Résumé
O presente trabalho procurou investigar padrões de adoção de crianças e adolescentes efetivadas, durante o ano de 1999, em uma Vara da Infância e da Juventude, da comarca de São Paulo. Além de identificar e avaliar a freqüência desses padrões, os mesmos foram reinterpretados à luz da perspectiva ecológica, o que permitiu repensar as práticas judiciárias, nos casos de adoção, bem como identificar o psicólogo como o quarto ponto que deve ser incluído ao triângulo adotivo, postulantes à adoção, adotandos, e pais genéticos. Para a realização do estudo utilizamos a análise documental de 133 Autos judiciais, cujas sentenças favoráveis às adoções foram proferidas no ano de 1999, e que estavam arquivados no Arquivo Geral do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Utilizamos como parâmetro as informações contidas no Cadastro de Pretendentes à Adoção (CPA) cujas inscrições se realizaram na década de 90, como também o Cadastro de crianças disponíveis para adoção no mesmo intervalo de tempo. Foram utilizadas, também, descrições qualitativas de casos acompanhados direta ou indiretamente pela pesquisadora A análise dos dados, sob o enfoque ecológico permitiu-nos identificar variáveis dos três elementos do triângulo adotivo, sob um novo ponto de vista, reforçando que maternidade, paternidade, filiação, pertença, família e continuidade, são características da natureza humana, estando associadas com as motivações mais básicas e emoções mais intensas da espécie humana