RÉSUMÉ
O diagnóstico da deficiência de IGF-1 por anormalidade do eixo GH-IGF deve utilizar os parâmetros diagnósticos mais adequados para cada faixa etária e estágio puberal. Propomos o diagnóstico da deficiência de GH (DGH) baseado em uma hierarquia de dados clínicos e laboratoriais. A avaliaçäo clínica e os exames laboratoriais gerais, incluindo funçäo tireoideana, permitem excluir etiologias de deficiência de IGF que näo as intrínsecas ao eixo GH-IGF. Nestas, a dosagem do IGF-1 sérico deve ser o primeiro hormônio a ser dosado nos grupos pré-púberes, púberes e idosos. No grupo de adultos jovens, a dosagem do ALS livre é a mais adequada. As concentraçöes de IGF-1 podem caracterizar 4 situaçöes: muito reduzido, reduzido, normal e elevado. IGF-1 menor que 35pg/L ou -2 DP da média para a idade cronológica (EDP-IC) permite o diagnóstico de deficiência de IGF-1. Nesta situaçäo, a realizaçäo de apenas um teste de secreçäo de GH é necessária para diferenciar deficiência e resistência ao GH. O teste de geraçäo de IGF-1 ajuda a confirmar o diagnóstico de resistência ao GH. IGF-1 menor que 70Ng/L em pré-púberes ou adultos e menor que 170pg/L em indivíduos púberes, ou entre -2 e -1 EDP-IC indicam provável deficiência de IGF-1. A realizaçäo de 2 testes de secreçäo de GH é recomendada; resposta sub-normal em ambos indica DGH. Exame de imagem da regiäo hipotáiamo-hipofisária deve ser realizado nos casos de DGH. Resposta normal ao teste de secreçäo do GH frente à forte suspeita clínica e laboratorial de deficiência de IGF-1 indica a realizaçäo de perfil noturno de GH para afastar o diagnóstico de disfunçäo neurossecretora de GH. IGF-1 maior que -1 DP, mas menor que a média para idade cronológica sugere ausência de deficiência de IGF-1. Concentraçöes altas de IGF-1 impöem a dosagem das IGFBPs e consideraçäo da resistência ao IGF-1. Apesar das dificuldades, todo o esforço deve ser feito no sentido de diagnosticar adequadamente as alteraçöes do eixo GH-IGF para instituir a terapia apropriada.