RÉSUMÉ
A quimioterapia antineoplásica é uma das armas terapêuticas mais utilizadas na Oncologia Pediátrica apresentando, atualmente, resultados muito satisfatórios. No entanto, apresentam também efeitos secundários importantes, alguns imediatos e outros que se manifestam após alguns anos. Um dos principais efeitos colaterais imediatos é a mucosite oral transquimioterápica, que provoca dor intensa, febre e possibilita o aparecimento de infecçöes secundárias, algumas vezes interrompendo temporariamente o tratamento. Diversos estudos mostram que as condiçöes dentárias e de higiene bucal estäo intimamente relacionadas à ocorrência e gravidade da mucosite oral. No presente estudo, avaliamos a situaçäo odontológica de 61 crianças em tratamento no Hospital A. C. Camargo (Departamento de Pediatria), com atençäo especial à condiçöes dentárias e o índice de higiene oral, além da ocorrência de mucosite em ciclos de tratamento prévios. Essas crianças foram orientadas sobre noçöes de higiene oral e cuidados anti-sépticos durante a quimioterapia sendo, a seguir, reavaliadas quanto à ocorrência de novos episódios de mucosite. Os resultados demonstraram que 72,2 por cento das crianças apresentavam cáries dentárias durante a quimioterapia e que 75 por cento dos pacientes apresentavam índice de higiene oral precário. A avaliaçäo após a motivaçäo odontológica mostrou acentuada melhora do índice de higiene oral, repercutindo em uma reduçäo significativa da ocorrência de novso episódios de mucosite oral