Résumé
A identificação de sintomas depressivos e eventos das drogas antiepiléticas (DAE) deveria ser um dos mais importantes aspectos do cuidado aos pacientes em tratamento clínico para epilepsia. Os inventários de Beck para depressão (BDI) e o Adverse Event Profile (EVP) para verificar a ocorrência de efeitos adversos das DAE, por serem rápidos e de fácil aplicação, permitem avaliar em poucos minutos e precocemente sintomas de depressão e toxicidade da medicação. Avaliar sintomas de depressão e efeitos adversos das DAE. Correlacionar as variáveis depressão, eventos adversos e frequência de crises. Quarenta apcientes atendidos a nível ambulatorial, sendo vinte com epilepsia do lobo temporal com esclerose mesial (grupo 1) e vinte com epilepsia mioclônica juvenil (grupo 2) responderam ao AEP, ao BDI e ainda a uma breve entrevista para aquisição de dados demográficos e clínicos. A associação medicamentosa mais utilizada no primeiro grupo foi carbamazepina ou oxcabazepina (95 por cento) e clobazam (80 por cento) e o efeito adverso mais comum nesse grupo foi a dificuldade de memória. No segundo, 70 por cento faziam uso de valproato em monoterapia. Distúrbios grastrointestinais foi o evento adverso mais relatado. A utilização do BDI permitiu identificar sintomas depressivos em 30 por cento dos pacientes com epilepsia do lobo temporal com esclerose mesial e em 70 por cento no grupo com epilepsia mioclônica juvenil. Não houve correlação estatisticamente significante entre as variáveis depressão, efeitos adversos das DAE e frequência de crises. O uso sistemático de inventários de fácil manuseio e validados para o nosso país permitiria identificar problemas importantes, que afetam negativamente a vida das pessoas com epilepsia. Epilepsias generalizadas idiopáticas não apresentam curso benigno