RÉSUMÉ
No período de 1984-1988, foram estudados 514 pacientes, 288 do sexo feminino e 226 do sexo masculino, com idade de 36,8 ñ 16,5 anos, submetidos a cirurgia cardíaca valvar com implante de bioprótese porcina Labcor. As cirurgias realizadas foram, em 64%, relativas à valva mitral, 21,5% à aórtica e 2,1% mitral-aórtica-tricúspide. No período pré-operatório, 1,6% apresentavam-se em classe funcional (NYHA) II, 63,7% classe III e 34,7 classe IV. Após a cirurgia, 77,2% apresentavam-se em classe I, 21,5% classe II, 0,3 classe III e 1,0% classe III e 1,0 classe IV. O tamanho mais utilizado foi o de número 29 (33,3%), seguido do de número 27 (21,7%) e do de número 31 (15,2%); todos os demais apresentaram freqüências inferiores a 100%. Os débitos hospitalares foram da ordem de 7,6% e os tardios, de 3,2%, sendo a letalidade total igual a 10,1%. O coeficiente de mortalidade foi de 6,3% pacientes/ano. Os sobreviventes foram acompanhados até 4 anos, ocorrendo 13 óbitos tardios, 34% relacionados à prótese. A incidência de complicaçöes que levaram à reoperaçäo para substituiçäo da prótese foi de 17 (3,6%) casos, sendo 2 por endocardite, 1 por calcificaçäo, 4 por vazamento paravalvular e os demais, por outras causas näo relacionadas à prótese. Conclui-se que a bioprótese heteróloga Labor apresentou, no período estudado, até 4 anos de acompanhamento, baixo índice de complicaçöes diretamente relacionadas à válvula (5 de 475 pacientes que sobreviveram à cirurgia)