RÉSUMÉ
Introdução: O câncer de mama é a neoplasia maligna de maior incidência na população feminina, apresentando crescimento contínuo na última década. A mamografia de rastreamento é considerada o teste mais sensível para a detecção precoce do câncer de mama, mesmo que dependente do seu padrão de qualidade, o que inclui competência profissional e equipamentos adequados. Objetivos: Avaliar a frequência de doenças mamárias e o rastreio mamográfico utilizado no serviço privado de saúde. Métodos: Realizou-se um estudo com corte transversal com 3193 de pacientes que foram atendidas em um serviço privado de Saúde da Mulher, no período de janeiro de 1988 a janeiro de 2010, sendo excluídas as pacientes que não permitiram que seus dados fossem estudados, as que já haviam tratado previamente de um câncer de mama e as pacientes com prontuários incompletos. Resultados: Foram revisados 3076 prontuários, com identificação de 117 pacientes com alterações mamográficas e ou alterações clínicas mamárias. A média de idade das pacientes avaliadas foi de 45,01+13,32 anos. A história familiar de câncer de mama foi identificada por 15,40% das pacientes (n=18) e 27 pacientes (23,1%) relataram tratamento mamário prévio. Verificou-se que a idade foi o fator mais importante no determinismo do câncer de mama (p<0,001; X2=64,68) e que quanto maior o número de mamografias realizadas ao longo da vida, menor a freqüência de diagnóstico de câncer invasor da mama (p<0,05). Conclusões: Concluem os autores que as políticas de saúde devem levar em consideração o rastreio mamográfico como um elemento importante para o diagnóstico precoce do câncer de mama.
Background: Breast cancer is the most common malignant neoplasm among women. This type of cancer has been continuously growing over the past decade. Screening mammography is considered the most sensitive test for the early detection of breast cancer, although its accuracy depends on quality factors such as professional competence and adequate equipment. Aims: To evaluate the frequency of breast diseases and to investigate the types of breast screening used in a private health care facility. Methods: We conducted a cross-sectional study involving 3,193 patients seen at a private womens health care facility between January 1988 and January 2010. We excluded from the study the patients who did not allow the use of their data, as well as those who had been previously treated for breast cancer and the ones whose medical records were incomplete. Results: We reviewed 3,076 medical records. One-hundred and seventeen patients had abnormal mammographic or clinical results. The mean age of the patients was 45.01 + 13.32 years. Family history of breast cancer was reported by 15.40% of patients (n=18), and 27 patients (23.1%) reported previous treatment of breast disease. We found that age was the most important factor for the detection of breast cancer (p<0.001, X2=64.68) and that the greater the number of mammograms performed throughout life, the lower the frequency of a diagnosis of invasive breast cancer (p<0.05). Conclusions: We concluded that the health policies should consider screening mammograms as an important factor that contributes to the early diagnosis of breast câncer.