RÉSUMÉ
FUNDAMENTO: A síndrome metabólica (SM) é uma entidade pró-aterogênica. Autoanticorpos tais como β2-glicoproteína I (β2-gpI) podem influenciar o aparecimento de ateromas. Estudos anteriores confirmaram uma associação entre anticorpos IgA anti-β2-gpI e isquemia cerebral, infarto do miocárdio, doença arterial periférica e doença da carótida. OBJETIVO: O objetivo desse estudo de caso-controle foi avaliar uma possível associação entre anticorpos anti-β2-gpI e anticardiolipina (aCL) com SM não-complicada. MÉTODOS: Pacientes com SM sem histórico de eventos vasculares e indivíduos-controle, consistindo em pacientes da Enfermaria de Ortopedia admitidos devido a doenças musculoesqueléticas foram incluídos no estudo. Idade, sexo, etnia, histórico de hipertensão, tabagismo, hipercolesterolemia e diabetes mellitus foram avaliados como fatores de risco em ambos os grupos. Anticorpos IgG, IgM, e IgA anti-β2-gpI e aCL foram detectados através de imunoensaios enzimáticos. RESULTADOS: Um total de 68 pacientes com SM e 82 controles foram estudados. Os pacientes com SM tinham média de idade superior à dos controles (P = 0,001), enquanto homens (P = 0,003; OR 0,31; IC95 por cento: 0,15-0,16) e etnia caucasiana (P = 0,004; OR 0,25; IC95 por cento:0,10-0,60) eram predominantes nos controles. Histórico de hipertensão, hipercolesterolemia e diabetes mellitus foi mais prevalente nos pacientes com SM do que nos controles (P < 0.05). A frequência de anticorpos aCL (todos os isotipos) e do IgG e IgM anti-β2 gpI não diferiu de forma significante nos pacientes com SM e controles. Anticorpos IgA anti-β2-gpI foram significantemente mais frequentes nos pacientes com SM (42,2 por cento) do que nos controles (10,9 por cento) (P < 0,001). O OR ajustado para anticorpos IgA anti-β2-gpI foi 3,60 (IC95 por cento: 1,55-8,37; P = 0,003). CONCLUSÃO: O presente estudo mostra que níveis elevados de autoanticorpos IgA para β2-gpI podem estar independentemente associados com SM.
BACKGROUND: The metabolic syndrome (MetS) is a proatherogenic entity. Autoantibodies to phospholipid cofactors such as beta2-glycoprotein I (beta2-gpI) can influence atheroma appearance. Previous studies confirmed an association of IgA anti-beta2-gpI antibodies with cerebral ischemia, myocardial infarction, peripheral artery disease and carotid disease. OBJECTIVE: This case-control study evaluates a possible association of anti-beta2-gpI and anticardiolipin (aCL) antibodies with non-complicated MetS. METHODS: Cases comprised patients with MetS without history of vascular events; controls included individuals from the Orthopedic Infirmary admitted due to musculoskeletal disorders. Age, sex, race, history of hypertension, smoking, hypercholesterolemia and diabetes mellitus were evaluated as risk factors in both groups. IgG, IgM, and IgA anti-beta2-gpI and aCL antibodies were detected by enzymatic immunoassay. RESULTS: Sixty-eight patients with MetS and 82 controls were studied. Patients with MetS showed mean age higher than controls (P = 0.001), while males (P = 0.003; OR 0.31; 95 percentCI 0.15-0.16) and Caucasian ethnicity (P = 0.004; OR 0.25; 95 percentCI 0.10-0.60) predominated in controls. History of hypertension, hypercholesterolemia and diabetes mellitus were more prevalent in cases than in controls (P < 0.05). The frequency of aCL antibodies (all isotypes) and of IgG and IgM anti-beta2 gpI did not significantly differ in cases and controls. IgA anti-beta2-gpI antibodies were significantly more frequent in MetS patients (42.2 percent) than controls (10.9 percent) (P < 0.001). The adjusted OR for IgA anti-beta2-gpI antibodies was 3.60 (95 percentCI 1.55-8.37; P = 0.003). CONCLUSION: The current study shows that elevated levels of IgA autoantibodies to β2-gpI might be independently associated to MetS.
FUNDAMENTO: El síndrome metabólico (SM) es una entidad pro-aterogénica. Autoanticuerpos tales como β2-glicoproteína I (β2-GPI) pueden influir en la aparición de ateromas. Estudios previos han confirmado una asociación entre anticuerpos IgA anti-β2-GPI y la isquemia cerebral, infarto de miocardio, enfermedad arterial periférica y enfermedad carotidea. OBJETIVO: El objetivo de este estudio de caso-control fue evaluar una posible asociación entre los anticuerpos anti-β2-GPI y anticardiolipina (aCL) con SM complicada. MÉTODOS: Se incluyeron en el estudio a los pacientes con SM sin antecedentes de eventos vasculares y los sujetos control, que consiste en pacientes de la Internación de Ortopedia ingresados debido a enfermedades musculoesqueléticas. Edad, sexo, origen étnico caucásico, antecedentes de hipertensión, tabaquismo, hipercolesterolemia y diabetes mellitus fueron evaluados como factores de riesgo en ambos grupos. Anticuerpos IgG, IgM, e IgA anti-β2-GPI y aCL se detectaron a través de inmunoensayos enzimáticos. RESULTADOS: Un total de 68 pacientes con SM y 82 controles se estudiaron. Los pacientes con SM tenían un promedio de edad superior de los controles (p = 0,001), mientras que los hombres (p = 0,003; OR 0,31; IC95 por ciento: 0,15-0,16) y origen étnico caucásica (p = 0,004; OR 0,25; IC95 por ciento:0,10-0,60) eran predominantes en los controles. Historia de hipertensión, hipercolesterolemia y diabetes mellitus fue más prevalente en los pacientes con SM que en los controles (p < 0,05). La frecuencia de anticuerpos aCL (todos los isotipos) y del IgG e IgM anti-β2 gpI no se distinguió de forma significante en los pacientes con SM y controles. Anticuerpos IgA anti-β2-gpI fueron significantemente más frecuentes en los pacientes con SM (42,2 por ciento) que en los controles (10,9 por ciento) (p < 0,001). El OR ajustado para anticuerpos IgA anti-β2-gpI fue 3,60 (IC95 por ciento: 1,55 a 8,37, p = 0,003). CONCLUSIÓN: El presente estudio muestra que los niveles elevados de autoanticuerpos IgA para β2-gpI pueden estar independientemente asociados con la SM.
Sujet(s)
Adulte , Sujet âgé , Femelle , Humains , Mâle , Adulte d'âge moyen , Anticorps anticardiolipines/analyse , Autoanticorps/analyse , Syndrome métabolique X/immunologie , /immunologie , Anticorps anticardiolipines/immunologie , Athérosclérose/immunologie , Autoanticorps/immunologie , Études cas-témoins , Immunoglobuline A/analyse , Immunoglobuline G/analyse , Immunoglobuline M/analyse , Modèles logistiques , Odds ratio , Facteurs de risque , Facteurs sexuelsRÉSUMÉ
FUNDAMENTO: A oxidação da lipoproteína de baixa densidade (LDL-ox) induz à formação de epítopos imunogênicos na molécula. A presença de autoanticorpos contra a LDL-ox tem sido demonstrada no soro de pacientes com doença arterial coronariana (DAC). Contudo, o papel desses autoanticorpos na fisiopatologia das síndromes coronarianas agudas (SCA) e o seu significado clínico permanecem indefinidos. OBJETIVO: Avaliar a associação entre autoanticorpos contra a LDL-ox e SCA. MÉTODOS: Os títulos de imunoglobulina G autoanticorpos contra a LDL-ox por cobre (antiLDL-ox) e contra o peptídeo sintético D derivado da apolipoproteína B (antipeptD) foram determinados por ensaio imunoenzimático (ELISA) em 90 pacientes, nas primeiras 12h de SCA (casos) e em 90 pacientes com DAC crônica (controles). RESULTADOS: Os resultados mostraram que os títulos de antiLDL-ox foram significativamente mais elevados (p = 0,017) nos casos (0,40 ± 0,22), do que nos controles (0,33 ± 0,23). Por outro lado, os títulos de antipeptD foram significativamente menores (p < 0,01) nos casos (0,28 ± 0,23) do que nos controles (0,45 ± 0,30). A diferença dos títulos de ambos anticorpos entre os dois grupos estudados foi independente de idade, sexo, hipertensão arterial, diabete melito, dislipidemia, índice de massa corporal, tabagismo, perfil lipídico, uso de estatinas e história familiar de DAC. CONCLUSÃO: Os resultados mostraram que os títulos de antiLDL-ox foram significativamente mais elevados nos pacientes com síndrome coronariana aguda quando comparados aos pacientes com doença arterial coronariana e podem estar associados à instabilidade da placa aterosclerótica.
BACKGROUND: The oxidation of low-density lipoprotein (oxLDL) induces the formation of immunogenic epitopes in molecules. The presence of autoantibodies against oxLDL has been demonstrated in the serum of patients with coronary artery disease (CAD). However, the role of these autoantibodies in the pathophysiology of acute coronary syndromes (ACS) and their clinical significance remain undefined. OBJECTIVE: To evaluate the association between antibodies against oxLDL and ACS. METHODS: Titers of IgG autoantibodies against oxLDL by copper (anti-oxLDL) and anti-D synthetic peptide derived from apolipoprotein B (antipeptD) were determined by Enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA) in 90 patients, in the first 12 hours of ACS (cases) and in 90 patients with chronic CAD (controls). RESULTS: The results showed that the titers of anti-oxLDL were significantly higher (p = 0.017) in cases (0.40 ± 0.22) than in controls (0.33 ± 0.23). On the other hand, the titers of antipeptD were significantly lower (p < 0.01) in cases (0.28 ± 0.23) than in controls (0.45 ± 0.30). The difference in the titers of both antibodies between the two groups was independent of age, sex, hypertension, diabetes mellitus, dyslipidemia, body mass index, smoking, lipid profile, statin use and family history of CAD. CONCLUSION: The results showed that the titers of anti-oxLDL were significantly higher in patients with acute coronary syndrome as compared to patients with coronary artery disease and may be associated with atherosclerotic plaque instability.
Sujet(s)
Humains , Mâle , Femelle , Adulte , Adulte d'âge moyen , Sujet âgé , Syndrome coronarien aigu/immunologie , Autoanticorps/sang , Lipoprotéines LDL/immunologie , Syndrome coronarien aigu/sang , Maladie aigüe , Apolipoprotéines B/immunologie , Indice de masse corporelle , Études transversales , Test ELISA , Facteurs de risqueRÉSUMÉ
Lupoid sclerosis (LS) is a polemic entity. LS comprises features of both systemic lupus erythematosus (SLE) and multiple sclerosis (MS). Diagnostic criteria are a matter of debate, as well as the role of antinuclear and antiphospholipid antibodies. We here report 5 cases whereby LS could be postulated. Clinical and laboratory findings are discussed, and an updating of the literature on LS is brought about.
A esclerose lupóide é uma entidade polêmica. A afecção engloba achados de ambos: lúpus eritematoso sistêmico e esclerose múltipla. Os critérios diagnósticos são matéria de debate, assim como o papel de anticorpos antinucleares e antifosfolípides. Reportamos aqui cinco casos nos quais o diagnóstico de esclerose lupóide foi postulado. Os achados clínicos e laboratoriais são discutidos, e uma atualização da literatura acerca da esclerose lupóide é efetuada.
Sujet(s)
Humains , Femelle , Adulte , Anticorps antinucléaires , Anticorps antiphospholipides , Sclérose en plaques/diagnostic , Lupus érythémateux disséminé , Sclérose en plaquesRÉSUMÉ
Disfunções musculoesqueléticas relacionadas à prática instrumental são freqüentes entre músicos, atingindo acima de 70 por cento dos componentes de orquestras. O exercício da música como profissão requer ampla diferenciação e produtividade de capacidades tanto psicológicas, mentais, como também físicas. Muitos fatores de risco contribuem para o surgimento de queixas musculoesqueléticas durante a prática musical, entre eles: a técnica individual, as condições físicas do músico e o instrumento em si. Podem ocorrer distúrbios reumatológicos, neurológicos, dermatológicos e psicológicos, assim como problemas de visão e audição e do complexo orofacial. As queixas no aparelho motor manifestam-se, muitas vezes, como dor, fraqueza ou tensão. Os diagnósticos do membro superior mais freqüentemente estabelecidos são as tendinopatias, mialgias e a síndrome do superuso. O médico e o terapeuta responsáveis devem conhecer as atividades e cargas do músico profissional, para que sejam proporcionadas avaliação e estratégia terapêutica adequadas.
Playing-related musculoskeletal complaints are often found among musicians, taking a toll in more than 70 percent of professional musicians in orchestras. Professional musical performance requires a high level of differenciation and efficiency of psychological, mental and physical skills. Many risk factors can contribute to the development of musculoskeletal conditions in this special population, like the individual technique, physical fitness of the musician and the instrument itself. Many rheumatic, neurological, dermatological, and psychiatric problems are reported, as well as dysfunctions of the visual, auditive and oral system. The musculoskeletal complaints often manifest as pain, weakness or tension, and the most common diagnoses of the upper limb are tendinopathies, myalgia and overuse syndromes. It is necessary for the skilfull physician and physical therapist to have a thorough knowledge about potential problems of the performing artist, in order to provide adequate medical examination and treatment to this very special patient.
Sujet(s)
Humains , Maladies ostéomusculaires , Musique , Maladies professionnelles , Douleur , Facteurs de risqueRÉSUMÉ
Objetivo: mostrar a evolução de quatro pacientes para remissão clínica completa da esclerose sistêmica (ES), sem necessidade de tratamento medicamentoso atual, após uso de D-penicilamina como medicação principal. Métodos: revisão dos prontuários de pacientes com diagnóstico de ES (ARA, 1980) que entraram em remissão após acompanhamento ambulatorial continuado. Foram relacionados dados como sexo, raça, idade do paciente quando do diagnóstico, manifestações iniciais, envolvimento sistêmico, perfil laboratorial, exames complementares, tratamento proposto, resposta medicamentosa e tempo total de tratamento. Resultados: todos os pacientes eram brancos, sendo um homem e três mulheres, tendo como idade média 51,2 anos na instalação dos primeiros sintomas. O tempo médio decorrido entre o início dos sintomas e o diagnóstico foi de 8,2 meses. Todos os pacientes apresentaram alterações cutâneas, comprometimento sistêmico e FAN reagente em células HEp-2. Nenhum deles apresentou os auto-anticorpos específicos para ES (anticentrômero e anti Scl-70/topo I). Depois de instituída D-penicilamina, o tempo médio de tratamento para alcançar a remissão foi de 60,7±27,4 meses. Todos se encontram atualmente sem tratamento de qualquer natureza por períodos de 31 a 120 meses e sem manifestações que indiquem atividade da ES, mesmo fenômeno de Raynaud. Conclusões: a) no espectro clínico da ES há pacientes que entram em remissão com auxílio da D-penicilamina, permanecendo assintomáticos e sem medicação por muitos anos; b) nota-se na amostra a ausência dos auto-anticorpos mais característicos da ES (anticentrômero e anti-Scl-70/topo I) em todos os casos, um achado a ser explorado em amostra maior; c) a ausência de auto-anticorpos considerados como mais específicos da ES poderia ser indicativa de melhor resposta à terapia com D-penicilamina ou de possível evolução para remissão clínica espontânea.
Sujet(s)
Humains , Mâle , Femelle , Pénicillamine , Sclérodermie systémiqueRÉSUMÉ
OBJETIVO: Determinar se títulos elevados de anticorpos contra o cofator fosfolipídico beta2-glicoproteína I (beta2-gpI) se associam a risco aumentado de infarto agudo do miocárdio. MÉTODOS: Incluídos 82 pacientes com infarto agudo do miocárdio e 82 controles, avaliados quanto à idade, sexo, raça, hipertensão, tabagismo, cardiopatia prévia, história de diabetes mellitus e hipercolesterolemia. Anticorpos anticardiolipina e antibeta2-gpI IgA, IgG e IgM foram detectados por imunoensaio. Odds ratios (OR) ajustados para fatores de risco foram obtidos através de regressão logística. RESULTADOS: A média de idade para casos e controles foi, respectivamente, de 57,7 e 51,1 anos (P=0,003), predominando homens (P=0.005) e a raça branca em ambos os grupos (P = 0.798). Entre os fatores de risco, história de diabetes (OR 5,3; IC95 por cento 1,9 a 14,9; P=0,001) e cardiopatia prévia (OR 4,7; IC95 por cento 2,0 a 10,7; P<0,001) foram as associações mais consistentes com o infarto do miocárdio. A freqüência de anticorpos anticardiolipina IgG, IgM e IgA não diferiu em casos e controles (P=1,000). Anticorpos IgA contra beta2-gpI IgA foram mais freqüentes em casos do que em controles (P=0.054). O OR ajustado para anticorpos IgA anti-beta2-gpI IgA foi 3,4 (IC95 por cento 1,3 a 9,1; P = 0,015). CONCLUSAO: Anticorpos IgA antibeta2-gpI, mas não anticardiolipina, parecem se comportar como fatores de risco independentes para o infarto, o que pode representar um elo entre autoimunidade e aterosclerose em pacientes com infarto agudo do miocárdio.
Sujet(s)
Humains , Mâle , Femelle , Adolescent , Adulte , Adulte d'âge moyen , Anticorps antiphospholipides/isolement et purification , Glycoprotéines/immunologie , Infarctus du myocarde/immunologie , Anticorps anti-idiotypiques/isolement et purification , Anticorps anticardiolipines/immunologie , Anticorps antiphospholipides/sang , Études cas-témoins , Facteurs de risqueRÉSUMÉ
A beta2-glicoproteína I (beta2-gpI) é uma fator fosfolipídico com propriedades anticoagulantes. Inúmeras funções biológicas na via da coagulação são atribuídas a este cofator. Os soros de pacientes com síndrome antifosfolipídica (SAF) freqüentemente reagem contra beta2-pgI em ensaios imunoenzimáticos. Por vezes, pacientes com diátese trombótica apresentam anticorpos anti-beta2-gpI na ausência de outros anticorpos anti-fosfolípides (AAF). Mais recentemente, comprovou-se a presença da beta2-gpI na placa aterosclerótica. Nesta revisão, abordamos inicialmente as funções fisiológicas da beta2-gpI na via da coagulação. A seguir, revisamos a importância dos anticorpos anti-beta2gpI em pacientes com SAF, outras diáteses trombóticas, lúpus eritematoso sistêmico (LES) e infecções. Por fim, o papel dos anticorpos anti-beta2gpI na aterosclerose coronária e cerebral é também abordado.
Sujet(s)
Humains , Anticorps antiphospholipides , Anticoagulants , Syndrome des anticorps antiphospholipides , Artériosclérose , Inhibiteur lupique de la coagulationRÉSUMÉ
Evidências recentes mostram a possibilidade de se retardar a evolução da esclerose sistêmica (ES), mesmo em suas formas mais graves, com ablação de células T, no momento reconhecidas como as principais envolvidas no processo fisiopatogênico. Altas doses de quimioterapia com suporte de células tronco hematopoéticas (CTH) - às vezes denominado pela literatura de "transplante da medula óssea" - tem-se mostrado um meio efetivo de controlar algumas doenças auto-imunes, entre elas a esclerose sistêmica. Neste trabalho é relatado o caso de paciente com forma difusa de esclerose sistêmica, em que se efetuou imunossupressão com ciclofosfamida 0,5 g/m2 e fludarabina e suporte de células CD34+ autólogas sem depleção específica de linfócitos T. O paciente foi avaliado de forma periódica durante 12 meses através de testes cutâneos, exames de imagem, exames laboratoriais e questionário sobre qualidade de vida. A evolução imediata mostrou melhora importante dos quadros cutâneo e gastrointestinal, com melhora da diarréia e síndrome de má-absorção, que no entanto não se manteve após seis meses de evolução. O paciente apresentou reação transfusional passageira, infecção por herpes zoster e broncopneumonia durante o período de observação, evoluindo para óbito 12 meses após o procedimento. Este ocorreu por complicações no trato intestinal e broncopneumonia por aspiração. Imunossupressão induzida por drogas, e não o transplante autólogo de células CD-34+, pode ter sido o mecanismo responsável pela melhora nos primeiros meses de observação.
Sujet(s)
Humains , Mâle , Adulte d'âge moyen , Maladies auto-immunes , Tolérance immunitaire , Immunosuppression thérapeutique , Sclérodermie systémique , Cellules souches , Transplantation autologueRÉSUMÉ
A artrose (osteoartrose, osteoartríte) é a doença articular mais prevalente com características multífatoriais e que leva à incapacidade funcional. Pode ser conceituada como um reumatismo que ocasiona a Progressiva degradação da cartilagern articular. Nesta revisão abordamos aspectos sobre a fisiopatogenia, diagnóstico e tratamento da artrose. ( diagnóstico precoce, correção de fatores de risco (deformidades articulares, obesidade) e início precoce do tratamento podem retardar e impedir a incapacidade. O tratamento da artrose é multidiscíplinar e busca a melhora funcional, mecânica e clínica (dor). Além de antiinflamatórios analgésicos e infiltrações, novas drogas sintomáticas de ação duradoura estão em estudo e parecem trazer benefício aos pacientes no que diz respeito à dor.
Sujet(s)
Humains , Analgésiques/pharmacologie , Analgésiques/usage thérapeutique , Anti-inflammatoires , ArthroseRÉSUMÉ
As proteínas de choque térmico (heat-shock proteins Hsp) são estruturas ubíquas e conservadas na evolução das espécies. São sintetizadas por uma grande variedade de seres vivos. Enquanto algumas são constitutivas, outras são marcadores de estresse celular. Há considerável homologia molecular entre Hsp bacterianas e humanas. Este mimetismo antigênico pode induzir a síntese de anticorpos cruzados a partir de infecções. Anticorpos contra várias Hsp são detectáveis em doenças do tecido conjuntivo (DTC) e doenças auto-imunes do ouvido interno. O significado patogênico destes achados é ainda discutível. A Hsp de 65 kilodaltons (kDa) é componente da placa aterosclerótica. Em anos recentes, anticorpos anti-Hsp de 60/65 kDa foram associados ao deflagramento do processo aterosclerótico. Nesta revisão, discutimos os achados acerca destes anticorpos tanto em doenças auto-imunes como na aterosclerose coronária e cerebral
Sujet(s)
Humains , Artériosclérose , Maladies auto-immunes , Protéines du choc thermiqueRÉSUMÉ
One third of cases of cerebral ischemia have no clear etiology. A humoral response to the atherosclerotic plaques components beta2-glycoprotein l (beta2-gpl) and heat-shock proteins (Hsp) might be involved in the pathogenesis of stroke. This case-control study includes a complete profile of anti-beta2-gpl antibodies and testing of IgG antibodies to the 60/65 kilodaltons (kDa) Hsp in stroke patients. Ninety-three patients with acute ischemic stroke and 93 controls were evaluated for age, sex, race, hypertension, smoking, previous cardiopathy, diabetes mellitus, hypercholesterolemia and previous history of cerebral ischemia. lgG/lgM/lgA anticardiolipin (aCL) and anti-beta2-gpl antibodies, as well as lgG antibodies to human 60 kDa Hsp and to Mycobacterium bovis 65 kDa Hsp, were detected by immunoassay. Adjusted odds ratios (OR) were calculated by logistic regression. The adjusted OR for IgA anti-beta2-gpl antibodies was 4.6 (90 percentCl 1.5 to 14.3; p = 0.025). The non-adjusted OR for IgG antibodies to Hsp 60 was 26.1. The adjusted OR for IgG antibodies to Hsp 65 was 3.2 (90 percentCl 1.2 to 8.3; p = 0.044). The adjusted OR for lgG to any Hsp (60 or 65) was 4.8 (90 percentCl 1.9 to 12.1; p = 0.006). This study demonstrates that elevated IgA anti-beta2-gpl and lgG anti-Hsp 60/65 antibodies are associated with increased risk of ischemic stroke. The association occurred independently of other risk factors. This humoral response might link autoimmunity, thrombophilia and atherosclerosis in stroke patients
Sujet(s)
Humains , Mâle , Femelle , Adulte d'âge moyen , Anticorps antiphospholipides , Encéphalopathie ischémique , Glycoprotéines , Protéines du choc thermique , Immunoglobulines , Artériosclérose intracrânienne , Maladie aigüe , Encéphalopathie ischémique , Études cas-témoins , Intervalles de confiance , Test ELISA , Immunoglobuline A , Immunoglobuline G , Immunoglobuline M , Artériosclérose intracrânienne , Modèles logistiques , Mycobacterium bovis , Odds ratio , Facteurs de risqueRÉSUMÉ
Objetivo: O Segundo Consenso Brasileiro de Fator Antinuclear (FAN) em Células HEp-2 ratificou os algoritmos de decisão para leitura dos padrões do FAN na imunofluorescência indireta vistos na primeira edição do Consenso Brasileiro, adicionando ainda um novo algoritmo relacionado com os padrões mistos. Métodos: Tendo em vista a habilidade do teste em detectar auto-antígenos nos distintos compartimentos celulares, e não apenas no núcleo, propõe-se novas denominações para este exame laboratorial. Resultados e Conclusões: Como novas denominações algumas sugestões foram igualmente aceitas, dentro do tema "pesquisa de aut-anticorpos contra constituintes do núcleo (FAN HEp-2), nucléolo, citoplasma e aparelho mitótico". Foram abordadas as principais relevâncias clínicas com os padrões de FAN descritos, facilitando o melhor uso do ensaio pelo médico
Sujet(s)
Autoanticorps , Autoantigènes , Technique d'immunofluorescenceRÉSUMÉ
A síndrome antifosfolipídica primária (SAFp) é provavelmente a mais comum das diáteses trombóticas adquiridas. Anticorpos anticardiolipinas (aCL) ou presença de anticoagulante lúpico (AL) são confirmatórios, mas anticorpos contra os cofatores fosfolipídicos beta-2 glicoproteína I (beta2-gpI), anexina V, quininogênios e protrombina são eventualmente encontrados nesta afecção. Relatamos aqui o caso de uma paciente com severa trombofilia associada a altos títulos de anticorpos aCL e antibeta2- gpI. Interessantemente, as anormalidades seqüenciais dos tempos de protrombina (TPs) levaram à detecção de um anticorpo IgM antiprotrombina (AAP) na ausência de AL. TPs prolongados na ausência de anticoagulação e refratariedade do quadro trombótico podem ser indicativos de AAP em pacientes com SAF.
Sujet(s)
Humains , Femelle , Adulte d'âge moyen , Anticorps antiphospholipides , Syndrome des anticorps antiphospholipides , ThromboseSujet(s)
Humains , Mâle , Femelle , Adulte d'âge moyen , Anticorps , Maladies auto-immunes , Oreille interne , Protéines du choc thermique HSP70RÉSUMÉ
A análise da presença de auto-anticorpos feita por imunofluorescência em células HEp-2 constitui-se em método de triagem de escolha na maioria dos laboratórios clínicos. A ausência de nomenclatura definida para a descrição dos laudos traz problemas na utilização clínica do teste, no seu controle de qualidade e nas tentativas de sua padronização. O I Consenso para Padronização de Laudos de FAN em Células HEp-2 reuniu, em agosto de 2000, em Goiânia (GO), diversos especialistas de todo o Brasil. Estes emitiram pareceres de consenso, em língua portuguesa, para os distintos padrões nucleares, nucleolares, citoplasmáticos e da divisão celular que podem ser definidos pela técnica. Recomendações sobre diluições de triagem, último título de leitura e critérios morfológicos também foram determinados. Um segundo consenso, programado para 2002, deverá ocupar-se da repercusão do I Consenso sobre os laboratórios, as associações clínicas de cada padrão, bem como a possível expansão da nomenclatura para países do Mercosul
Sujet(s)
Anticorps antinucléaires , Technique d'immunofluorescence , TerminologieRÉSUMÉ
Introdução: O fator antiperinuclear (FAP) tem-se salientado na literatura pela sua especificidade na artrite reumatóide (AR). É um auto-anticorpo que reage com proteína presente nos grânulos quérato-hialinos de células da mucosa oral humana. Objetivos: Avaliar a prevalência do FAP na AR e sua associação com distintos parâmetros clínico-sorológicos. Materiais e métodos: Grupo com AR (ACR, 1987): 90 pacientes (75 mulheres e 15 homens) do Serviço de Reumatologia do Hospital da PUCRS. O grupo controle foi composto por 91 soros de doadores do banco de sangue e 30 pacientes sem doença auto-imune (hipertensão arterial sistêmica, prevenção de osteoporose, artrose de coluna ou mãos). Para o FAP foram identificados três bons doadores de células da mucosa oral em 30 indivíduos saudáveis. As lâminas foram avaliadas de forma cega por ensaio de imunofluorescência nas diluições 1/5 e 1/80, sendo considerado critério de positividade a presença de um mínimo de três células reagentes. Resultados: A prevalência do FAP foi de 57 por cento e a especificidade em relação a controles normais de 98 por cento, havendo concordância de resultados nas duas diluições. Houve forte associação positiva do FAP com o sexo masculino (p=0,013) e o faotr reumatóide (FR) (p=0,026). Dos cinco pacientes soronegativos com menos de dois anos de doença, dois eram FAP reagentes. Considerando os outros parâmetros clínicos avaliados, nenhum teve associação significante com o FAP. Conclusão: A prevalência do FAP na AR foi de 57 por cento e a especificidade de 98 por cento contra controles normais. O FAP foi mais comum no sexo masculino, achado não descrito anteriormente. Não houve associação do FAP com idade, tempo de evolução de doença, síndrome de Sjögren, nódulos subcutâneos, remissão da doença, erosões ósseas ou manifestações extra-articulares graves. Houve associação da positividade do FR e do FAP. Entretanto, o FAP reagente em dois pacientes soronegativos evidencia que o teste pode vir a ser útil na elucidação diagnóstica precoce de casos clínicos que cursam sem o FR
Sujet(s)
Humains , Mâle , Femelle , Polyarthrite rhumatoïde , AutoanticorpsRÉSUMÉ
Introdução - A artrite psoriásica (AP) é doença freqüente no consultório reumatológico, eventualmente com dificuldades diagnósticas pela ausência de acomentimento cutâneo. O diagnóstico tem auxílio na classificação proposta por Moll & Wright e, em alguns casos, na associação com antígenos HLA classe I. Objetivos - Verificar concomitância ou naõ de início do quadro cutaneo/articular, observar a prevalêncai de fator reumatóide (FR) na doença e identificar antígenos HLA-B associados a subtipos específicos de AP. Material e Métodos - Avaliação retrospectiva de 168 pacientes consectivos com com AP, caucasianos, 109 homens e 59 mulheres, com idade média de 47 mais ou menos 12 anos (20-78 anos). Diagnóstico feito pela classificação de Mol & Wright modificada. FR foi analisado por nefelometria. Tipagem do HLA classe I, lócus B, foi realizada em duplicata em 122 pacientes e 94 controles caucasianos por microlinfocitotoxicidade (terasaki et al.). Resultados - A média de idade no início da doença foi de 33 mais ou menos 16 anos. O comprometimento cutâneo precedeu o articular em 94 pacientes (66 por cento), foi simultâneo em 15 (10 por cento) e em 34 pacientes (24 por cento) as manifestaões articulares precederam os achados de pele. A história familiar para psoríase foi positiva em 30 pacientes (18 por cento). Fator reumatóide IgM foi encotnrado em 20 casos (12 por cento), apenas 5 deles com idade superior a 60 anos (p=0,04). As formas poliarticular assimétrica ou simétrica foram as mais frequentes (36 e 31 por cento, respectivaemtne). HLA-B27 foi encontrado em 30 por cento dos casos, B27 em 26 por cento e B13 em 20 por cento, frequências significativas quando comparadas com o grupo controle. Conclusões - 1) A classificação vigente de Moll & Wright é insuficiente para enquadrar de forma adequada todos os pacientes com AP; 2) O comprometimento cutâneo precedeu o articular na maioria dos casos (66 por cento); 3) As formas poliarticular assimétrica e simétrica foram as mais frequentes (67 por cneto); 4) A presença do fator reumatóide em 12 por cento dos casos ocorreu de forma independente da idade dos pacientes; 5) HLA-B13, B17 e B27 foram os antígenos mais frequentemtne encontrados em associação com as formas poliarticulares, com o HLA-B27 associando-se à espondilite
Sujet(s)
Humains , Mâle , Femelle , Adulte , Adulte d'âge moyen , Arthrite psoriasique/diagnostic , Antigènes HLA , Facteur rhumatoïdeRÉSUMÉ
The treatment of connective tissue diseases with cyclosporin-A is discussed with emphasis in nowadays literature and discuss some aspects like mechanism of
Sujet(s)
Polyarthrite rhumatoïde/traitement médicamenteux , Ciclosporine/pharmacologie , Ciclosporine/usage thérapeutique , Ciclosporine/toxicité , Polychondrite chronique atrophiante/traitement médicamenteuxRÉSUMÉ
Introduçäo: Na literatura médica, destaca-se a associaçäo entre o vírus da hepatite C (HCV) e a crioglobulinemia, principalmente do tipo II, em que há alta prevalência de alteraçöes hepáticas. O fenômeno de Raynaud (FRy) também ocorre em resposta ao frio ou a estresse emocional, associado ou näo à presença de crioglobulinas. Objetivo: Verificar se há associaçÝo entre infecçäo pelo HCV e FRy, controlando para presença de crioglobulinas. Material e métodos: Avaliamos 46 pacientes com FRy primário ou secundário, 10 homens e 36 mulheres, idade média = 40 anos. Presença de anticorpos anti-HCV totais testada por ELISA. Crioglobulinas pesquisadas por precipitaçäo ao frio. Populaçöes-controles: 1) para HCV: a) doadores de sangue(n=408.477), sendo aproximadamente 1 por cento HCV+; e b) 33 pacientes internados sem FRy, sendo 9 (27,6 por cento) HCV+; 2) para crioglobulinas: pacientes testados no laboratório de imunologia (1993 a 1995, n= 99), com três casos positivos (3 por cento). Resultados: De 46 pacientes com FRy, 5 (11 por cento) tinham anti-HCV+ e 8 (17 por cento), crioglobulinas. Dois pacientes eram simultaneamente anti-HCV+ e crioglobulinas+ (4 por cento). Dos 5 pacientes anti-HCV+, 3 tinham procedimentos prévios de hemoterapia e todos foram internados no passado. Aplicando-se teste z (proporçÝo populacional), obteve-se p<0,0005 na prevalência de anti-HCV em pacientes com FRy, quando comparados à populaçäo de doadores de sangue. Entretanto, quando comparados ao grupo dos pacientes internados sem FRy, näo houve diferença estatística (p<0,1). Dos pacientes internados sem FRY e anti-HCV+ (n= 9), 3 haviam recebido transfusÝo de sangue e 8 tinham internaçöes prévias. Pacientes com FRy tiveram prevalência maior de crioglobulinas+, quando comparados aos grupo-controle (p<0,05). Pacientes com FRy primário tiveram maior prevalência de anti-HCV+ que o grupo com FRy secundário (p<0,03). Conclusöes: Houve maior prevalência de anti-HCV em pacientes com FRy que na populaçäo em geral, quando testados por ELISA. A maior prevalência do HCV na populaçäo estudada parece se dever a vício de seleçäo, eis que os pacientes tinham internaçöes prévias, sofriam de doenças crônicas e tinham recebido transfusöes de sangue ou plasmaferese. A concomitância de anti-HCV+ e crioglobulinemia+ (2/5 pacientes HCV+) ocorreu na proporçäo vista na literatura para crioglobulinemia tipo II (>40 por cento). Casos com FRy primário podem ter maior contato ou responder de forma diversa ao HCV...