Résumé
A autora analisa a distribuição espacial dos indivíduos e a distribuição das residências nas duas cidades, demonstrando que as desigualdades estão muito vinculadas à forma pela qual o racismo se introduziu e se desenvolveu na sociedade brasileira. A análise de indicadores de ocupação, educação, renda, bens urbanos e serviços de consumo coletivos evidenciam como a metrópole moderna recria a hierarquia racial - ou seja, a categorização racial é também um critério hieraquizador na sociedade. A autora busca ainda desvendar como o "racismo à brasileira" tem perpetuado as desigualdades raciais mediante a retórica anti-racialista, que reforça a naturalização de tais disparidades: as práticas racistas continuam sendo tratadas como um não problema no país, embora o nosso cotidiano seja repleto de classificações raciais.