RÉSUMÉ
O objetivo deste estudo foi comparar a precisão do diagnóstico psiquiátrico elaborado sob supervisão indireta com o diagnóstico obtido por meio da Entrevista Clínica Estruturada para o DSM-III-R (SCID). O estudo foi realizado em três serviços universitários (ambulatório, enfermaria e emergência). Os dados do serviço de emergência foram colhidos três anos mais tarde, após mudanças no treinamento da equipe médica em diagnóstico psiquiátrico. A sensibilidade do diagnóstico de Depressão Maior (ambulatório 10,0%; enfermaria 60,0%, emergência 90,0%) e de Esquizofrenia (44,4%; 55,0%; 80,0%) aumentou com o passar do tempo. A concordância diagnóstica foi insatisfatória no serviço ambulatorial (Kw = 0,18) e na admissão da enfermaria (Kw = 0,38), mas satisfatória na alta da enfermaria (Kw = 0,55) e na emergência psiquiátrica (Kw = 0,63). O treinamento sistemático de supervisores e médicos residentes em critérios diagnósticos e entrevistas estruturadas contribuiu para uma maior precisão do diagnóstico elaborado sob supervisão indireta, embora níveis excelentes de confiabilidade não tenham sido alcançados.