RÉSUMÉ
CONTEXTUALIZAÇÃO: A amplitude de movimento (ADM) cervical é fundamental na avaliação funcional e na intervenção fisioterapêutica. O Cervical Range of Motion (CROM) destaca-se por ser um método confiável, não invasivo e de fácil manuseio, porém de alto custo. Na prática clínica, opta-se por aparelhos mais acessíveis, como o Flexímetro, cuja confiabilidade ainda não foi adequadamente testada para o segmento cervical. OBJETIVOS: Comparar o Flexímetro com o CROM na análise da ADM cervical e verificar a confiabilidade intra e interexaminadores de ambas as ferramentas. MÉTODOS: Os movimentos cervicais de flexão, extensão, inclinação lateral e rotação foram mensurados, com ambas as ferramentas, por três examinadores em 20 indivíduos jovens, do sexo feminino, assintomáticos. A análise estatística foi realizada pelo Coeficiente de Correlação Intraclasse (ICC). RESULTADOS: A concordância entre as ferramentas foi considerada moderada nos movimentos de flexão e rotação esquerda (0,71;0,58) e excelente nos demais movimentos (0,76-0,87). A confiabilidade intraexaminadores com o CROM foi moderada para os movimentos de flexão e rotação direita (0,70; 0,69) e excelente para os demais movimentos (0,79-0,88); com o Flexímetro, foi excelente para inclinação e rotação direita (0,80; 0,77) e moderada para os demais movimentos (0,69-0,75). A confiabilidade interexaminadores com o CROM foi excelente em todos os movimentos (0,76-0,93) e, com o Flexímetro, foi moderada para os movimentos de rotação direita e esquerda (0,66; 0,75) e excelente para os demais movimentos (0,81-0,88). CONCLUSÕES: Os valores obtidos na avaliação da ADM cervical feita pelo Flexímetro concordam com aqueles mensurados pelo CROM. Além disso, ambas as ferramentas apresentam confiabilidades aceitáveis para a prática clínica.
BACKGROUND: Cervical range of motion (CROM) is a fundamental component of the functional evaluation in physical therapy interventions. The CROM device stands out as a reliable, non-invasive and easy-to-use method, but it is a very expensive tool. In clinical practice, more affordable tools such as Fleximeters are preferred. However, the reliability of Fleximeters for the cervical spine has not been adequately tested. OBJECTIVES: To compare the Fleximeters and the CROM device for the analysis of CROM, and to investigate the intra- and inter-examiner reliability of both tools. METHODS: Cervical movements (flexion, extension, lateral flexion and rotation) were assessed in 20 asymptomatic young women by three examiners using both tools. The statistical analyses were performed using the intra-class correlation coefficient (ICC). RESULTS: The agreement between the tools was considered moderate for flexion and left rotation (0.71; 0.58) and excellent for all of the other movements (0.76-0.87). The intra-examiner reliability for the CROM device was moderate for flexion and right rotation (0.70; 0.69) and excellent for all of the other movements (0.79-0.88). For the Fleximeter, the agreement was excellent for inclination and right rotation (0.80; 0.77) and moderate for all of the other movements (0.69-0.75). The inter-examiner reliability for the CROM device was excellent for all movements (0.76-0.93) and for the Fleximeter, it was moderate for right and left rotation (0.66; 0.75) and excellent for all of the other movements (0.81-0.88). CONCLUSIONS: There was agreement between the CROM assessments using the Fleximeter and the CROM device. Furthermore, both devices showed acceptable reliability for clinical practice.