RÉSUMÉ
A presença de Instabilidade de microsatellites (IMS) tem sido relatada no cancer gastrico e associada a pacientes com idade mais avançada, localização mais distal do tumor, estadios mais precoces e melhor prognostico. Relatamos neste prospectivo estudo envolvendo 24 pacientes com cancer gastrico solitario e esporadico, a incidencia de IMS, sua correlação com parametros epidemiologicos, clinicos e anatomo patológicos e o seu impacto sobre a sobrevida geral e livre de doença. PACIENTES E MÉTODOS: Todos os pacientes haviam sido tratados com cirurgia radical. Fragmentos de tecido normal e tumoral eram extraidos das peças e armazenados a ù80ºC antes da extração e purificação DNA. Realizava-se então a amplificação com PCR utilizando marcadores específicos de microsatelites. Os tumores que apresentavam produtos de amplificação anormais foram considerados positivos para IMS. RESULTADOS: Cinco pacientes (21%) apresentaram Instabilidade de microsatelites (IMS+) com pelo menos um marcador (primer) No grupo de pacientes com adenocarcinomas gástricos do tipo histológico de Lauren, três apresentavam IMS (23%) enquanto no grupo portador de cancar gástrico difuso, dois pacientes mostraram IMS (19%).. Embora haja uma tendência dos pacientes IMS+ apresentarem tumores de localização mais proximal, estadios mais precoces e ausência de metástases linfonodais, não se observou diferenças estatisticamente significativas (p > 0,1). A comparação entre as taxas de sobrevida geral e livre de doença não mostrou significância estatistica (p > 0,1). CONCLUSÕES: IMS é um evento frequente na carcinogese gástrica e pode estar associado a caracteristicas clinicas e anátomo-patológicas do câncer gástrico.