Résumé
O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência de insegurança alimentar em famílias com idosos e descrever seu perfil sócio-demográfico. Foram estudadas famílias com membros de 65 anos e mais (n = 195), selecionadas de inquérito domiciliar realizado em 2003, em Campinas, São Paulo, Brasil. A Escala Brasileira de Insegurança Alimentar, versão brasileira do módulo de insegurança alimentar do United States Department of Agriculture, foi utilizada para diagnosticar segurança/insegurança alimentar (SA/IA). Observou-se insegurança alimentar leve em 33,0 por cento das famílias, moderada em 11,8 por cento e grave em 7,2 por cento. Em menos de 5,0 por cento das famílias o idoso não tinha renda. Os idosos de famílias com insegurança alimentar apresentaram, em forma similar aos Estados Unidos, maior proporção de idosos de baixa renda (< R$ 500,00) e baixa escolaridade (até o primário incompleto). As famílias em segurança alimentar apresentaram significativa maior proporção de consumo qualitativo diário de alimentos (verduras 92,3 vs. 61,8 por cento; OR = 7,4; IC95 por cento: 2,9-19,6; carne 74,2 vs. 43,1 por cento; OR = 3,8; IC95 por cento: 1,9-7,3; frutas 77,4 vs. 49,0 por cento OR = 3,6; IC95 por cento: 1,8-6,9). Os idosos contribuem para a renda familiar, não sendo, portanto, uma carga para suas famílias.