RÉSUMÉ
Resumo Objetivou-se analisar experiências de profissionais relacionadas às mudanças no trabalho em saúde em Unidade de Terapia Intensiva, durante o período crítico da primeira onda da pandemia da Covid-19 no Maranhão. Estudo descritivo-exploratório, de abordagem qualitativa, desenvolvido nas Unidades de Terapia Intensiva de hospitais públicos no Maranhão, de novembro de 2020 a janeiro de 2021. Participaram do estudo 15 profissionais. A técnica utilizada para coleta de dados foi a entrevista semiestruturada, com amostra definida pelo critério de saturação dos sentidos. Utilizaram-se da análise de conteúdo e do software NVIVO® 12. Evidenciou-se que sobrecarga de trabalho, escassez de profissionais e o medo do contágio afetaram a qualidade da assistência e geraram novas formas de produção do cuidado. Naquele contexto, ofertar a assistência de "alto padrão" foi um desafio que perpassou os espaços social e técnico da terapia intensiva. Vivenciar as mortes em maior escala afetou as relações intersubjetivas nas esferas pessoal e profissional. As mudanças na organização do espaço, a assistência e as relações interprofissionais podem indicar caminhos para se repensar os efeitos desse fenômeno para agentes, usuários e serviços, além de fornecer maiores habilidades para lidar com cenários emergenciais futuros.
Abstract The study aimed to analyze the experiences lived by professionals related to changes in health work in the Intensive Care Unit, during the critical period of the first wave of the Covid-19 pandemic in Maranhão. This is a descriptive-exploratory study with a qualitative approach, carried out in the Intensive Care Units of public hospitals in Maranhão, from November 2020 to January 2021. Fifteen professionals took part in the study. Data collection was done through semi-structured interviews, with the sample defined by the criterion of saturation of meanings. Content analysis and NVIVO® 12 software were used. It emerged that work overload, shortage of professionals and fear of contagion affected the quality of care and generated new ways of producing care. In that context, providing "high standard" care was a challenge cutting across the social and technical spaces of intensive care. Experiencing deaths on a larger scale affected intersubjective relationships in personal and professional spheres. Changes in the organization of space, care and interprofessional relationships may indicate ways to rethink the effects of this phenomenon on agents, users and services, as well as providing greater skills to deal with future emergency scenarios.