RÉSUMÉ
ABSTRACT BACKGROUND: Patients on chronic dialysis present a high prevalence of hepatitis B virus infection. Despite infection-control practices, surveillance of serological markers, and hepatitis B vaccination, there are still outbreaks of the disease in dialysis centers. OBJECTIVE: This study aims to assess the serologic and vaccination status for hepatitis B in hemodialysis patients. METHODS: This cross-sectional study assessed serologic markers and hepatitis B vaccination status of chronic kidney disease patients on regular dialysis program in São Carlos, SP, Brazil. Patients without information about hepatitis B status (anti-HBc, HBsAg and anti-HBs) were referred for testing. Individuals with uncertain or incomplete immunization status and without serological conversion (anti-HBs <10mIU/mL) were referred to vaccination, with adverse effects monitored. RESULTS: The study included 130 from a total of 181 dialysis patients. The majority were male (63.8%), mean age 53.9 years. All patients were already screened and negative for HBsAg, and 73.8% were vaccinated against hepatitis B (59.2% complete and 14.6% incomplete schedule), with a seroconversion rate of 75.3%. Only 11 (8.5%) patients had prior dosage of anti-HBc (negative). Among the 47 patients referred for anti-HBc testing, four were anti-HBc positive and one indeterminate. Of the total of patients referred to immunization, 34 have actually received HBV vaccine; among them five had mild adverse effects. CONCLUSION: Despite the benefit of dosing of anti-HBc and anti-HBs before admission to dialysis, economic constraints have reduced the screening to only HBsAg. Since occult HBV infection has already been demonstrated in hemodialysis patients, the measure of anti-HBc should be encouraged.
RESUMO CONTEXTO: Pacientes cronicamente em diálise apresentam alta prevalência de infecção por vírus da hepatite B. Apesar de práticas de controle de infecção, vigilância de marcadores sorológicos e vacinação contra a hepatite B, ainda há surtos da doença em centros de diálise. OBJETIVO: Este estudo tem como objetivo avaliar o estado sorológico e a vacinação contra hepatite B em pacientes em hemodiálise. MÉTODOS: Estudo transversal avaliando marcadores sorológicos e vacinação contra a hepatite B em pacientes com doença renal crônica em programa regular de hemodiálise em São Carlos, SP, Brasil. Pacientes sem marcadores sorológicos para hepatite B disponíveis (anti-HBc, HBsAg e anti-HBs) foram encaminhados para testagem. Em caso de situação vacinal desconhecida, incompleta ou sem resposta vacinal (anti-HBs <10mIU/mL), os pacientes foram encaminhados para vacinação, sendo os efeitos adversos monitorados. RESULTADOS: O estudo incluiu 130 de um total de 181 pacientes em diálise. A maioria era do sexo masculino (63,8%), com idade média de 53,9 anos. Todos os pacientes já haviam sido rastreados e eram negativos para HBsAg, e 73,8% foram vacinados contra a hepatite B (59,2% esquema completo e 14,6% esquema incompleto), com uma taxa de soroconversão de 75,3%. Apenas 11 (8,5%) pacientes dispunham de dosagem prévia de anti-HBc (negativo). Entre os 47 pacientes encaminhados para testagem anti-HBc, quatro eram anti-HBc reagentes e um indeterminado. Do total de pacientes encaminhados à imunização, 34 receberam efetivamente a vacina contra o HBV; entre eles, cinco tiveram efeitos adversos leves. CONCLUSÃO: Apesar do benefício da dosagem de anti-HBc e anti-HBs antes da admissão à diálise, restrições econômicas reduziram o rastreio apenas à dosagem de HBsAg. Como a infecção oculta por HBV já foi demonstrada em pacientes em hemodiálise, a dosagem de anti-HBc deve ser incentivada.
Sujet(s)
Humains , Mâle , Femelle , Virus de l'hépatite B/immunologie , Dialyse rénale/effets indésirables , Vaccins anti-hépatite B/immunologie , Hépatite B/immunologie , Anticorps de l'hépatite B/sang , Antigènes de surface du virus de l'hépatite B/sang , Marqueurs biologiques/sang , Études transversales , Vaccins anti-hépatite B/administration et posologie , Hépatite B/prévention et contrôle , Adulte d'âge moyenRÉSUMÉ
ABSTRACT Delirium is a common disorder associated with poor prognosis, especially in the elderly. The impact of different treatment approaches for delirium on morbimortality and long-term welfare is not completely understood. OBJECTIVE: To determine the efficacy of pharmacological and non-pharmacological treatments in elderly patients with delirium. METHODS: This systematic review compared pharmacological and non-pharmacological treatments in patients over 60 years old with delirium. Databases used were: MEDLINE (PubMed), EMBASE, Cochrane CENTRAL and LILACS from inception to January 6th, 2016. RESULTS: A total of ten articles were selected. The six non-pharmacological intervention studies showed no impact on duration of delirium, mortality or institutionalization, but a decrease in severity of delirium and improvement in medium-term cognitive function were observed. The most commonly used interventions were temporal-spatial orientation, orientation to self and others, early mobilization and sleep hygiene. The four studies with pharmacological interventions found that rivastigmine reduced the duration of delirium, improved cognitive function and reduced caregiver burden; olanzapine and haloperidol decreased the severity of delirium; droperidol reduced length of hospitalization and improved delirium remission rate. CONCLUSION: Although the pharmacological approach has been used in the treatment of delirium among elderly, there have been few studies assessing its efficacy, involving a small number of patients. However, the improvements in delirium duration and severity suggest these drugs are effective in treating the condition. Once delirium has developed, non-pharmacological treatment seems less effective in controlling symptoms, and there is a lack of studies describing different non-pharmacological interventions.
RESUMO Delirium é uma condição comum associada com prognóstico pobre, especialmente em idosos. O impacto das diferentes abordagens de tratamento na morbi-mortalidade e bem-estar de longo prazo não é completamente compreendido. OBJETIVO: Determinar a eficácia dos tratamentos farmacológico e não-farmacológico em pacientes idosos com delirium. MÉTODOS: Esta revisão sistemática comparou tratamentos farmacológicos e não-farmacológicos em pacientes com idade superior a 60 anos com delirium. As bases de dados usadas foram: MEDLINE (PubMed), EMBASE, Cochrane Central e LILACS do início até 6 de janeiro de 2016. RESULTADOS: Dez artigos foram selecionados. Seis estudos com intervenções não farmacológicas não mostraram impacto na duração, mortalidade ou institucionalização, mas houve redução na gravidade do delirium e memlhora na função cognitive de médio prazo. As intervenções mais comumente utilizadas foram orientação temporo-espacial, orientação para si e outros, mobilização precoce e higiene do sono. Os quarto estudos com intervenções farmacológicos acharam que a rivastigmina reduziu a duração, melhorou a função cognitive e reduziu a sobrecarga do cuidador, olanzapine e haloperidol diminuíram a gravidade de delirium e o droperidol diminuiu a duração da hospitalização e na taxa de remissão. CONCLUSÃO: Embora a abordagem farmacológica tem sido usada no tratamento de delirium em idosos, há estudos que avaliam sua eficácia com limitado número de pacientes. Todavia, a melhora na duração e gravidade sugerem que estas drogas são efetivas no tratamento desta condição. Uma vez que o delirium esteja instalado, o tratamento não farmacológico parece ser menos efetivo no controle dos sintomas, há uma falta de estudos que discriminem as diferentes intervenções não-farmacológicas.
Sujet(s)
Humains , Sujet âgé , Délire avec confusion , Traitement médicamenteuxRÉSUMÉ
OBJETIVO: A despeito do declínio em sua incidência, o tétano ainda é uma doença negligenciada nos países em desenvolvimento, permanecendo como causa importante de morbidade e mortalidade. Atualmente, com o aperfeiçoamento dos cuidados de terapia intensiva, torna-se importante conhecer melhor as complicações dessa grave condição. Este estudo visa avaliar a letalidade e complicações cardiovasculares e osteomusculares de pacientes com diagnóstico de tétano internados em unidade de terapia intensiva e os fatores associados ao pior prognóstico. MÉTODOS: Este foi um estudo retrospectivo realizado por meio da análise de prontuários médicos de pacientes com diagnóstico de tétano admitidos em unidade de terapia intensiva, de janeiro de 2000 a dezembro de 2001. Foram colhidas informações demográficas, clínicas e laboratoriais por meio de um questionário padrão. São descritas as variáveis relacionadas à letalidade, complicações cardiovasculares e osteomusculares. RESULTADOS: No período do estudo foram internados 22 pacientes com tétano, sendo 81,8 por cento homens, com média de idade de 47,8 anos. O tétano era associado a atividades profissionais em 54,5 por cento dos casos. A maioria dos pacientes desenvolveu a forma generalizada da doença (20 pacientes); em 81 por cento dos casos, os pacientes nunca haviam recebido vacina antitetânica ou desconheciam sua situação vacinal. Após o ferimento, nenhum paciente recebeu profilaxia passiva apropriada e apenas dois foram submetidos a debridamento cirúrgico do foco, enquanto seis pacientes receberam antibioticoterapia. Onze pacientes (52,4 por cento) desenvolveram alguma complicação cardiovascular. Úlcera de pressão foi a complicação cardiovascular mais freqüente (38,1 por cento), seguida por arritmias (28,6 por cento). Dois pacientes desenvolveram fraturas ósseas secundárias ao espasmo tetânico, correspondendo a 9,6 por cento da amostra. A letalidade do tétano foi de 9,1 por cento. Escore de APACHE II alto e forma gravíssima na classificação de tétano de Veronesi se associaram a maior risco de óbito (p=0,04 e 0,03, respectivamente). A classificação de Veronesi também se associou ao risco de complicações cardiovasculares (p=0,013) assim como a um maior tempo de permanência na unidade de terapia intensiva (p=0,009). CONCLUSÃO: O presente estudo demonstra falha na atenção primária à saúde em termos de cobertura vacinal e profilaxia do tétano pós-traumático em adultos. Apesar do aprimoramento do suporte intensivo, as complicações cardiovasculares ainda são freqüentes nesses pacientes. Indivíduos com alto escore APACHE II e forma clínica gravíssima precisam ser cuidadosamente monitorizados devido ao maior risco de óbito e de complicações cardiovasculares.
OBJECTIVE: Despite the decline in the incidence of tetanus, this disease is still neglected in the developing world and remains a major cause of morbidity and mortality. With improvements in intensive care, it is important to better understand the complications of this serious condition. We aim to evaluate 1) the lethality and osteomuscular and cardiovascular complications of patients with tetanus who are admitted to the intensive care unit (ICU) and 2) the risk factors associated with a poor prognosis. METHODS: This was a retrospective study that analyzed the medical records of all of the patients diagnosed with tetanus who were admitted to an infectious diseases ICU between January 2000 and December 2001. A standardized form that included demographic, clinical and laboratory data was completed. The clinical variables that were related to lethality and osteomuscular and cardiovascular complications were described. RESULTS: A total of 22 tetanus patients were admitted (81.8 percent male, mean age of 47.8 years).The tetanus infection was associated with professional activities in 54.5 percent of cases. The majority of patients (20 patients) presented with the generalized form of disease. Eighty-one percent of the patients had never received a tetanus vaccine or were unaware of their vaccine status. Following the injury, none had received appropriated passive prophylaxis, only two patients had received surgical debridement of wound and six patients received antibiotic therapy. Eleven patients (52.4 percent) experienced some cardiovascular complication. A pressure ulcer was the most frequent cardiovascular complication (38.1 percent), followed by arrhythmias (28.6 percent). Two of the patients developed bone fractures secondary to tetanus spasms, corresponding to 9.6 percent of sample. The tetanus lethality rate was 9.1 percent. Higher APACHE II severity scores and very severe status based on the Veronesi tetanus classification were significantly associated with the risk of death (p=0.04 and 0.03, respectively). The Veronesi classification was also associated with the risk of cardiovascular complications (p=0.013) and the length of the ICU stay (p=0.009). CONCLUSION: The present study demonstrates the failure of primary medical care in vaccination and post-traumatic tetanus prophylaxis. Despite improvements in intensive care support, cardiovascular complications are still frequent in these patients. Individuals exhibiting high APACHE II scores and severe clinical forms of tetanus should be monitored closely due to a risk of death and cardiovascular complications.