RÉSUMÉ
RESUMO A ampliação do papel da Atenção Primária à Saúde (APS) no tratamento de Pessoas Vivendo com HIV/Aids (PVHA) tem potencial de expandir o acesso ao cuidado de saúde. Este artigo visa analisar implicações da descentralização da assistência de PVHA para a APS na (re)produção ou redução de vulnerabilidades. Os conceitos de violência simbólica; interseccionalidade; precariedade e vulnerabilidades orientaram a entrada em campo e a análise dos resultados. Foram realizados grupos focais com profissionais, observação participante e entrevistas semiestruturadas com usuários e profissionais de duas unidades de APS na região central do município do Rio de Janeiro. Como principais resultados, destacam-se as implicações das vulnerabilidades associadas à violência armada e às questões de gênero no cuidado em saúde das PVHA, a existência de efeitos paradoxais da lógica territorial, bem como tensões entre a organização do processo de trabalho na APS e as necessidades/expectativas de usuários. Concluímos que a ampliação do acesso coexiste com a produção de novos riscos, que refletem na continuidade e qualidade do cuidado. Sublinhamos a necessidade de fortalecimento das interações trabalhador-usuário e da reflexão sobre novos arranjos para a organização dos processos de trabalho, que resultem em mais proteção e cuidado às pessoas, evitando a ampliação de vulnerabilidades.
ABSTRACT The expansion of the role of Primary Health Care (PHC) in the treatment of people living with HIV/Aids (PLWHA) has the potential to expand access to health care. This article aims to analyze the implications of the decentralization of services for PLWHA to PHC and its impact on the (re)production or reduction of vulnerabilities. The concepts of symbolic violence; intersectionality; precariousness and vulnerabilities guided the entry into the field and the analysis of the results. This study involved participant observation, focus groups with professionals and semi-structured interviews with users and professionals from two PHC units of the city of Rio de Janeiro. The results highlight the implications of vulnerabilities associated with armed violence and gender issues in health care, the presence of paradoxical effects of territorial logic, as well as tensions between the organization of work processes in PHC and the needs and expectations. Advances in the expansion of access coexist with the production of new risks that impact the continuity and quality of care. We underscore the need to strengthen worker-user interactions and to reconsider new arrangements for the organization of work processes that may result in more protection and care than in the expansion of vulnerabilities.
RÉSUMÉ
RESUMO Este artigo discute os modos de aplicação da Profilaxia Pós-Exposição sexual (PEP sexual) ao HIV em um serviço público de saúde no estado do Rio de Janeiro. Os dados resultam de um estudo de caso e foram produzidos a partir de entrevistas com usuários da PEP sexual e profissionais responsáveis por esse atendimento. Referenciais teóricos sobre integralidade foram utilizados como parâmetros para análise. Ainda que os resultados tenham apontado práticas pautadas em uma relação dialógica que favorecem um cuidado singularizado, predominaram práticas médico e procedimento centradas atravessadas por padrões morais discriminatórios. Desafios ainda precisam ser enfrentados para que o direito de as pessoas conhecerem e se beneficiarem das medidas preventivas, a partir de escolhas esclarecidas e de acordo com suas necessidades, possa ser assegurado. Investimentos em uma formação profissional, que produza reflexões e interrogações sobre as práticas de saúde e organização dos serviços, podem contribuir para o desenvolvimento de ações orientadas pelos princípios do Sistema Único de Saúde - permitindo que o atendimento para PEP sexual possa constituir-se como um dispositivo de cuidado para prevenção do HIV.
ABSTRACT This article discusses the forms of application of sexual Post-Exposure Prophylaxis to HIV in a public health service in the state of Rio de Janeiro. Data result from a case study and were produced from interviews with users of the prophylaxis and professionals responsible for such care. Theoretical references on integrality were used as parameters for analysis. Although the results have shown practices centered in a dialogical relationship that favored a singularized care, medical and procedure centered practices crossed by discriminatory moral standards prevailed. Hurdles still need to be overcome so that the people's right to know and benefit from the preventive interventions, based on informed choices and according to their needs, can be assured. Investments in a professional training, that provoke reflections and questions about health practices and organization of services, can contribute to the development of health actions guided by the Unified Health System (SUS) principles - allowing that the assistance for people who search for the sexual PEP can become a care device for HIV prevention.
RÉSUMÉ
ABSTRACT Objective: To analyze the way of life of the unhoused people to enhance health care in the pandemic. Methods: A qualitative, interdisciplinary research, with participant observation and 24 interviews with the unhoused people. Empirical categories and bibliographic search on this population and COVID-19 guided simple actions aimed at care. Results: The group at greatest risk for COVID-19 use drugs compulsively; starves constantly; discontinues drug treatment for tuberculosis, HIV, and diabetes; has underdiagnosis of Depression; has difficulty sheltering and uses inhaled drugs. This way of life increases the risk of worsening COVID-19 and brings great challenges to health services. Several proposals to guide care considered these results and the new routine caused by the pandemic. Final considerations: The way of life of the studied population increased their vulnerability in the pandemic, as well as the perception of risk of disease transmission by the population in general.
RESUMEN Objetivo: Analizar el modo de vida de la población en situación de calle (PSC) para potenciar el cuidado en salud en la pandemia. Métodos: Investigación cualitativa, interdisciplinaria, con observación participante, y 24 entrevistas con población en situación de calle. Categorías empíricas y búsqueda bibliográfica sobre dicha población y COVID-19 determinaron propuestas simples orientadas al cuidado. Resultados: El grupo más vulnerable a COVID-19 usa drogas compulsivamente, pasa hambre, interrumpe tratamiento médico para tuberculosis, VIH y diabetes; tiene subdiagnóstico de depresión, dificultad para hallar refugio y usa drogas inhalantes. Dicho modo de vida incrementa el riesgo de agravamiento del COVID-19, imponiendo mayores desafíos a los servicios de salud. Diversas propuestas de orientación del cuidado consideraron estos resultados y las nuevas rutinas impuestas por la pandemia. Consideraciones finales: El modo de vida de la población estudiada incrementó su vulnerabilidad en pandemia, así como la percepción de riesgo de transmisión de la enfermedad a la población en general.
RESUMO Objetivo: Analisar o modo de vida da População em Situação de Rua para potencializar o cuidado em saúde na pandemia. Métodos: Pesquisa qualitativa, interdisciplinar, com observação participante e 24 entrevistas com população em situação de rua. Categorias empíricas e busca bibliográfica sobre essa população e COVID-19 pautaram proposições simples voltadas ao cuidado. Resultados: O grupo de maior risco para COVID-19 faz uso compulsivo de drogas; passa fome constantemente; interrompe tratamento medicamentoso para Tuberculose, HIV e Diabetes; tem subdiagnóstico de Depressão; tem dificuldade de abrigamento; usa drogas inalatórias. Esse modo de vida aumenta risco de agravamento da COVID-19 e impõe maiores desafios aos serviços de saúde. Diversas propostas para orientar o cuidado levaram em conta esses resultados e a nova rotina impressa pela pandemia. Considerações Finais: O modo de vida da população estudada ampliou sua vulnerabilidade na pandemia, bem como a percepção de risco de transmissão da doença pela população em geral.
RÉSUMÉ
Resumo: Este estudo analisa a recente experiência de descentralização do cuidado às pessoas vivendo com HIV para a atenção primária à saúde (APS) do Rio de Janeiro, Brasil. Para tanto, é subsidiado por uma pesquisa qualitativa em duas unidades de APS de uma região da cidade do Rio de Janeiro, a partir de observação participante, grupos focais com profissionais de saúde e entrevistas individuais com estes e com usuários, realizados entre os anos de 2018 e 2019. Os dados revelam, ainda que de modo heterogêneo, a implementação avançada de testes rápidos e ampliação do número de pessoas acompanhadas, os problemas e inovações nos modos de acesso a APS, os aspectos na gestão do sigilo e centralidade do médico de família e comunidade no cuidado. Problematizamos, a partir disso, paradoxos relacionados à noção de território operada na APS (ampliando, ao mesmo tempo, acesso e vulnerabilidades ligadas ao risco de estigma) bem como tensões entre as necessidades dos usuários e os modos de organização do serviço. Concluímos que o cuidado das pessoas vivendo com HIV pode ser, ao mesmo tempo, um analisador da APS (interrogando suas práticas e bases) e um dispositivo de mudança (mediante rearranjos organizacionais e de práticas de cuidado), porém, atentando para a impossibilidade de garantir atenção integral apenas através da APS, e aos desafios de ordem não apenas técnica, mas também política, organizativa, ética e moral que se colocam neste processo.
Abstract: The study analyzes the recent experience with decentralization of care for persons living with HIV in primary health care (PHC) in Rio de Janeiro, Brazil. The study is backed by a qualitative survey in PHC units in a region of the city of Rio de Janeiro, based on participant observation, focus groups with healthcare workers, and individual interviews with the latter and with patients in 2018 and 2019. The data show (although with uneven distribution) the advanced implementation of rapid tests and expansion of the number of persons followed by the services, besides problems and innovations in the forms of access to PHC, aspects in the management of confidentiality, and the central role of family and community physicians in the care. Based on the above, we problematize paradoxes related to the notion of territory operated in PHC (meanwhile expanding access and vulnerabilities associated with the risk of stigma) as well as tensions between patients' needs and modes of the services' organization. We conclude that care for persons living with HIV can serve both to analyze PHC (studying its practices and foundations) and as a device for change (through organizational rearrangements and patient care practices), but without ignoring the possibility of guaranteeing comprehensive care solely through PHC or the challenges in this process, not only technical, but also political, organizational, ethical, and moral.
Resumen: Este estudio analiza la reciente experiencia de descentralización del cuidado a las personas viviendo con VIH en la atención primaria de salud (APS), en Río de Janeiro, Brasil. Para ello, es apoyado por una investigación cualitativa en dos unidades de APS de una región de la ciudad de Río de Janeiro, a partir de observación participante, grupos focales con profesionales de salud y entrevistas individuales con ellos y con usuarios, realizados entre los años de 2018 y 2019. Los datos revelan, incluso que, de modo heterogéneo, la implementación avanzada de test rápidos y la ampliación del número de personas acompañadas, los problemas e innovaciones en los modos de acceso a APS, los aspectos en la gestión de la confidencialidad y centralidad del médico de familia y comunidad en el cuidado. Problematizamos, a partir de esto, paradojas relacionadas con la noción de territorio operada en la APS (ampliando, al mismo tiempo, acceso y vulnerabilidades vinculadas al riesgo de estigma), así como tensiones entre las necesidades de los usuarios y los modos de organización del servicio. Concluimos que el cuidado de las personas viviendo con VIH puede ser, al mismo tiempo, un analizador de la APS (interrogando sus prácticas y bases) y un dispositivo de cambio (mediante reordenamiento organizacionales y de prácticas de cuidado), no obstante, considerando la imposibilidad de garantizar la atención integral solamente a través de la APS, y los desafíos de orden no exclusivamente técnico, sino también político, organizativo, ético y moral que se sitúan en este proceso.
Sujet(s)
Humains , Soins de santé primaires , Infections à VIH/thérapie , Brésil , Prestations des soins de santé , Établissements de santéRÉSUMÉ
Este estudo analisou o processo de descentralização do cuidado de pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA) na cidade do Rio de Janeiro, RJ, Brasil, com ênfase na questão do sigilo. Foi realizado por meio de entrevistas com usuários e trabalhadores, grupos focais com profissionais e observação participante em duas unidades de Atenção Primária à Saúde (APS). Guiados por uma abordagem socioantropológica, os resultados abordaram os motivos do sigilo para as PVHA, a gestão do sigilo entre os profissionais de saúde da APS e as repercussões do sigilo para as práticas de cuidado, destacando a posição singular dos agentes comunitários de saúde. O estudo traz à tona implicações da característica territorial da APS brasileira para o cuidado com as PVHA, podendo ampliar acesso, mas também o risco de quebra do sigilo, evidenciando necessidade de seu manejo para o enfrentamento do estigma e melhoria do cuidado. (AU)
Este estudio analizó el proceso de descentralización del cuidado de personas que viven con VIH/Sida (PVVS) en la ciudad de Río de Janeiro (Estado de Río de Janeiro), Brasil, con énfasis en la cuestión del sigilo. Se realizó a partir de entrevistas con usuarios y trabajadores, grupos focales con profesionales y observación participante en dos unidades de Atención Primaria de la Salud (APS). Guiados por un abordaje socio-antropológico, los resultados abordaron los motivos del sigilo para las PVVS, la gestión del sigilo entre los profesionales de salud de la APS y las repercusiones del sigilo para las prácticas de cuidado, destacando la posición singular de los agentes comunitarios de salud. El estudio presenta implicaciones de la característica territorial de la APS brasileña para el cuidado de las PVVS, pudiendo ampliar acceso, pero también el riesgo de ruptura del sigilo, poniendo en evidencia la necesidad de su manejo para el enfrentamiento del estigma y mejora del cuidado. (AU)
This study analyzed the process of decentralizing of care for people living with HIV / Aids (PLHA) in the city of Rio de Janeiro, RJ, Brazil, emphasizing secrecy. We conducted interviews with patients and workers, focus groups with professionals and participant observation in two Primary Health Care units. Guided by a socio-anthropological approach, the results addressed the reasons for secrecy for PLHA, the management of confidentiality among PHC health professionals and the repercussions of secrecy for healthcare practices, highlighting the singular position of community health agents. The study reveals the implications of the territorial characteristic of Brazilian PHC for the care of PLWHA, increasing access, albeit risking a breach of confidentiality, showing the need for management to face stigma and improve care. (AU)
Sujet(s)
Soins de santé primaires , Infections à VIH , Diagnostic Clinique , Confidentialité , Politique , BrésilRÉSUMÉ
Resumo Os efeitos da terapia antirretroviral na transmissibilidade do HIV intensificaram a difusão de novas tecnologias biomédicas na prevenção do vírus. Este artigo discute concepções de risco e práticas de saúde em narrativas de profissionais e usuários sobre a Profilaxia Pós-Exposição sexual consentida ("PEP sexual"). Os dados resultam de um estudo de caso realizado em um serviço público de saúde. A análise pautou-se em estudos sobre risco e vulnerabilidades. Os resultados evidenciaram que os critérios epidemiológicos não são suficientes para responder à indicação da profilaxia, que os espaços de intersubjetividade circunscritos pela PEP sexual são atravessados por distintas lógicas de risco e por padrões morais discriminatórios. A concretização de práticas de saúde orientadas pela perspectiva do exercício da sexualidade como afirmação de um direito continua sendo um desafio.
Abstract The effects of the antiretroviral therapy on the HIV transmissibility intensified the diffusion of new biomedical technologies in the virus prevention. This article discusses risk perceptions and health practices, in narratives of both professionals and patients, about the Sexual Post-Exposure Prophylaxis ("sexual PEP"). The data are the result of a case study carried out in a public health service. Analysis was based on risks and vulnerability studies. The results showed that the epidemiological criteria are not sufficient to respond the prophylaxis indication, that the intersubjectivity spaces circumscribed by the sexual PEP are crossed by distinct logics of risk and by discriminatory moral standards. The concretization of health practices oriented by the perspective of sexuality exercise as an affirmation of a right keeps being a challenge.
Resumen Los efectos de la terapia antirretroviral en la transmisibilidad del VIH intensificaron la difusión de nuevas tecnologías biomédicas en la prevención del virus. Este artículo discute concepciones de riesgo y prácticas de salud en las narrativas de profesionales y usuarios sobre la profilaxis a la post-exposición sexual consentida ("Pep sexual"). Los datos resultan de un estudio de caso realizado en un servicio de salud pública. El análisis se basa en estudios sobre riesgo y vulnerabilidad. Los resultados evidenciaron que los criterios epidemiológicos no son suficientes para responder a la indicación de la profilaxis, ya que los espacios de intersubjetividad circunscritos por la PEP sexual son atravesados por distintas lógicas de riesgo y por estándares morales discriminatorios. La concretización de prácticas de salud guiadas por la perspectiva del ejercicio de la sexualidad como afirmación de un derecho sigue siendo un reto.
Sujet(s)
Système de Santé Unifié , Syndrome d'immunodéficience acquise , Sexualité , Vulnérabilité sociale , Politique de santé , Prise de risque , Sociétés , BrésilRÉSUMÉ
ABSTRACT This article aims to consider some relevant challenges to the provision of "new prevention technologies" in health services in a scenario where the "advances" in the global response to AIDS control are visible. We take as material for analysis the information currently available on the HIV post-exposure prophylaxis (PEP) and pre-exposure prophylaxis (PrEP), treatment as prevention (TASP) and over the counter. The methodology consisted of the survey and analysis of the Biblioteca Virtual em Saúde (BVS: MEDLINE, LILACS, WHOLIS, PAHO, SciELO) articles that addressed the issue of HIV prevention and care in the context of so-called new prevention technologies. The results of the studies show that there is assistance on the ground of clinics for the treatment of disease responses, but there are several challenges related to the sphere of prevention. The articles list some challenges regarding to management, organization of services and the attention given by health professionals to users. The current context shows evidence of the effectiveness of antiretroviral therapy in reducing the risk of HIV transmission, but the challenges for the provision of preventive technologies in health services permeate health professionals and users in their individual dimensions and health services in organizational and structural dimension. Interventions should be made available in a context of community mobilization; there should be no pressure on people to make HIV testing, antiretroviral treatment or for prevention. In the management is responsible for the training of health professionals to inform, clarify and make available to users, partners and family information about the new antiretroviral use strategies.
RESUMO Este artigo objetiva pensar desafios concernentes à oferta das "novas tecnologias de prevenção" nos serviços de saúde num cenário em que os "avanços" na resposta mundial para o controle da AIDS são visíveis. Tomamos como material de análise informações atualmente disponíveis sobre a profilaxia pós-exposição sexual (PEP) e pré-exposição sexual (PrEP), o tratamento como forma de prevenção (TCFP) e a autotestagem. A metodologia para elaboração do texto consistiu no levantamento e análise de artigos na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS: MEDLINE, LILACS, WHOLIS, PAHO, SciELO) que abordassem o tema da prevenção do HIV no contexto das chamadas novas tecnologias de prevenção. A análise dos artigos elenca alguns desafios para a gestão, organização dos serviços e atenção dispensada pelos profissionais de saúde aos usuários. O contexto atual mostra evidências sobre a eficácia do tratamento na redução do risco da transmissão do HIV, mas os desafios para a oferta das tecnologias de prevenção nos serviços de saúde perpassam profissionais de saúde e usuários em suas dimensões individuais e os serviços de saúde numa dimensão organizacional e estrutural. As intervenções devem ser disponibilizadas em um contexto de mobilização comunitária; não deve haver pressão sobre as pessoas para fazer o teste anti-HIV, tratamento ou antirretroviral como forma de prevenção. À gestão cabe o treinamento dos profissionais de saúde para informarem, esclarecerem e disponibilizarem a usuários, parceiros e familiares informações sobre as novas estratégias de utilização de antirretrovirais.
Sujet(s)
Humains , Mâle , Femelle , Infections à VIH/prévention et contrôle , Infections à VIH/thérapie , Personnel de santé , Prophylaxie après exposition , Facteurs de risqueRÉSUMÉ
Apresenta a avaliaçäo das açöes de aconselhamento que se efetuam nos serviços do Sistema Unico de Saúde (SUS) nos seguintes contextos institucionais: Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), Serviço de Assistência Especializada em HIV/Aids (SAE) e serviços de saúde que atendem indivíduos portadores de doenças sexualmente transmissíveis (DST). A metodologia empregada foi a abordagem qualitativa para avaliaçäo. A investigaçäo ocorreu no período de março a setembro de 1997. Foram avaliados quatro CTAs, cinco serviços de assistência a indivíduos com DST e um SAE - todos reconhecidos pela Coordenaçäo Nacional de DST-Aids como centros de treinamento. Analisa-se a prática de aconselhamento desenvolvida nesses serviços, comparando-a com as diretrizes preconizadas pela Coordenaçäo Naciconal de DST/Aids (CN DST/Aids): a) exercício de acolhimento; b) escuta ativa; c) comunicaçäo competente; d) avaliaçäo de riscos e reflexäo conjunta sobre alternativas para novos hábitos de prevençäo; e) orientaçäo sobre os aspectos clínicos e do tratamento (com vistas à adesäo e melhoria da qualidade de vida). Säo sugeridos alguns redirecionamentos considerados necessários para uma realizaçäo mais efetiva dessa prática.