RÉSUMÉ
Desvela a questäo da saúde a partir do cotidiano das classes populares sediadas no anel periférico da cidade de Säo Paulo. Embora sua preocupaçäo central consista nos desafios para a conquista da saúde como um direito, na medida em que os interlocutores säo os próprios sujeitos que demandam os serviços, este estudo näo foge à regra: o ponto de partida passa a ser a doença, ou sintomas e desconfortos que, interpretados como tal, motivam a procura de um atendimento. A trajetória percorrida envolve, de um lado, um objeto específico - reconhecer as lógicas contraditórias da dinâmica da composiçäo da cesta de serviços que as classes populares compöem - mas de outro, ao assim proceder, ela acaba por envolver questöes complexas por compreender distintos níveis de entendimento. Dentre estes o mais evidente é a própria diversidade dos dados. Aqueles relativos às condiçöes sócio-econômicas associam-se outros, igualmente objetivos, mas que dizem respeito à representaçäo social dos agentes sobre saúde-doença, direito à saúde e avaliaçäo do próprio atendimento