RÉSUMÉ
A pandemia acentua perdas em todos os cenários e esferas da vida em sociedade e tem impulsionado movimentações profissionais e acadêmicas para compreender seus impactos. Adaptações e transformações nas estratégias de atenção à saúde mental das pessoas e nas formas de conceber as experiências universitárias também têm sido requeridas. O texto problematiza os conceitos pichonianos de tarefa e emergente grupal, em busca de subsídios para compreender fenômenos grupais mediados pela internet, face ao contexto pandêmico e ao imperativo de afastamento de atividades presenciais que ele impõe. Propomos que recursos artísticos, tidos como mediadores dialógicos na situação de atendimento remoto, sejam apoiados no redimensionamento dos conceitos de tarefa e emergente, por meio dos neologismos e-tarefa e e-mergente. O resultado do processo de reflexão teórico-técnica é ilustrado a partir de uma vinheta recortada de sessão grupal on-line, na qual um(a) participante, caloura(o) de Curso de Psicologia de instituição pública federal, escolhe e propõe diálogo a partir do conto "Venha ver o pôr do sol", de autoria de Lygia Fagundes Telles. O enlace do dispositivo grupal on-line com a linguagem literária apresenta potência transformadora das realidades compartilhadas no grupo e permite que suas(seus) integrantes possam traduzir e, por conseguinte, se apropriar de experiências emocionais difíceis, como as resultantes da suspensão da vida no espaço físico universitário e da consequente imposição do processo de ensino-aprendizagem remoto.(AU)
The pandemic accentuates losses in all scenarios and spheres of life in society and has driven professional and academic movements to understand its impacts. Adaptations and transformations in peoples mental health care strategies and in ways of conceiving university experiences have also been required. The text problematizes the Pichonian concepts of task and group emergent, searching subsidies to understand group phenomena mediated by the internet, in view of the pandemic context and the compulsory departure from face-to-face activities that it imposes. We propose that artistic resources, considered as dialogical mediators in the situation of remote intervention, should be supported in the redimensioning of the concepts of task and emergent, through the neologisms e-task and e-mergent. The result of the reflection process is illustrated from a cut-out vignette of an online group session, in which a participant, beginning student of Psychology Course of federal public institution, chooses and proposes dialogue based on the literary tale "Come and see the sunset", written by Lygia Fagundes Telles. The link between the online group intervention and the literary language presents a transformative power of the realities shared in the group and allows its members to translate and, consequently, appropriate difficult emotional experiences, such as those resulting from the suspension of life in the university physical space and the consequent imposition of the remote teaching-learning process.(AU)
La pandemia acentúa las pérdidas en todos los escenarios y esferas de la vida de la sociedad y ha impulsado a movimientos profesionales y académicos a comprender sus impactos. También se han requerido adaptaciones y transformaciones en las estrategias de atención en salud mental de las personas y en las formas de concebir las experiencias universitarias. El texto problematiza los conceptos pichonianos de tarea y los emergentes grupales, en busca de subsidios para comprender los fenómenos grupales mediados por internet, ante el contexto pandémico y el imperativo de alejarse de las actividades presenciales que él demanda. Proponemos que los recursos artísticos, vistos como mediadores dialógicos en situación de teleasistencia, sean apoyados en el redimensionamiento de los conceptos de tarea y emergente, a través de los neologismos e-tarea y e-mergent. El proceso de reflexión teórico-técnico resultante se ilustra mediante una viñeta recortada de una sesión grupal online, momento en el que un participante, estudiante novato del curso de psicología de una institución pública federal, elige y propone un diálogo a partir del cuento "Ven a ver el atardecer", de Lygia Fagundes Telles. El entrelazamiento del dispositivo grupal en línea con el lenguaje literario presenta un poder transformador de las realidades compartidas en el grupo y permite a sus miembros traducir y apropiarse de experiencias emocionales difíciles, como las resultantes de la suspensión de la vida en el ámbito físico universitario y la consiguiente imposición del proceso de enseñanza-aprendizaje a distancia.(AU)