Midazolam por via retal em pacientes pediátricos / Midazolam by rectal route in pediatric patients

A via retal é bastante usada na medicaçäo pré-anestésica, ou mesmo na induçäo, de pacientes pediátricos. Os barbitúricos, o diazepam e outras drogas, como a cetamina, säo utilizados por esta via. O methohexital sódico é superior pela sua açäo curta. O tiopental sódico, apesar de eficiente, traz o problema da recuperaçäo mais demorada, limitando seu uso em pacientes ambulatoriais. O midazolam por suas qualidades de rapidez de açäo e curta duraçäo de efeito pode oferecer vantagens na medicaçäo pré-anestésica de pacientes pediátricos por via retal. Quarenta pacientes pediátricos, com idade variando de um a sete anos, foram pré-medicados com midazolam, por via retal, na dose de 1 mg.Kg-1. Foram avaliados segundo uma tabela da sedaçäo e observados os parâmetros clínicos de pressäo arterial, freqüências cardíaca e respiratória. Setenta e oito por cento dos pacientes (31) apresentaram sedaçäo boa, oito sedaçäo regular e três sedaçäo ruim. Näo ocorreram variaçöes estatísticas significantes nos parâmetros clínicos avaliados. A recuperaçäo foi satisfatória, 30 minutos após o final do ato cirurgico. O midazolam pode ser um agente eficaz na pré-medicaçäo de pacientes pediátricos, por via retal, ainda que alguns pacientes possam näo responder adequadamente quanto ao grau de sedaçäo

Etomidato como agente de induçäo em pediatria / Etomidate as an induction agent in pediatrics

O etomidato, um agente hipnótico potente, foi usado na dose de 0,3 mg.Kg-1 para induzir a anestesia geral em 30 pacientes pediátricos com idades variando de 6 a 13 anos (média de 10 anos). Após a induçäo, avaliaram-se a freqüência cardíaca e as pressöes arteriais sistolíca e diastólica três e cinco minutos após a administraçäo do etomidato. Confirmou-se a boa estabilidade cardiocirculatória do agente em estudo. Porém analisando-se as reaçöes adversas, observaram-se a ocorência de dor no local da injeçäo numa porcentagem acima de 90% e a incidência de mioclonias em 30% dos pacientes que näo tomaram opiáceos nem diazepínicos previamente. O etomidato é um bom agente de induçäo em pediatria, porém tem seu uso limitado pela dor no local da injeçäo

Glicemia em pacientes pediátricos ambulatoriais / Blood glucose in pediatric outpatients

Para avaliar a influência do período do jejum pré-operatório sobre a glicemia de pacientes pediátricos operados em regime ambulatorial, 21 pacientes pediátricos foram anestesiados com tiopental sódico complementando anestesia caudal e tiveram amostras sangüíneas colhidas em três tomadas com intervalo de quinze minutos entre a primera e a segunda amostras e a terceira no final do ato cirúrgico. O período de jejum pré-operatório näo foi fixado, recebendo-se os pacientes como chegavam ao hospital. Nenhuma soluçäo foi administrada, mantendo-se a veia com dispositivo tipo escape heparinizado. Nenhum paciente apresentou hipoglicemia, ainda que um paciente tivesse apresentado níveis de glicose sangüínea de 53 mg.dl. A inobservância da recomendaçäo de jejum pré-operatório pelos pais dos pacientes pode ser uma explicaçäo para taxas normais de glicose. As diferenças entre os valores plasmáticos de glicose encontradas foram analisados pelo método do teste "t" de Student e a correlaçäo entre o período de jejum e os valores da primeira amostra foi feita através do coeficiente de correlaçäo de Spearman. Houve variaçäo estatística significativa entre a primeira e a segunda amostras e entre a primeira e a terceira amostras. Em conclusäo, nas condiçöes em que foi realizado este estudo, para minimizar os riscos de hipoglicemia e inalaçäo de conteúdo gástrico durante a induçäo da anestesia, as crianças maiores de um ano devem ser mantidas em jejum durante a noite e operadas pela manhä. Näo há necessidade do uso de soluçöes glicosadas no trans-operatório para manter a glicemia normal

Fazadínio em anestesia pediátrica / Fazadimium in pediatric anesthesia

O brometo de fazadínio é um relaxante näo-despolarizante, com início de açäo rápido e sem produzir fasciculaçöes. Apesar da literatura já farta sobre seu emprego em pacientes adultos, os relatos em crianças säo escassos. No presente estudo, quarenta pacientes de 1 a 5 anos foram divididos aleatoriamente em dois grupos de vinte pacientes cada um. A um grupo se administrou brometo de fazadínio e ao outro brometo de pancurônio. Procurou-se comparar a açäo das duas drogas relaxantes através dos seguintes parâmetros: tempos entre a administraçäo das drogas e a parada da atividade respiratória; a qualidade da tubagem traqueal, usando-se o método descrito por Twohig et al. modificado, após um minuto da administraçäo da droga; a pressäo arterial sistólica e diastólica em intervalos de 5, 15 e 30 min após o uso do relaxante e a duraçäo e a forma de reversäo do bloqueio. Todos os pacientes foram intubados pelo mesmo autor, que desconhecia a droga empregada. A avaliaçäo da reversäo do bloqueio foi feita através de um estimulador de nervos periféricos, utilizando-se a seqüência de 4 estímulos. Os resultados obtidos foram tratados estatisticamente, considerando-se o nível de 0,05 (p <0,05) como significativo, para o "t" de Student ou para o "QUI" quadrado. A açäo do fazadínio näo apresentou diferença daquela já conhecida para pacientes adultos. Em doses de 0,4 mg.kg-1 permitiu a tubagem traqueal em 80% dos pacientes em 1`min, com um grau de relaxamento cirúrgico que durou em média 45 min. Apesar de discretamente mais lento no início de açäo, o pancurônio na dose de 0,1 mg.kg-1 se mostrou semelhante ao fazadínio tanto nas condiçöes de tubagem como na duraçäo e recuperaçäo do bloqueio. Ambas as drogas apresentaram uma boa estabilidade cardiocirculatória

A taxa de hemoglobina no paciente pediátrico / Hemoglobin level in the pediatric patient

Qual o nível sangüíneo ideal de hemoglobina para se aceitar o paciente a ser submetido a um ato anestésico-cirúrgico? A partir desta indagaçäo, se conjectura o papel da hemoglobina envolvendo o transporte do oxigênio, a anemia e a anestesia. O texto introduz à discussäo sobre o "mágico" 10 g/100 ml apresentando dados da experiência pessoal dos autores. Qual o nível ideal de hemoglobina para os pacientes pediátricos? O melhor é considerar todos os fatores envolvidos para se chegar a decisäo apropriada a cada paciente individualmente. Níveis abaixo de 8 g/100ml poder ser aceitáveis em alguns casos, porém níveis de até 12 g/100 ml podem ser inadequados em outros

Aspectos do controle da dor na criança / Pain control in children

As crianças diferen dos adultos, mas mesmo assim, ainda säo algumas vezes tratadas como adultos em miniaturas. A farmacocinética na populaçäo pediatrica tem uma serie de diferenças que afetaräo os efeitos clínicos das drogas farmacológicamente ativas. O Sistema Nervoso Central apresenta mielinizaçäo incompleta afetando, e até mesmo tornando imprevisiveis, os efeitos de determinadas drogas. A abordagem da criança com dor deve partir da pergunta: como a criança sente a dor? E näo por que ela se comporta desta ou daquela maneira. De acordo com as várias etapas do seu desenvolvimento o indivíduo apresenta diferentes reaçöes diante da dor. Estes säo os tópicos analisados

Sala de recuperaçäo pós-anestésica para crianças / Post-anesthetic recovery room for children

Complicaçöes sérias com pacientes pediátricos näo säo fatos desconhecidos das Salas de Recuperaçäo pós-anestésicas (S.R.P.A), ainda que, na sua grande maioria perfeitamente evitáveis, quando os cuidados necessários säo tomados. Os autores revisam as complicaçöes mais freqüentes e que colocam em risco a segurança do paciente, descrevem os cuidados para evitá-las e as formas de tratamento para superá-las. Acrescentam como ilustraçäo dados de sua experiência durante um período de sete anos com S.R.P.A. em Hospital Pediátrico

O uso do microcomputador em anestesiologia. / The use of microcomputers in anesthesiology

O presente trabalho mostra uma das inumeras aplicacoes que um micro computador pessoal pode ter em um Servico de Anestesiologia. Usando apenas o peso e a idade e partindo de formulas e tabelas de livros textos, foi desenvolvido um programa, para fornecer uma serie de dados, utilizando apenas aqueles dois parametros, e que sao de utilidade em anestesia pediatrica.Estes calculos demandam algum tempo e requerem atencao do anestesiologista, notadamente daquele que nao administra anestesia pediatrica rotineiramente

Halotano versus enflurano em cirurgia ambulatorial pediátrica / Halothane vs enflurane in pediatric outpatient anesthesia

Uma das grandes indicaçöes do enflurano em cirurgia ambulatorial é sua rapidez de induçäo e de recuperaçäo anestésicas. Os autores partindo desta premissa, estudaram 40 pacientes pediátricos, submetidos a atos cirúrgicos em regime ambulatorial, divididos em dois grupos. Um grupo foi anestesiado com halotano e outro con enflurano. Foram cronometrados os tempos para a induçäo, incisäo cirúrgica, tempo entre a alta e a induçäo e o tempo para permitir a punçäo venosa. As condiçöes de recuperaçäo foram avaliadas pela escala de Aldrete. Os autores acham discutívael a vantgem do uso do enflurano, em substituiçäo ao halotano

A intubacao dificil. / Difficult intubation

Muitas dificuldades envolvendo problemas com as vias aereas, extrinsecos ou nao, oferecem dificuldades no momento da intubacao traqueal. Nao raro, as dificuldades tambem aparecem em pacientes, os quais, aparentemente, nao possuem nenhum problema em especial. As solucoes nem sempre sao milagrosas. A revisao destes topicos, as possiveis solucoes e os cuidados que se exigem nestes casos e o assunto deste trabalho