RÉSUMÉ
Introdução: Defeitos na região superior do dorso geralmente são de difícil tratamento, especialmente nos casos de exposição de vértebras, meninge ou material de síntese. O fechamento primário com retalho muscular ou musculocutâneo é a melhor escolha, mas a área doadora para tratar grandes defeitos pode requerer enxertia. A preservação da artéria dorsal da escápula parece assegurar um território cutâneo maior do que o do retalho musculocutâneo do trapézio clássico baseado apenas na artéria cervical transversa. Método: Foi concebida uma ampla ilha triangular de pele sobre o músculo trapézio baseado na artéria dorsal da escápula com transferência por movimento pendular e um procedimento tipo V-Y em cinco pacientes após a extirpação de tumores malignos. Resultados: Os defeitos e as áreas doadoras foram fechados primariamente com total viabilidade dos retalhos e não foram observadas complicações além da ocorrência de seroma. Conclusão: O retalho musculocutâneo do trapézio baseado na artéria dorsal da escápula oferece segurança no tratamento de exposição óssea na região superior do dorso.
Introduction: Defects in the upper region of the back are generally difficult to treat, especially in cases of exposure of vertebrae, meninges, or synthetic material. Primary closure with a muscular or musculocutaneous flap is the best choice, but the donor area to treat large defects may require grafting. Preservation of the dorsal artery of the scapula appears to ensure a larger cutaneous territory than that of the classic trapezius musculocutaneous flap based only on the transverse cervical artery. Method: A wide triangular island of skin was designed over the trapezius muscle based on the dorsal scapular artery with pendulum transfer and a V-Y type procedure in five patients after the extirpation of malignant tumors. Results: The defects and donor areas were closed primarily with full viability of the flaps and no complications were observed other than the occurrence of seroma. Conclusion: The trapezius musculocutaneous flap based on the dorsal artery of the scapula offers safety in the treatment of bone exposure in the upper back region.
RÉSUMÉ
Introdução: O angiossomo da artéria dorsal da escápula (ADE) tem despertado crescente interesse aos cirurgiões reparadores embora as aplicações mais habituais do músculo trapézio (MT) sejam pelo arco de rotação da artéria cervical transversa (ACT) e seu angiossomo, mais cefálico, suficiente para propósitos de reconstrução em cabeça e pescoço. A possibilidade de se obter retalhos de grande território cutâneo para reconstruções no dorso estimula o estudo do angiossomo da ADE. Métodos: Oito lados de quatro cadáveres frescos foram dissecados para a investigação da ADE e 60 lados de 30 voluntários foram examinados por meio de eco-Doppler colorido, em busca da ADE. Resultados: Foram descritos dois padrões no curso da ADE nas dissecções, ambos irrigando a região do terço inferior do MT. O exame por eco-Doppler detectou a emergência e o curso da ADE para o terço inferior do MT bilateralmente em 27 dos voluntários, em dois somente à esquerda e não foi identificada em nenhum lado em um dos voluntários. Conclusão: Pode haver dois padrões no curso da ADE irrigando a região do terço inferior do MT. O exame por eco-Doppler colorido determinou a emergência e o trajeto da ADE em 56 dos 60 lados examinados.
Introduction: The dorsal scapular artery angiosome (DSAA) has aroused growing interest among repairing surgeons, although the most common applications of the trapezoid muscle (TM) are by the arc of rotation of the transverse cervical artery (TCA) and its angiomoses, more cephalic, sufficient for reconstruction purposes in the head and neck. The possibility of obtaining flaps of large cutaneous territory for reconstructions on the back stimulates the study of DSAA angiomoses. Methods: Eight sides of four fresh cadavers were dissected for DSAA investigation, and 60 sides of 30 volunteers were examined by color Doppler echo in search of DSAA. Results: Two patterns were described in the course of DSAA in dissections, both irrigating the region of the lower third of the TM. Doppler echo-examination detected emergence and course of DSAA for the lower third of The TM bilaterally in 27 of the volunteers, in two only on the left and was not identified anywhere in one of the volunteers. Conclusion: There may be two patterns in the course of DSAA irrigating the region of the lower third of the TM. The color Doppler echo-examination determined the emergence and the Path of the DSAA on 56 of the 60 sides examined.