RÉSUMÉ
Resumo Fundamento O tecido adiposo visceral (TAV) pode ser um contribuinte modificável específico para o comprometimento autonômico relacionado à composição corporal. Objetivos Comparar a variabilidade da frequência cardíaca (VFC) entre grupos estratificados pela classificação de gordura visceral (CGC) e comparar associações entre VFC e métricas de composição corporal. Métodos Um estudo transversal foi realizado em homens saudáveis (n=99, idade=37,8±13,4 anos, índice de massa corporal [IMC]=26,9±4,6 kg/m2). A VFC foi derivada de registros eletrocardiográficos de 5 minutos. A composição corporal (percentual de gordura corporal, CGC e relação entre massa muscular e gordura visceral [RMMCGC]) foi estimada por meio de análise de impedância bioelétrica tetrapolar. Os participantes foram categorizados em grupos de acordo com a CGC: G1 (CGC=1-8); G2 (CGC=9-12); e G3 (CGC>12). Comparações ajustadas por idade foram feitas entre os grupos. Associações independentes foram quantificadas com regressões lineares múltiplas. P <0,05 foi significativo. Resultados Raiz quadrada média de diferenças sucessivas (RMSSD) e desvio padrão dos intervalos RR normais (SDNN) foram maiores para G1 vs. G2 e G3 (p<0,05). A potência de baixa frequência (BF) foi maior no G1 que no G2 (p<0,05). CGC e RMMCGC foram associados negativamente com SDNN, RMSSD, BF e AF (p<0,05). Depois de ajustar para idade, IMC e pressão arterial sistólica e diastólica, a CGC foi significativamente preditiva de RMSSD, SDNN e AF (p = 0,002, -0,027), e a RMMCGC foi significativamente preditiva de RMSSD e SDNN (p = 0,020, -0,023). Conclusões Os homens na categoria de CGC mais baixa tiveram a VFC mais alta. A CGC foi mais fortemente associada à VFC do que ao percentual de gordura corporal e à RMMCGC. Os parâmetros no domínio do tempo foram mais sensíveis ao TAV do que os parâmetros no domínio da frequência. Os parâmetros da VFC podem ser os principais parâmetros de interesse no rastreamento do estado autonômico cardíaco em resposta a intervenções que visam a redução do TAV.
Abstract Background Visceral adipose tissue (VAT) may be a specific modifiable contributor to body composition-related autonomic impairment. Objectives To compare heart rate variability (HRV) between groups stratified by visceral fat rating (VFR) and compare associations between HRV and body composition metrics. Methods A cross-sectional study was conducted on healthy men (n=99,age=37.8±13.4 years, body mass index [BMI]=26.9±4.6 kg/m2). HRV was derived from 5-minute electrocardiographic recordings. Body composition (body fat percentage, VFR, and muscle mass to visceral fat ratio [MMVFR]) was estimated using tetrapolar bioelectrical impedance analysis. Participants were categorized into groups according to VFR: G1 (VFR=1-8); G2(VFR=9-12); and G3(VFR>12). Age-adjusted comparisons were made between groups. Independent associations were quantified with multiple linear regressions. P <0.05 was significant. Results Root-mean square of successive differences (RMSSD) and standard deviation of normal RR intervals (SDNN) were higher for G1 vs. G2 and G3 (p<0.05). Low-frequency power (LF) was higher in G1 than in G2 (p<0.05). VFR and MMVFR were negatively associated with SDNN, RMSSD, LF, and HF (p<0.05). After adjusting for age, BMI, and systolic and diastolic blood pressure, VFR was significantly predictive of RMSSD, SDNN, and HF (p=0.002,-0.027), and MMVFR was significantly predictive of RMSSD and SDNN (p=0.020,-0.023). Conclusions Men in the lowest VFR category had the highest HRV. VFR was more strongly associated with HRV than body fat percentage and MMVR. Time domain parameters were more sensitive to VAT than frequency domain parameters. HRV parameters could be the primary parameters of interest in tracking cardiac-autonomic status in response to interventions targeting VAT reduction.