RÉSUMÉ
As taquicardias ventriculares (TV) idiopáticas representam aproximadamente 10% dos tipos desta arritmia, portanto, são pouco frequentes. Propusemo-nos a analisar o eletrocardiograma (ECG) e o hisiograma basal em nossa série de pacientes com diagnóstico de TV idiopática. Material e Métodos: Dos 15 pacientes apresentados consecutivamente entre janeiro de 2004 e dezembro de 2007, para os quais foi confirmado o diagnóstico de TV idiopática, foi registrado o ECG e o hisiograma em ritmo sinusal antes da estimulação, para a medição de variáveis. Resultados: A frequência cardíaca foi maior (86,0 ± 17,3 vs. 81,3 ± 9,9; p<0,001) nas TV fasciculares, a duração do QRS, QTc e dQT foi significativamente superior nas TV do TSVD, as medições foram normais. De 9 pacientes com TV fascicular, 6 apresentaram alterações de onda T em derivações de face inferior (DII, DIII, aVF) e 4 apresentaram padrão rSr´. De 6 pacientes com TV do TSVD, 4 apresentavam extrassistolia ventricular. A média do intervalo HV rebaixou o limite superior de 55 ms em ambos os tipos de TV (TSVD: 59 ms e Fasciculares: 56 ms). Conclusões: Nenhuma das medições eletrocardiográficas rebaixou os limites normais. Houve grande coincidência entre o eixo frontal, a duração e a morfologia do QRS dos complexos ventriculares prematuros com a variante do TSVD e foi muito menor para as TV fasciculares. Os parâmetros do hisiograma não se manifestaram de forma patológica embora a média do intervalo HV tenha sido discretamente superior à normalidade em ambos os tipos de TV sem que isso tivesse conotação clínica.