frequentes e recorrentes nessas crianças.
Aims: To evaluate neutrophil migration and the relative frequency of CD4+/CD8+ lymphocytes in children with Down syndrome and in healthy controls.Methods: This was a case-control study carried out at the Institute of Biomedical Research, affiliated with São Lucas Hospital of the Pontifical Catholic University of Rio Grande do Sul (PUCRS). Patients with Down syndrome were selected by convenience sampling, including all children with Down syndrome aged 3 to 13 years treated at the Pediatric and Otolaryngology Outpatient Clinics of São Lucas Hospital and at Kinder - Center for Children with Special Needs, in Porto Alegre, State of Rio Grande do Sul, Brazil, between January and December 2012. Healthy children without Down syndrome, participants in another ongoing study conducted by Institute of Biomedical Research, were recruited to the control group. Those patients with the largest volume of cells stored in cryotubes were selected. A neutrophil chemotaxis assay and immunophenotyping of CD4+ and CD8+ T cells were performed to evaluate the functionality of the immune response. Associations were assessed by the chi-squared test, Student's t test, or Mann-Whitney's test. All tests were bidirectional, and p values less than 0.05 were regarded as statistically significant.Results: This study included 19 patients (13 with Down syndrome and six controls), with a mean age of 8.13 and 9.83 years, respectively. No significant changes concerning neutrophil migration were observed in the Down syndrome group. However, patients with Down syndrome tended to have a lower rate of CD4+ T cells and a higher rate of CD8+ T cells. The CD4+/CD8+ ratio revealed significant difference between the groups, being lower in patients with Down syndrome.Conclusions: This study suggests that patients with Down syndrome show a decreased CD4+/CD8+ ratio, which may contribute to the frequent and recurrent infections in these children.